O corpo do Jungkook ficou tenso ao meu lado. Ele observou o amigo com cara de quem não faz a mínima ideia do que fazer. Segurou minha mão e me ajudou a levantar, sem se preocupar com outra pessoa além de mim. Sua mão, muito maior que a minha, esquentou meu corpo todo com seu toque. Ele me encarou e voltou seus olhos para nossas mãos unidas. Fez menção de soltá-las, mas não deixei.
Nossas mãos aconchegadas não passaram despercebidas por Taehyung e antes de sairmos da sala, ele puxou Jungkook de canto, e trocou algumas palavras rápidas em coreano que não consegui entender do que se tratava.
Limpei a garganta e comecei a falar:
— Eu ficaria muito feliz, se fosse possível, se vocês falassem sobre mim numa língua que eu compreenda.
— Mais tarde eu te falo, agora não temos tempo a perder — Jungkook me respondeu, puxando-me com ele através dos corredores do hotel até conseguirmos retornar para a área dos quartos.
Entramos na sala contígua a uma das suítes que não pertenciam a Jungkook, aliás era bem maior que a outra. Havia muita gente naquele lugar e, quando passamos pela porta, éramos os últimos que faltavam.
Houve um certo desconforto com minha entrada, então tentei me esconder atrás de Jungkook, o que não era muito difícil, já que ele era mais de vinte centímetros mais alto. Ele me disse que não precisava ter medo, pois ninguém me faria mal, mas quando um senhor baixinho e sério se aproximou de nós dois, o rapaz fez uma reverência bem formal e vi que não se tratava de apenas mais um de seus funcionários, era seu empresário. Espelhei a reverência e tentei entender o que diziam, totalmente em vão.
No quarto não havia mulheres além de mim e me senti um pouco apreensiva, conforme a conversa com o empresário continuava e gradativamente os tons das vozes começavam a se elevar.
Jungkook soltou minha mão ao se dirigir aos outros. Consegui entender muitos pedidos de desculpa por parte dele e fiquei com medo de ter tornado a vida dos meus ídolos mais difícil do que já era. Um leve toque no meu ombro me fez dar um pulo surpresa.
— Desculpa, — Namjoon fez uma leve reverência com a cabeça e me apontou um sofá de dois lugares para que eu sentasse — imaginei que talvez você quisesse saber sobre o que estão falando...
— Eu não queria causar problemas para vocês, Oppa!
— Eu sei — ele me abraçou pelo ombro, sentando-se ao meu lado — não leva a mal, nossa cultura é bem diferente da sua.
Jungkook olhou em nossa direção, sério, e seu amigo limpou a garganta e tirou a mão de mim.
— Veja bem, parece que sua família está preocupada com você e acabou chamando a polícia.
Prendi a respiração.
— Você terá de ir encontrá-los, pois há pistas de que você esteve aqui.
— É justo. Pode deixar que eu vou embora.
Namjoon fez menção de me dizer algo, mas não deixei que continuasse.
— Não vou falar sobre vocês com ninguém.
Abri o maior sorriso que consegui e peguei minha mochila que estava sobre uma mesa. Um dos seguranças abriu a porta para mim e, antes que eu saísse, virei-me para Namjoon:
— Só diga a todos que eu sinto muito e que eu me diverti bastante com todos vocês.
Vi que Jungkook vinha em minha direção, mas fora contido por seu empresário. Não fiquei nenhum pouco feliz com aquela despedida fria e formal, mas, desde o começo, eu fui a errada e nada poderia fazer para voltar atrás e mudar meus atos.
Virei-me de costas e fui embora daquele hotel, rumo à casa de meus pais, com uma lágrima como companheira e uma sensação de que eu nunca mais conseguiria respirar aliviada novamente.
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Conhecendo Jk
FanfictionUm quarto de hotel. Uma fã sortuda. Ela conhece seu ídolo e não sabe que ele não é tão bonzinho como ela pensava.