Que nada nos defina
Que nada nos sujeite
E que a liberdade seja a
Nossa substância.(...)
Depois de uma noite longa, Maylee se arrumava depressa.
E eu estava em meu quarto penteando as minhas mechas roxas.
-Vamos Sophia? - Perguntou ela.
- Eu vou logo depois, vou terminar o meu cabelo -Digo.
-Okay, cuidado com o Bryan! Beijos até depois. - Lee fecha a porta do quarto me deixando sozinha.
Passo um rímel nos olhos, e saiu da frente do espelho, abrindo a porta.
- Ai está você! - Disse o babaca do Bryan,entrando no meu quarto e fechando a porta.
-EI! VOCÊ NÃO PODE ENTRAR NO QUARTO DAS MENINAS! -Grito.
Bryan ri.
- Estranho, por que ontem você não pareceu se importar muito com as regras não é?
Merda.
-Do quê você está falando seu maluco? - Pergunto.
- Eu ouvi o Dylan dizendo o seu nome ontem a noite, eu não sou surdo!
-Existe várias Sophias nesse manicômio! Agora me larga! - Falei pedindo pra ele me soltar.
- Que coincidência, não? Existir Sophias que tem a mesma voz que você, e que tem uma amiga chamada Maylee?- Disse ele se fazendo de sonso. - Minha boca não é um motel garota! E minha mão não é um objeto pra você fazer brincadeiras infantil.
Empurrei Bryan com tudo.
- Eu declarei guerra, e isso que eu fiz, e isso não é nem metade do que está por vir.
Eu percebi que o rosto dele estava um pouco machucado, e suas mãos também.
-EU PASSEI A MADRUGADA INTEIRA TENTANDO TIRAR ESSA PALHAÇADA QUE VOCÊS FIZERAM!... EU PODERIA TER MORRIDO QUANDO COLEI A MERDA DA MINHA MÃO NA MINHA PRÓPRIA NARINA.
- Oh, quanto drama, não?
-Está de castigo, você e a sua amiguinha Maylee, suas outras amiguinhas tem muita sorte de eu não saber quem são elas, detenção, depois da aula. Você e Maylee.
Então Bryan saiu do quarto.
IDIOTA! IDIOTA! IDIOTA! Ataco a minha bota na porta, de raiva.
Argh! Eu o odeio.
Detenção
-Ainda não acredito que estou aqui. - Disse Lee.
-Foi mal ter te colocado em uma mancada dessas. -Falo.
-Tudo bem.
Abaixo o olhar e fico em silêncio.
-Quando eu era pequena, minha mãe me levou pela primeira vez pra Coréia. - Disse Lee.
Eu olhei pra ela, e ela continuou a falar.
- Eu sou descendente de coreana. - Ela abriu um sorriso - Me lembro o quanto eu fiquei feliz de estar por lá.
-Por quê se lembrou disso? -Perguntei.
-Sei lá, eu só quis lembrar. - Respondeu ela.
- Eu me lembro da primeira vez que eu andei de bicicleta. Eu caí no chão e fiz um ralo enorme no joelho, acho que eu passei a tarde inteira chorando naquele dia. Mas minha mãe disse que iria ficar tudo bem e cuidou de mim como ninguém jamais cuidaria.
-Sua mãe parece ser cuidadosa. - Diz Lee.
-E era, a pessoa que eu mais amei e amo até hoje, ela era tão linda. Sinto tanta saudade. -Comento.
- O quê aconteceu com ela? - Perguntou Maylee.
- Ela morreu.
Lee faz uma cara de arrependimento de ter perguntado sobre aquilo.
-Sinto muito-diz ela mostrando estar desconfortável com a situação.
-É sempre bom se lembrar de momentos importantes na sua vida. Eles são o que te definem e o que te fazem ser.
Lee vem em mim e me da um abraço. Eu odiava abraço, eu odiava o contato humano, porém dessa vez foi excessão.
Respirei fundo.
-Odeio o retardado do Bryan. - Diz Lee.
Escuto uma voz do lado de fora da nossa sala.
- Temos que manter isso em segredo, você sabe! - Diz a voz de uma mulher. Essa voz não me era estranha.
- Você acha isso certo? Esconder isso da nossa própria filha? - Disse a voz de uma mulher-Estou cansada de tantos segredos, de tanta raiva! -Quase gritou a mulher.
-Cala a boca, aqui não é um lugar certo pra conversarmos sobre isso.
-Aé? Não é um lugar certo pra falarmos sobre o quanto escondemos coisas sujas de Sarah? Por isso que ela está assim! Toda revoltada! Nossa filha precisa saber que tem uma irmã! E sobre aquela garota. A polícia ainda vai descobrir e estamos fudidos.
Eu e Maylee coloca as mãos na boca.
-Agora está preocupada com ela? Você não se preocupou nem um pouquinho em não colocá-la em um internato aonde são feitos pessoas para...
-Para o quê? - Pergunto.
Eram os pais de Sarah. Obviamente.
Olhei pra eles.-Vamos, estamos atrasados. - Diz mãe de Sarah,saindo com o seu marido.
- Como eu não me toquei? - Perguntou Lee aparecendo o rosto.
- Do quê?
- Os remédios todas as noites, que esse internato nos dá, as ingesões de 3 vezes ao mês, as missas malucas de MacLaine. - Disse Lee se sentando na cadeira e colocando as mãos na cabeça - Quer dizer, depois que você entrou eles amenizaram Sophia, eles amenizaram os remédios e ingesões, eles sempre fazem isso pros alunos novos não se assustarem. Pra depois colocar na cabeça de vocês que isso é algum tipo de "cura".
Me sentei ao seu lado.
- Você acha que estamos sendo algum alvo de experimento? - Pergunto.
- Não sei, mas parece que os nossos pais sabem. Ou pelo menos não.
- E se estivermos metidas em algum tipo de... Ritual? - Pergunto.
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BEM VINDA AO INFERNO
Roman d'amourPassagem para o inferno. Colégio -Ethons- sempre foi reservada, organizada e muito exigente, e o pior de tudo, cheia de segredos e mistérios... Principalmente em relação a uma aluna depois de seu paradeiro que até agora não foi descoberto exatamente...