Hoseok
Acordei com diversos murmúrios do lado de fora de meu quarto, entretanto, ainda com a mente adormecida, demorei para me situar no pequeno espaço da universidade. Em uma respiração pesada, senti parte de meu braço subir e descer em um compasso lento, quase parado, e, estranhando tal movimento, arqueei meu pescoço para o lado oposto e vi Robin de costas para mim.
Um frêmito percorreu meu corpo enquanto eu retirava vagarosamente meu braço entorno de sua cintura, trazendo-o para mim e, servindo como alavanca, impulsionei-me para o chão. Do modo como havia dormido, resultou em meus músculos retesados por um longo período e me insultei internamente por não ter cedido ao carpete no meio da madrugada.
Sentei-me no chão acarpetado e soltei um suspiro prolongado. Nos últimos dias, faltava-me o sono, que foi tirado a partir do momento em que o relógio jazeu inerte em minha mochila. Ter a presença de algo com um poder tão íntegro me deixava completamente desnorteado, pois, era de meu conhecimento que eu acabaria com todo o plano de Robin.
Meus olhos se direcionaram para a sua figura que ressonava vagarosamente e sorri, hermético. Estava aliviado quando soube que Taehyung não estaria sozinho na noite anterior, mesmo que Robin apresentasse um lado seu rabugento na maior parte do tempo, em seu interior, sabia que existia uma grande luz carregada de amabilidade.
Meus pensamentos foram obstados quando exclamações de horror reverberaram pelos corredores do dormitório e, da mesma forma que franzi o sobrolho em confusão, Robin acordou de supetão e se pôs sentada.
— O que aconteceu? — Perguntou com a voz presa à garganta e lhe entreguei minha expressão de dúvida.
Sem esperá-la, retirei-me de meu quarto e um aglomerado de estudantes se mantinha em frente à porta de um dormitório. Entretanto, a discussão à minha frente era abafada pela chuva que arranhava as janelas do extenso corredor azul escuro e, ainda tentando focalizar no que ocorria, aproximei-me aos passos curtos e vacilantes.
— Ele realmente fez isso?!
— Eu não enxergo nada!
— O paramédico está tentando reanimá-lo
— Seokjin sabe disso?
— O cara fez um sinal! Ele está morto?!
O conjunto de vozes se mesclava e o ar pareceu esmorecer no momento que os alunos se juntaram quando um paramédico se afastou do quarto em uma expressão de frustração. Assim que percebi em qual porta se tratava, a inquietude se alastrou em mim como uma gota de azeite derramada na água e expirei com força à medida em que eu me juntava à multidão.
E um único nome ecoava em minha cabeça: Taehyung.
Fios ébanos se contrastaram sob a iluminação branca do ambiente quando um par de mãos me empurrou para fora do aglomerado de alunos. Eu tropecei em meus pés enquanto a figura à minha frente me obrigava a recuar e somente consegui identificá-lo ao estancar meus passos no chão, contra a sua força.
Yoongi se materializava em meu campo de visão ao passo de que seus olhos eram preenchidos por lágrimas e seu peito subia e descia rapidamente, como se lhe fosse difícil capturar o ar que nos circundava. Sem que eu apresentasse alguma reação, ele avançou contra mim e me abraçou. Um soluço irrompeu a agitação do corredor.
Uma corrente permeou minha epiderme quando um devaneio obscureceu minha mente e contraí minhas feições em amargura. A figura de Taehyung se repetia por incontáveis vezes e me afastei milimetricamente Yoongi. Mesmo que ele tentasse conservar sua postura pétrea, naquele momento, seu lado vulnerável preencheu cada resquício seu.
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Resfeber
FanfictionHoseok é um estudante de vinte anos que retorna à sua cidade natal, Ardoch City, no interior de Oregon, para cursar física na prestigiada Anthurium University. Então, seguindo as teorias dos principais físicos do passado, ele acreditava veemente de...