Encontro inesperado na praça

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©Essa história foi escrita por Kaline Bogard sem fins lucrativos, feito de fã para fãs. Cópia parcial ou total, assim como o uso do enredo, está terminantemente proibido. Plágio é crime.

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Fazia muito tempo que Aburame Shino não acordava cedo com uma crise daquelas

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Fazia muito tempo que Aburame Shino não acordava cedo com uma crise daquelas. Não exatamente uma crise. Mas... com aquela sensação estranha que precede uma crise, que apenas quem sofre com Transtorno Obsessivo Compulsivo consegue identificar.

Sentia uma inquietação que o fez ter uma noite péssima de sono.

Saltou logo da cama para realizar os pequenos rituais, mas desistiu. Sabia por experiência anterior que reforçar o padrão diário acentuaria a ansiedade controlada com remédios.

Tinha que ter coragem e tentar se libertar antes que a crise se agravasse.

Então, apesar de ser muito cedo, apenas trocou de roupa e saiu de casa.

Era por volta de seis horas da manhã.

Cotidianamente acordava as sete, tomava um banho, preparava o café e saia de casa com tempo o suficiente para chegar na empresa com dez minutos de antecedência. Tudo com uma pontualidade britânica. Então mergulhava na rotina até certo ponto previsível de trabalho. Voltava para casa ao final do expediente para acabar o dia com mais uma pequena sequência de rituais.

A diferença estava nos pensamentos.

Como tomava uma dose regular de ansiolíticos, a obsessão ficava sob controle.

Até que aquela madrugada, por algum motivo e sem aviso, o pensamento rompeu o sono e o trouxe de volta a consciência. Seu pai vai morrer.

Era sempre inesperado. E sempre devastador.

Desanimado, Shino sentiu o ar frio do fim de madrugada aliviar a tensão em sua pele. Focar nos cinco sentidos amenizava bastante. Sua psicóloga ensinou técnicas que ajudavam muito, quando ele conseguia se focar.

Lembrava que romper a rotina antes da crise era um modo de manipular a ansiedade, pois trazia certo controle: a ideia de que Shino escolheu mudar os hábitos por vontade própria. Ele era senhor de si.

Enfiou as mãos nos bolsos do longo casaco enquanto caminhava pela rua.

Preferiu ir a pé.

Gostava de exercícios. Frequentava academia de duas a três vezes por semana.

Havia bastante gente andando àquela hora. A grande maioria já pronta para começar a trabalhar, rumando para seus empregos. O trânsito era intenso também.

Tokyo, a cidade que nunca dorme.

Shino suspirou com certo desgaste.

Quando suas crises atingiam um ponto alto, também não conseguia dormir. Não era um jargão divertido, na vida real era como estar sempre exaurido. De ânimo, de energia, de vontade de viver.

Laços (ShinoKiba)Onde histórias criam vida. Descubra agora