Rescoprire I'Amore

Escuridão

Nicholas entrou no bloco cirúrgico e viu toda sua equipe a postos, era mais uma cirurgia complicada, mas ele era competente e faria de tudo para salvar aquela vida.

Ele se deparou com uma garotinha de apenas dez anos, um aperto tomou conta do seu coração.

- Oi garotinha, vamos te salvar, mas preciso que você queira voltar pra gente, eu sei que está doendo, mas precisa ser forte agora, o tio vai estar aqui com você. – Ele tinha a mania de conversar com seus pacientes mesmo sabendo que a maioria não conseguiria lhe escutar.

Nicholas era um grande cirurgião, apesar da idade, era um dos melhores ali e ele sabia disso, então sempre se mantia confiante e dava o seu melhor para que tudo ocorresse bem.

Por diversas vezes, precisaram usar o desfibrilador, a cirurgia foi extensa, durou oito horas, ele precisava reconstruir alguns nervos e era algo completamente delicado, um erro banal e toda cirurgia estaria comprometida.

Enquanto ele operava Gabrielle, Catherine operava o pai da garotinha.

Catherine assim como Nicholas era boa no que fazia, as poucas cirurgias que havia feito, deram 100% de resultado. Por mais que ela fosse alguém que pensa em seu próprio umbigo, no trabalho ela era completamente dedicada.

Ambos corriam o risco de perder o paciente, mas no final tudo estava correndo bem.

Ao finalizar a cirurgia, Nicholas estava exausto, mas aliviado, enquanto seguia para seu consultório, era aplaudido e parabenizado, já Catherine passava e quase não tinha alguém para lhe dar os parabéns, aquilo a deixava com raiva, mexia com seu ego.

Quando Nicholas estava prestes a fechar a porta, ela entrou como um furacão, Nicholas colocou as mãos sobre os olhos, puxou o máximo de ar para o pulmão e soltou de uma vez.

- O que você quer, Catherine?

- Nada, apenas vim parabenizar o melhor neurocirurgião desse hospital.

Nicholas andou com calma, se sentou em sua cadeira e esperou que os joguinhos de Catherine começasse.

Ele sabia que ela estava com ciúmes.

- Já deu parabéns, muito obrigada e parabéns pra você também, sua cirurgia foi um sucesso assim como a minha.

- Ah, mas não chegou nem aos pés da sua, Doutor. – Ela falava com certo deboche.

- Vai ficar falando asneiras até quando? Vamos direto ao ponto, Catherine. Você já foi mais rápida ao assunto.

- Você pegou uma criança para criar? – Ela se referia a Alicia.

- Não sei do que está falando.

- Não? E aquele filhote de rato? Que nível você desceu, bem lamentável. – Catherine sabia tirar qualquer um do sério, e estava conseguindo acabar com a paciência de Nicholas.

- Não que seja da sua conta, mas não tenho nada com a Alicia, aceite que nosso relacionamento chegou ao fim e vá continuar a pegar os caras que pegava quando estava comigo, segue sua vida e me deixa em Paz. – Ele se levantou calmamente, foi até a porta e abriu. – Agora se me da licença, estou cansado e preciso terminar meu trabalho, aqui não é lugar para discutir seus ciúmes sem cabimento.

Catherine saiu soltando fogo pelas ventas, na certa não deixaria aquilo passar.

— Isso não irá ficar assim. — Ela falou após fechar a porta.

Nicholas voltou para sua mesa, começou a preencher alguns relatórios e quando deu a hora de ir embora, ele guardou suas coisas e saiu em direção a recepção e se deparou com Alicia.

Ela estava com os olhos marejados e aquilo cortou seu coração.

Um foi em direção ao outro, ele a acolheu em seus braços e beijou o topo de sua cabeça.

— Ele está bem? – Nicholas sabia que ela estava falando de Leonardo, era algo inevitável, por mais que ele quisesse ter algo com ela, ele sabia que com os flashs de memória os sentimentos podiam voltar também, seria uma barreira a ser superada.

— Eu não sei, ele não foi para a ala de neurologia.

Alicia não sabia se ficava aliviada ou desesperada, agora ela tinha na cabeça a ideia de que ele poderia ser um dos mortos.

Nicholas lhe apertou contra o peito, não queria a ver sofrendo por outro, mas se ele queria ter algo com ela, iria precisar aguentar as pontas.

- Vai dar tudo certo, Ali.