Hemlock

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5 anos atrás

Lorenzo Marchetti estava indo para mais uma missão que o seu pai havia lhe dado, ser filho do grande Mafioso da Italis tinha suas vantagens e desvantagens e Lorenzo sabia disso muito bem.

Ele deveria silenciar um dos agentes de uma máfia rival, seu pai vendo que não tinha ninguém com tanto punho pra isso lhe mandou para fazer todo o trabalho sujo.

As 14 horas ele saiu da sede da Italis pronto para acabar com a vida de Enrico Bianchi, havia fúria em seus olhos e um sorriso sarcástico em sua boca.

Sua Lamborghini roncava sem parar pela estrada que dava até a cidade de Verona. A velocidade era tão grande que Lorenzo não conseguia ao menos degustar da paisagem paradisíaca que tinha por todo o trajeto. O carro passava a km pelos alpes italianos, em segundos eles já estavam ficando para trás e as luzes da cidade podiam ser vistas.

Lorenzo iria se passar por um comprador, na ligação que havia feito para Enrico, havia dito que tinha interesses em algumas de suas terras e que apesar de ser novo, era um bom negociador.

A mansão Bianchi ficava um pouco afastada de todo o resto da cidade e com isso seria muito mais fácil executar seu plano lá.

Ao chegar foi recebido pelo mordomo que o levou até o escritório de Enrico.

— Não imaginava que era tão jovem assim. — Enrico falava enquanto preparava uma dose de sua bebida favorita, um Alperol Spritz.

— Vinte e Cinco anos não é tão jovem assim. — Lorenzo rebateu após aceitar o copo que Enrico havia preparado para ele.

— Certamente é uma idade boa, a juventude é boa e assim que chega aos trinta, o tempo passa cada vez mais rápido.

— Imagino, mas não estamos aqui para falar sobre minha idade, não é mesmo?

Enrico não imaginava o quão direto Lorenzo poderia ser.

— Vejo que é bastante direto, Sr. Romano, gostei disso.

— Me chame de Marco, não sou tão chegado a formalidades.

— Tudo bem, Marco. Por que se interessou em minhas terras?

— Acredito que daria boas vinícolas, o local é bem visto, a terra fértil e com certeza gostaria de estender um pouco o legado de meu pai.

— Entendo... coisas de família. Irei pedir para que meu motorista nos leve até lá e aí você pode ver com os próprios olhos a beleza das terras Bianchi.

Enquanto conversavam sobre as terras, Lorenzo procurava um ponto fraco e percebeu que várias vezes Enrico deixava seu copo em cima da mesa, essa teria que ser uma morte silenciosa, não era seu estilo, mas seu pai lhe ordenará a isso.

Ele teria que encontra uma forma de envenenar Enrico e havia acabado de ter o ouro entregado de bandeja.

O plano já estava todo arquitetado em sua mente, iria colocar um pouco de Hemlock, uma planta originária da Europa e da África do Sul, muito usada pelos gregos para matar seus prisioneiros. Hemlock era tão eficaz que em adultos apenas 100mg o mataria.

A morte de quem ingere o veneno vem em forma de paralisia que afeta o sistema respiratório e mata por asfixia.

Enquanto Enrico ia até sua estante buscar um livro sobre vinhos que havia ganhado de um amigo, Lorenzo aproveitou para pingar algumas gotas na bebida.

"Fácil demais" pensou, mas não esperava que a filha de Enrico chegasse segundos depois.

— Papai. — A menina falou enquanto abraçava o pai.

— Catherine, quantas vezes eu tenho que te falar para nunca entrar em meu escritório sem bater? — Enrico a repreendeu.

— Desculpe-me não sabia que estava com visitas. — A garota sorriu de forma carinhosa e levou seu olhar até Lorenzo.

— Tudo bem. — Enrico falou após depositar um beijo na testa da filha. — Filha, esse é Marco Romano e está aqui para comprar as terras do vovô.

— Olá, Sr. Romano. — Catherine falou e lhe estendeu a mão.

Marco apenas sorriu e devolveu o cumprimento.

— Vá se arrumar filha, quero que vá com a gente. — Enrico falou enquanto bebericava mais um pouco o Alperol.

Catherine saiu às pressas, estava animada com a viagem até as terras do avô, mas ao chegar na escada que dava acesso ao terceiro andar, pode escutar os gritos de seu pai e voltou correndo para o escritório do mesmo.

— Chame os médicos, Catherine. — Lorenzo fingiu preocupação.

Enrico começava a se debater no chão procurando por ar, sua pupila estava dilatando e seu pulmão começava a queimar.

Lorenzo então se levantou e sorriu vitorioso, olhou para Enrico que implorava por ajuda e o deu as costas, saindo pela porta lateral que dava acesso a um quarto privado e a parte de trás da casa.

— Onde vai? — Catherine o viu passando pelos pinheiros.

— Saia do meu caminho, garota. — Lorenzo estava com problemas e deveria resolver aquilo logo.

Seu sigilo foi quebrado no momento em que Catherine havia entrado no escritório. Ele não esperava que fosse ter plateia durante a morte de Enrico e aquilo poderia lhe custar a vida.

— O que fez com meu pai? — Catherine estava em prantos, os nervos à flor da pele.

Lorenzo foi se aproximando aos poucos da garota.

— Fique longe de mim.

— Calma, eu não fiz nada, só estava indo até meu carro para pegar um remédio que uso em caso de emergência.

Lorenzo então mostrou uma seringa com um liquido esverdeado dentro.

Catherine cedeu um pouco, o que foi o suficiente para que Lorenzo lhe injetasse o liquido.

Aquele era um liquido que a apagaria por algumas horas e que lhe traria amnesia temporária.

Por sorte, Lorenzo estava com um belo disfarce e seria impossível de ser reconhecido mais tarde.

A garota apagou em seus braços, ele então a levou para um cômodo que tinha ali perto e foi embora sem ser visto. Ele não sabia o motivo de ter deixado Catherine viva, mas sentiu que não poderia lhe matar e as poucas pessoas que sabiam daquela visita, a essa hora estava como Enrico, morto pelo veneno de Hemlock. 

Rescoprire I'AmoreOnde histórias criam vida. Descubra agora