* Roubando

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Sou nerd fanática por kpop desde meus doze anos de idade.

Até aí tudo bem. Quem não tem seu grau de "nerdisse"? O problema sempre foi eu levar essa loucura de fanatismo um pouco longe demais.

Estive apaixonada por meu lindo Cookie desde a primeira vez que assisti Dope. Foi muito pra mim vê-lo vestido de policial. Depois disso, todas as vezes que vi um policial fardado, fiz uma reverência profunda.

As pessoas ao meu redor não me consideram uma pessoa muito normal. Na escola, o único assusto sempre foi kpop, principalmente, BTS. Fui em todos os shows no meu país, tenho pôsteres deles espalhados em todas as paredes do meu quarto e no teto também. Mandei imprimir, numa gráfica, uma foto do meu amorzinho em tamanho real, um metro e setenta e oito de comprimento, e colei no teto, bem em cima da minha cama. Até aí, totalmente normal, principalmente, quando você adormece todas as noites com seu crush olhando pra você de pijamas.

Bem, não sou uma fã muito normal. Admito. Preciso de um leve tratamento psicológico para aprender a viver em sociedade sem afetar minha vida futura.

Quando meus pais me levaram para o consultório da doutora Vivian, percebi que algo não estava certo.
Mas ela achou totalmente normal uma garota de dezessete anos que nunca havia ficado com ninguém, nem mesmo trocado um selinho sequer.

Quando senti os lábios dele preenchendo minha boca, todas as sessões de terapia pelas quais passei no último ano foram tragadas para outra dimensão e senti no fundo da minha alma que meu corpo, e minha cabeça, estavam estragados para o resto de minha existência.
O beijo roubado não durou muito, mas foi o suficiente para me calar.

Ele se afastou e me olhou com seus olhos castanhos brilhantes, ajeitando com a mão direita o cabelo atrás de sua orelha.

Fiquei sozinha e minhas pernas desabaram como gelatina derretida, ao som de House of cards que começava a tocar.

Conhecendo JkOnde histórias criam vida. Descubra agora