capítulo 2

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   Bernardo vendo que eu corri , foi atrás de mim, mas felizmente não me alcançou. Viu que eu era mais rápida , então desistiu.
Passei mais alguns minutos do lado de fora, escondida numa moita.Então  decidir não dormir em casa aquela noite. Pois não queria que ele me batesse novamente. Poxa,não sou um saco de pancadas. Ele tem que entender isso!
Resolvi ir na casa da Débora passar à noite lá. Mas pra isso ,precisava imediatamente inventar uma desculpa para meus machucões. De repente... Surgiu uma ideia maluca em minha cabeça. Vou inventar que fui assaltada. Essa é uma desculpa perfeita.
   Chegando lá, batir a porta e em alguns segundos a mãe da Débora abriu. Dona Maria estava já de camisola, enrolada a um lençol. Quando ela abriu eu disse:
-Desculpe dona Maria,por incomodar a esta hora, mas a Débora está?
-Está sim. Ela tá lá no quarto,pode entrar ,vem .
   Estranhamente,ela não perguntou nada sobre o sangue em minha boca. Mas com certeza notou. Até porque ela não é cega.  Talvez não quisesse se meter... Mas com toda certeza vai perguntar pra Débora depois .
  Eu entrei e fui direto pro quarto da Débora. Ela estava deitada na cama no telefone conversando com o namorado ,Romeu.        Quando me viu entrar, disse que precisava desligar, então desligou. Pondo o celular no criado-mudo.
Débora ,se levanta surpresa e vem até mim.
- Nossa, você por aqui uma hora dessas? O que houve? -Perguntou ela,assustada.
    Inventei a desculpa do assalto. E na verdade, não me saí muito bem. Á Débora faz perguntas demais. Tive que improvisar. Mas acabei me atrapalhando com as palavras. Sou péssima em mentir.  Droga.
- Então foi isso . Ele tentou me roubar ,mas como não tinha nada ,acabou me batendo .
Débora começa a andar pelo quarto desconfiada e diz:
--- E Por quê não correu pra sua casa? Já pensou se ele te seguisse até aqui?
--- É que fiquei muito assustada em ir naquele caminho escuro.   Só me lembrei de vir correndo pra cá . Já avisei minha mãe. Sua mãe ligou .---menti.
--- Tá bom,tudo bem. ---
 
- E cadê suas coisas? Você não trouxe nada ?
- Saí tão apressada, que acabei esquecendo... Mas isso não importa, o importante é que eu estou aqui né!?
- Tá bom então... -Disse ela sem acreditar. Porém não perguntou nada.
   Naquela noite ,apesar do que aconteceu, Débora conseguiu arrancar um sorriso meu. Nos divertimos muito. Assistimos um filme de terror bem assustador, fizemos um lanchinho bem gostoso , jogamos dama, baralho , conversamos sobre diversos assuntos e fomos dormir bem tarde da noite.
No dia seguinte, eu acordei cinco horas da manhã, pois com certeza minha mãe estaria preocupada comigo, pois não dormir em casa e ela não sabe onde passei à noite.
Levantei - me e escrevi um pequeno bilhete para Débora,dizendo que já tinha ido para casa.
Saí silenciosamente e fui direto pra casa. Aproveitei esse horário também, porque nessa hora meu pai não está em casa, já tem ido trabalhar .

  Quando estava perto de casa ,vi um homem do lado de fora conversando com minha mãe, tinha também uma moto vermelha em frente de casa. Com certeza era dele. Minha mãe parecia nervosa, preocupada, ficava o tempo todo olhando pros lados.
Resolvi ir até eles para descobrir quem era aquele homem. Pois eu não o conhecia, e também nunca o tinha visto por aqui no vilarejo. Ele era bonito,cabelos castanho-claro ,quase loiro,um pouco musculoso e alto. parecia ter a mesma idade que minha mãe. Com certeza não era daqui.
Quando minha mãe me viu chegar, correu até mim e me abraçou.
- Graças à Deus você está bem. Nem dormir direito esta noite ,preocupada com você meu amor...
Eu me afastei dela e disse:
- Não se preocupe mamãe, eu passei a noite na casa da Débora. Ela me recebeu muito bem. Só não voltei pra casa com medo do papai me bater de novo.
-Entendo filha...
Percebi que o homem da moto vermelha não parava de me olhar admirado. Olhei para ele e perguntei para mãe :
-E quem é esse, mãe? Nunca o vi por aqui , ele não é daqui de Redegun ,não é?
De repente minha mãe ficou mais nervosa e não conseguiu falar nada. Então o homem se aproximou de mim ainda me olhando e respondeu minha pergunta.
-Oi, sou Luan, prazer em te conhecer, Luana.
Me surpreendi. Como ele sabia meu nome?
-como sabe meu nome?
Ele então respondeu rapidamente meio nervoso.
- Ah ,é que a Eliana já me falou muito de você .
-E porque? Minha mãe te conhece?
Eliana interveio :
-Claro filha. .. Ele é meu médico. Lembra que eu faço um tratamento em outra cidade. Doutor Luan veio falar comigo.
- Sim ,então muito prazer doutor Luan.-falei estendendo minha mão.
  Ele apertou educadamente.
Eu muito curiosa perguntei :
- E o que veio fazer aqui doutor, não vai dizer que minha mãe está mais doente ?
-Não, não se preocupe querida , sua mãe está ótima. Só vim para saber por que sua mãe não está indo mais para as consultas. -Disse ele olhando pra minha mãe nessa última frase.
Minha mãe respondeu :
- como estava lhe dizendo doutor. .. Não está dando para mim ir. Pelo menos não agora nesses dias. Mas não se preocupe doutor, que quando chegar o dia sem dúvida irei. Farei todo o possível. Eu prometo.
- Fico feliz Eliana. Pois me preocupo muito com sua saúde. Não quero que tenha uma recaída.
Eu então falei:
-Olha doutor , pode deixar que eu mesma vou fazer com que minha mãe vá.
-Bom preciso ir agora, Luana foi um prazer conhecê - la .
Luan subiu na moto, fez a curva e se foi.

A menina que sabia sorrir💙Onde histórias criam vida. Descubra agora