* Desculpando

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Entrei em pânico diante da possibilidade de não ver JK novamente.

— Senhor, RM, — fiz uma reverência e esperei que ele me respondesse, ele parou a mão no ar com um pão de queijo a meio caminho de sua boca e se virou em minha direção.

— Sim, senhorita?

— É que, sabe, vocês não deviam punir o senhor Jungkook por minha causa...

Minha voz tremeu um pouco e abaixei a cabeça.

Ouvi umas risadas, vindas dos outros membros do grupo.

— Digamos que ele mereceu ser punido.

— Mas a errada na história toda fui eu — olhei nos olhos de Namjoon e encarei cada um deles, as lágrimas enchendo meus olhos — eu deveria ser punida, não ele.

—E quem disse que você também não está sendo punida? — Namjoon ergueu uma sobrancelha.

—Larga de bobagem e vem comer com a gente — Jin puxou meu braço, me fez levantar da cadeira e a colocou mais perto da mesa.

Hobi me estendeu uma caixinha cheia de pão de queijo.

—Experimenta isso, é muito bom! — Ele sorriu de boca cheia.

— Como é o nome desse pão mesmo? — Jin perguntou para Namjoon.

— Não me lembro.

— É pão de queijo, um prato típico de Minas Gerais — me intrometi na conversa.

Todos me olharam e acenaram, alguns resolveram experimentar e ouvi uns murmúrios de concordância sobre o gosto da novidade.

Comecei a me sentir mais solta perto dos seis, mas olhava para a porta a cada minuto, esperando pela entrada triunfal que nunca aconteceria.

—Onde estamos? — perguntei.

— Humm, no mesmo hotel que você invadiu noite passada.

—Mas, e essa sala?

— É uma sala de ensaios. Nós escolhemos esse hotel, pois ele tem espaço para ensaiar.

— E aquelas câmeras?

—As filmagens ficam numa salinha de segurança. Dois dos nossos guardas-costas estão nos monitorando.

— E as músicas?

— Ah, escolhemos algumas para tocar porque sabemos que você é fã, só isso.

Boy with love envolvia a sala.

Uma leve batida na porta me fez erguer a cabeça e uma cabeleireira castanha se colocou por uma fresta.

— Já fui punido o suficiente, Jin hyung?

Todos ficaram sérios por alguns segundos, mas logo Tae levantou-se e abriu a porta toda, puxando o braço do caçula.

— Só se pedir desculpas.

Observei o movimento fluido de JK ao se colocar de joelhos no meio da sala e se abaixar numa reverência em minha direção, sem manter contato visual:

— Me perdoe, prometo que não vou fazer isso de novo.

Como uma certa dose de decepção, eu o perdoei e ele foi agarrado pelos amigos e colocado numa das cadeiras, enquanto pegava uma caixinha de leite e dava uns goles.

Ele procurou comer e desviar os olhos em outras direções. Em nenhum momento, ele me encarou.

Mas quando todos terminaram de comer e a mesa e as cadeiras foram sendo retiradas junto com as sobras do café da manhã, ele ficou por último e me lançou um sorriso que dizia muito mais que as palavras pudessem ser ditas.

De repente, um pensamento começou a me incomodar. Talvez ele tenha gostado do beijo tanto quanto eu. E então, espelhei seu sorriso enquanto o observava fechando a porta atrás de si.

Conhecendo JkOnde histórias criam vida. Descubra agora