meu filho está em outro ventre

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Atenção!

O texto a seguir contém violência extrema e palavras de baixo calão. Não recomendado para menores de 18 anos.


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Júnior era como iria se chamar meu filho, que nasceu e morreu prematuro três meses atrás. Se estivesse com ele em meu ventre, hoje se completariam nove meses de gestação e eu estaria muito feliz, fazendo todos os preparativos, ansiosa para que meu filho nascesse. É impressionante como uma vida se desmorona em um piscar de olhos: em menos de um ano perdi meu marido, que morreu em um acidente de carro quando eu estava grávida de dois meses; e há pouco tempo, perdi o que seria o fruto do nosso amor - nosso filho. Meu sonho sempre foi ter uma família, um marido que me amasse, casar na igreja e ter um lindo filho para fortalecer ainda mais nossa união. Porém, não posso mais realizá-los. Quando meu amado marido morreu, fiz um voto de que viúva continuaria e iria cuidar do nosso filho com muito amor e carinho, mas, agora, nenhum dos dois está ao meu lado. Meus sonhos simplesmente foram jogados na lama.

Ainda sinto que meu filho está dentro de mim. Acaricio minha barriga, pensando que tudo isso é um pesadelo e logo irei acordar e ver minha família comigo, como sempre sonhei. Mas tudo isso não passa de uma ilusão. Já pensei em adotar uma criança, mas lá no fundo, iria saber que aquele nunca seria o meu próprio filho e não carregaria um valor sentimental e genético do meu falecido marido. Quanto a se casar novamente, isso nunca passou por minha cabeça; meu marido era um homem incrível, doce, do tipo que é difícil de se encontrar hoje em dia. O voto que fiz nunca será quebrado, será mantido como uma prova de lealdade e respeito ao homem que um dia me fez feliz.

Meu marido se chamava Zad e, depois da morte prematura de nosso filho, sonho com ele quase em todas as noites, sempre o mesmo sonho; ele vem até mim, carregando nosso filho em seus braços, e me diz que o fruto de nosso amor não morreu e nosso filho está vivo. Eu sabia que isso era impossível - apenas pensei que seria algum tipo de estresse pós-traumático, e, com tantos remédios que estou tomando, isso já era de se esperar.

Ontem à noite, sonhei com ele novamente; porém, dessa vez, foi diferente de todas as outras anteriores. Ele veio até mim, carregando nosso filho como sempre fazia, mas ao lado dele, uma mulher, que aparentava estar grávida, acompanhava-o. Aquela mulher... sua aparência não me era estranha. Só quando acordei tive algumas recordações e pude reconhecê-la: seu nome era Martha. Ela era colega de trabalho do meu marido. Poucas vezes a havia visto e sempre suspeitei que Zad e Martha tivessem um caso, porém nunca pude comprovar nada.

Passei o resto do dia pensando no sonho que havia tido, até que, ao cair da noite, algo, mais especificamente uma questão, rodopiou em minha cabeça por lentos minutos: "Será que a Martha está grávida?" Eu não a via desde o acidente fatal que levara meu marido. O tempo passava e a dúvida só aumentava, minha cabeça parecendo que iria explodir. Então, fui até o quarto para vasculhar os antigos pertences do meu marido em busca de sua agenda de contatos. Não foi difícil. Ao encontrar, folheei algumas páginas e logo encontrei o número pertencente a Martha. Em seguida, liguei-a:

"Alô?" - Ela disse.

"Oi! Aqui é a Christina, esposa do Zad, o qual morreu em um triste acidente. Estou ligando para saber como você está. Faz tempo desde que nós não nos vemos!" - Eu disse.

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