o desejo de carne recém-criada

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O desejo começou na mesma época em que fiquei cuidando do berçário do hospital. Na hora do almoço, foi quando os meus lábios desejaram comer aquilo acima de tudo, e até hoje faço isso...


Saí no início da noite para caçar uma daquelas belezinhas com a pele um pouco rosada. Quando cheguei próximo ao hospital, já tinha o meu objetivo em mãos, porque é onde eu costumo encontrar eles... com seus corpos fofinhos e delicados, o cheiro de algo rescém-criado. O seu aroma, misturado com os pensamentos de carne limpa, já me deixa com a boca salivando.


Me aproximei e roubei um deles, não estava a fim de perder meu tempo, aproveitei o horário de almoço das enfermeiras. Coloquei dentro do meu carro e saí em alta velocidade, esse dia estava com muito desejo de comer carne pronta... com o seu eflúvio apetitoso, o pequeno tamanho repleto de pele delicada... tão pequeno que cabia dentro da minha melhor panela. Aquilo havia sido criado naquele momento, e quando eles nascem nas mãos de alguém, o seu gosto é bem melhor.


Quando cheguei em casa, carregava ela nos meus braços e fui logo à cozinha para preparar algo para servir de alimento com aquela carne que me deixava extasiada. Peguei um vinho importado enquanto a deixei no meu quarto, sobre a cama, com os cobertores, esperando para ser devorada por mim sem a mínima piedade. Gosto da carne fresquinha daquela bebêzinho que acabou de chegar ao mundo.


O meu pitbull, que desde cedo não alimentei, estava nos meus pés querendo comida, e eu sei que ele tem o mesmo desejo ardente por aquele tipo de iguaria, aquela mesma que acabou de sair ainda quentinha, e ele é tão carniceiro quanto eu, mas eu não dei muita importância, uma vez que ainda estava com raiva porque meu cachorro cagou no tapete de casa. Fiquei distraída quando começou a tocar uma música no rádio da cozinha, e não notei quando meu cachorro foi até o meu quarto.


A ficha caiu quando já era tarde demais, eu fui correndo até o lugar e vi ele destroçando aquele pequeno corpo, mastigando como uma fera bruta, não pude acreditar no que o meu cachorro estava fazendo ao devorar a minha janta... Era minha carne e era minha própria caça.


Traquei aquele animal no muro de castigo, enquanto ainda ficava passando a sua língua em sua boca e sentindo o gostinho do que deveria ter sido a minha refeição. Observava o estrago que ele fez, o corpo pequeno estava destroçado e havia sua carne por todos os lados, além de deixar o meu quarto sujo por conta dessa traição do meu cachorro. Não vou sair para passear durante uma semana como parte do seu castigo. Infelizmente, vou ficar essa noite sem comer uma coxinha.


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