《4.0》

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*Pov Ally*

Fazia-se exatamente meia hora que eu estava fazendo uma chamada de vídeo com Lauren. Ela estava me contando sobre a nova promoção que a empresa tinha dado a ela, finalmente parecia que o destino estava jogando do nosso lado. Ela viria em apenas uma semana já que tinha algumas coisas para resolver por lá ainda.

Finalizamos a chamada, por volta das sete fui preparar o jantar. Minha mãe não estava nada bem, passou a tarde toda trancada no quarto, segundo Cíntia, ela dizia estar conversando com o meu pai e não queria deixá-lo sozinho.

Isso estava acontecendo com frequência, acabei ligando para o médico dela e relatei tudo que andava acontecendo, como ela teria consulta somente daqui a um mês, o médico resolveu marcar para segunda, que seria daqui a dois dias, claro que isso me deixou alarmada.

Segunda-feira chegou e com ela o dia da consulta de minha mãe, consegui trocar o meu dia de folga com Natasha para poder acompanhar minha mãe até o médico. Chamamos um táxi, meia hora depois já estávamos na sala de espera aguardando a minha mãe ser chamada.

Seu olhar estava distante e vazio. Coloquei minha mão encima da sua e seus olhos sem brilho buscaram os meus.

- Eu te amo, mamãe. - Sussurrei e beijei sua bochecha pálida.

Fomos chamadas e logo o doutor começou a fazer os exames, ele fez várias perguntas a ela e as vezes perguntava para mim. Depois de fazer algumas anotações, ele soltou um longo suspiro, aumentando ainda mais o meu nervosismo.

- Pelo que você me disse, Allyson, em base aos exames e tudo mais, tem 98% de chance de ser um tumor cerebral. A falta de coordenação, dificuldade para falar ou entender o que é dito e esquecimento das palavras.

Após as palavras ditas sinto um nó se formar em minha garganta. Eu não sei o que dizer e nem o que fazer, minha mãe parece não ter noção do que o médico está dizendo e isso só me deixa mais chateada ainda.

- E quando sai os exames? - Pergunto apertando a mão de minha mãe.

- Daqui a quinze dias, eu tentei acelerar o processo, conversarei com o psicólogo dela, não será uma etapa fácil, é um tratamento mais agressivo do que o primeiro. Teremos que mudar alguns medicamentos de novo.

Depois de mais alguns minutos de conversa, logo fomos liberadas da sala. Pegamos um táxi direto para casa, a minha manhã havia sido longa.

Assim que chegamos em casa, ajudei minha mãe no banho e preparei o almoço para nós duas, ela acabou pegando no sono enquanto assistíamos um filme que passava na tv.

*Pov Lauren*

Os dias passaram devagar, talvez fosse a minha ansiedade de ver a Ally, de estarmos juntas novamente. Segundo Ari, os dias estavam passando rápidos demais... A ruiva ficou triste quando soube que eu iria para outro país, essa era a primeira vez que nós separavamos, depois de anos de amizade, não estava sendo fácil para mim, mas eu preciso pensar em minha vida e morar em L.A significava um novo recomeço para mim.

O vôo de Los Angeles pousou exatamente às onze e meia da manhã no aeroporto, peguei um táxi e fui direto para o apartamento que eu havia alugado, ele não é nada luxuoso, era bem simples e aconchegante para uma pessoa se viver com o seu cãozinho. Assim que entrei, soltei Grace da corrente e deixei a mala e a bolsa que eu trouxe, próximo a porta.

Passei a tarde toda assistindo tv e cochilando no sofá da sala, começo a trabalhar apenas na próxima semana e a Ally está no trabalho, combinei de buscá-la no trabalho às sete da noite. Durante uma das nossas conversas no meio da semana, Ally me conto sobre a sua mãe, a loira estava arrasada e não era para menos, pelo menos agora eu estaria por perto para cuidar dela.

[...]

Já era sete e dez da noite, a cafeteria estava quase vazia, alguns funcionários saíam e nada de Ally. Eu conversava com minha prima por mensagem enquanto esperava a loira aparecer.

- Hey, gatinha! - Sorri ao ouvir a voz do amor da minha vida me chamar.

- Hey! - Ally agarrou o meu pescoço e eu abracei a sua cintura deixando um rápido beijo em seus lábios.

- Desculpe pela demora, tive que fechar o caixa hoje.

Deixei mais um beijo em seus lábios e entramos em meu carro. Durante nosso trajeto até a casa de Ally, a loira me contou os últimos acontecimentos.

Passamos em um restaurante brasileiro e compramos comida para jantar com dona Patrícia e Cíntia. Segundo Ally a sua mãe é apaixonada por feijoada e essa era uma ótima maneira de conquistar a minha sogra, essa seria a primeira vez que a veria.

O jantar fluiu super bem, dona Patrícia era uma senhora bem simpática, Ally tinha muito de sua mãe, apesar da mais velha estar com uma aparência mais cansada. Horas e outras a mulher parecia se desligar e muitas das histórias que contava sobre seu falecido marido, falava como se tivesse acontecido em apenas alguns dias.

Ally sorria tentando demonstrar estar tudo bem, mas eu sabia que não estava.

Depois de comermos, me ofereci para lavar a louça. Enquanto eu lavava, Ally secava e Cíntia aproveitou para ajudar a matriarca a se deitar, afinal, já estava tarde.

- Eu preciso ir para você descansar um pouco. - Falei beijando o pescoço da Brooke.

- Fica só mais um pouquinho. - A loira fez manha, me fazendo sorrir.

Estávamos em frente a casa, eu estava encostada no carro com Ally encostada em mim.

- Okay! Só mais um pouco. - Selei nossos lábios em um beijo calmo, a rua estava um pouco deserta, tinha apenas duas jovens à umas quatro casas depois da de Ally, conversando e pareciam não estar prestando atenção em nós duas.

Claro que não perdi a oportunidade de tirar uma casquinha da loira. Minhas mãos automaticamente estava na bela bunda de Ally, eu adorava aquela parte, na verdade adorava tudo nela, mas aquela bunda é sensacional.

- Lauren, tira essa mão daí! - Repreendeu a loira ao sentir minha mão adentrar seu short.

- Eu não resisto. - Deixei um selinho em seus lábios antes de retirar minhas mãos de lá. - Posso te perguntar uma coisa?

Ally assentiu se afastando um pouco de meu corpo.

- Você não sente falta de desfilar? Ou pretende voltar as passarelas?

- Eu sinto falta. - A loira suspirou. - Mas depois de tudo que aconteceu na Inglaterra com a Alexa, não sei se alguém me contrataria.

Pude notar insegurança em sua voz, segurei seu rosto entre as minhas mãos, fazendo a mulher olhar para mim.

- Você já tentou? - Ela negou. - Meu amor, você não pode deixar Alexa atrapalhar você de seguir o seu sonho.

- Eu sei, só que as coisas não estão sendo fáceis Lauren. É muita coisa pra eu pensar nisso agora, entende? A minha mãe precisa de mim mais do que tudo agora e se for preciso eu irei enterrar o meu sonho por ela. Desculpa, tá?

Uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha. Ela estava tentando se manter forte o tempo todo e eu sabia que uma hora ela não iria aguentar.

Um soluço escapou de sua boca e sem pensar duas vezes, puxei Ally para os meus braços, eu sabia que nada que eu dissesse iria lhe fazer sentir se melhor, então apenas deixei ela chorar em meus braços.

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