Capítulo 20: Ritual?

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Que nada nos definaQue nada nos sujeite E que a liberdade seja a Nossa substância

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Que nada nos defina
Que nada nos sujeite
E que a liberdade seja a
Nossa substância.

(...)

Depois de uma noite longa, Maylee se arrumava depressa.

E eu estava em meu quarto penteando as minhas mechas roxas.

-Vamos Sophia? - Perguntou ela.

- Eu vou logo depois, vou terminar o meu cabelo -Digo.

-Okay, cuidado com o Bryan! Beijos até depois. - Lee fecha a porta do quarto me deixando sozinha.

Passo um rímel nos olhos, e saiu da frente do espelho, abrindo a porta.

- Ai está você! - Disse o babaca do Bryan,entrando no meu quarto e fechando a porta.

-EI! VOCÊ NÃO PODE ENTRAR NO QUARTO DAS MENINAS! -Grito.

Bryan ri.

- Estranho, por que ontem você não pareceu se importar muito com as regras não é?

Merda.

-Do quê você está falando seu maluco? - Pergunto.

- Eu ouvi o Dylan dizendo o seu nome ontem a noite, eu não sou surdo!

-Existe várias Sophias nesse manicômio! Agora me larga! - Falei pedindo pra ele me soltar.

- Que coincidência, não? Existir Sophias que tem a mesma voz que você, e que tem uma amiga chamada Maylee?- Disse ele se fazendo de sonso. - Minha boca não é um motel garota! E minha mão não é um objeto pra você fazer brincadeiras infantil.

Empurrei Bryan com tudo.

- Eu declarei guerra, e isso que eu fiz, e isso não é nem metade do que está por vir.

Eu percebi que o rosto dele estava um pouco machucado, e suas mãos também.

-EU PASSEI A MADRUGADA INTEIRA TENTANDO TIRAR ESSA PALHAÇADA QUE VOCÊS FIZERAM!... EU PODERIA TER MORRIDO QUANDO COLEI A MERDA DA MINHA MÃO NA MINHA PRÓPRIA NARINA.

- Oh, quanto drama, não?

-Está de castigo, você e a sua amiguinha Maylee, suas outras amiguinhas tem muita sorte de eu não saber quem são elas, detenção, depois da aula. Você e Maylee.

Então Bryan saiu do quarto.

IDIOTA! IDIOTA! IDIOTA! Ataco a minha bota na porta, de raiva.

Argh! Eu o odeio.

Detenção

-Ainda não acredito que estou aqui. - Disse Lee.

-Foi mal ter te colocado em uma mancada dessas. -Falo.

-Tudo bem.

Abaixo o olhar e fico em silêncio.

-Quando eu era pequena, minha mãe me levou pela primeira vez pra Coréia. - Disse Lee.

Eu olhei pra ela, e ela continuou a falar.

- Eu sou descendente de coreana. - Ela abriu um sorriso - Me lembro o quanto eu fiquei feliz de estar por lá.

-Por quê se lembrou disso? -Perguntei.

-Sei lá, eu só quis lembrar. - Respondeu ela.

- Eu me lembro da primeira vez que eu andei de bicicleta. Eu caí no chão e fiz um ralo enorme no joelho, acho que eu passei a tarde inteira chorando naquele dia. Mas minha mãe disse que iria ficar tudo bem e cuidou de mim como ninguém jamais cuidaria.

-Sua mãe parece ser cuidadosa. - Diz Lee.

-E era, a pessoa que eu mais amei e amo até hoje, ela era tão linda. Sinto tanta saudade. -Comento.

- O quê aconteceu com ela? - Perguntou Maylee.

- Ela morreu.

Lee faz uma cara de arrependimento de ter perguntado sobre aquilo.

-Sinto muito-diz ela mostrando estar desconfortável com a situação.

-É sempre bom se lembrar de momentos importantes na sua vida. Eles são o que te definem e o que te fazem ser.

Lee vem em mim e me da um abraço. Eu odiava abraço, eu odiava o contato humano, porém dessa vez foi excessão.

Respirei fundo.

-Odeio o retardado do Bryan. - Diz Lee.

Escuto uma voz do lado de fora da nossa sala.

- Temos que manter isso em segredo, você sabe! - Diz a voz de uma mulher. Essa voz não me era estranha.

- Você acha isso certo? Esconder isso da nossa própria filha? - Disse a voz de uma mulher-Estou cansada de tantos segredos, de tanta raiva! -Quase gritou a mulher.

-Cala a boca, aqui não é um lugar certo pra conversarmos sobre isso.

-Aé? Não é um lugar certo pra falarmos sobre o quanto escondemos coisas sujas de Sarah? Por isso que ela está assim! Toda revoltada! Nossa filha precisa saber que tem uma irmã! E sobre aquela garota. A polícia ainda vai descobrir e estamos fudidos.

Eu e Maylee coloca as mãos na boca.

-Agora está preocupada com ela? Você não se preocupou nem um pouquinho em não colocá-la em um internato aonde são feitos pessoas para...

-Para o quê? - Pergunto.

Eram os pais de Sarah. Obviamente.
Olhei pra eles.

-Vamos, estamos atrasados. - Diz mãe de Sarah,saindo com o seu marido.

- Como eu não me toquei? - Perguntou Lee aparecendo o rosto.

- Do quê?

- Os remédios todas as noites, que esse internato nos dá, as ingesões de 3 vezes ao mês, as missas malucas de MacLaine. - Disse Lee se sentando na cadeira e colocando as mãos na cabeça - Quer dizer, depois que você entrou eles amenizaram Sophia, eles amenizaram os remédios e ingesões, eles sempre fazem isso pros alunos novos não se assustarem. Pra depois colocar na cabeça de vocês que isso é algum tipo de "cura".

Me sentei ao seu lado.

- Você acha que estamos sendo algum alvo de experimento? - Pergunto.

- Não sei, mas parece que os nossos pais sabem. Ou pelo menos não.

- E se estivermos metidas em algum tipo de... Ritual? - Pergunto.





BEM VINDA AO INFERNOOnde histórias criam vida. Descubra agora