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      O tão esperado – ou não – raiar do sol chegou, acordando o jovem Lee Felix de seu sono da beleza.

      – Puta merda, Felix! Por que caralhos tu não fechou essa cortina? – perguntava a si mesmo o loiro emburrado consigo mesmo.

      Agora que já estava levantado, mesmo que estivesse estupidamente estressado consigo mesmo, Felix foi ao banheiro, lavou o rosto, escovou os dentes, essas coisas que todo – ou quase todo – ser humano faz.

      Saiu do quarto, ainda emburrado, o que fazia um total de 0% de sentido, e rumou até a cozinha, esbarrando com a mãe.

      – Bom dia, filho! – cumprimentou-o sorridente.

      – Bom estaria se eu estivesse dormindo – respondeu seca e arrogantemente.

      – Escuta aqui, moleque ingrato, em primeiro lugar, eu não tenho culpa de tu ter acordado com a macaca; segundo, fala direito comigo, senão eu te quebro na porrada e, terceiro, quando se diz "bom dia" não está se perguntando como está seu dia, está desejando que teu dia seja bom, seu resto de placenta – falou a amável e adorável Senhora Lee.

      Christopher, que, até o momento, apenas observava, pôs-se a rir tão alto que chamou a atenção dos dois Lee no cômodo.

      – 'Tá rindo do que aí, acéfalo? – perguntou a Senhora Lee com tédio e confusão misturados na face.

       – É que vocês me divertem tanto – disse, depois que parou de gargalhar, como uma hiena assistindo a stand up comedy, mas voltou a rir, assim que terminou de falar.

      As risadas altas acordaram o Senhor Lee, que desceu as escadas da mesma maneira que Felix. Com ódio na alma e raiva no olhar.

      – Mas que barulheira toda é essa aqui? – perguntou irritado.

      – Felix chegou aqui exatamente como o senhor, assim com essa cara de quem comeu e não gostou, e a tia esculachou ele – Chris disse ainda ofegante, de tanto rir.

      Depois de ouvir aquilo a expressão do mais velho da casa mudou completamente.

      Um sorriso nasceu no rosto dele, como uma flor do cerrado no meio do deserto, o que fez Christopher voltar a gargalhar, dessa vez acompanhado de Felix.

      – Isso mesmo, vai mudando essa carinha aí, que se tu vier irritadinho pro meu lado vai tomar um socão – disse e ele engoliu seco.

      A essa altura, Christopher já nem tinha mais forças para rir. A família Lee era sempre daquela maneira. Ainda se lembrava do dia em que conheceu-os.

      Um jantar de negócios com as famílias Bang e Lee, onde ele conheceu a família mais divertida de todas, ainda com seus 8 anos. Na época Felix tinha 6, mas viraram amigos assim que se viram.

      Chris dizia que aquela não era a típica "família pobre mas com amor" mas também não era a "família rica com descaso". Segundo ele, os Lee eram a "família rica com amor, carinho, diversão, afeto e tudo de bom.

      Eles tinham uma ótima convivência harmoniosa e amorosa, além de serem hiper divertidos. Eram uma família e tanto. E Chris se sentia – e era considerado – parte daquela família.

     Depois da "reflexão matinal" de Chris, a família sentou-se para um maravilhoso e saudável café da manhã.

      – Mãe, Chan e eu vamos sair hoje – disse o Lee mais novo.

      – Vocês são maiores de idade, sabem o que fazem. Só não cheguem de madrugada bêbados e fazendo barulho, entenderam? – alertou-os.

𝒊𝒏𝒔𝒕𝒂𝒈𝒓𝒂𝒎 || 𝒄𝒉𝒂𝒏𝒈𝒍𝒊𝒙Onde histórias criam vida. Descubra agora