A realidade que não se percebe

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Shino terminou de ler o relatório sem saber o que pensar

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Shino terminou de ler o relatório sem saber o que pensar. Estava espantado em como as pessoas enfrentavam dificuldades no dia-a-dia, coisas que pareciam saídas daqueles filmes de Hollywood.

Ficou virando as folhas, indo e voltando. Observando as informações que Kankuro resumiu de modo eficiente. Isso tirou sua concentração para o trabalho, tinha chegado no escritório e estava ali desde então, lendo o relatório.

Até que batidas na porta anunciaram a entrada de Yamanaka Ino, com quem dividia a propriedade da multinacional em número igual de ações.

— Bom dia — a bela loira foi dizendo enquanto caminhava pelo carpete até sentar-se na cadeira a frente da escrivanhinha de Shino. Cruzou as pernas num gesto teatral e suspirou.

Shino a conhecia bem o bastante para saber que algo estava errado.

— Bom dia — respondeu sondando a expressão contrariada.

— Aquela raposa do Gaara — Ino não fez mistério sobre o que a irritava — Acredita que ele teve a cara de pau de me propor 70/30 no acordo dos nanos para Suna?

Shino franziu as sobrancelhas. Era uma oferta extremamente desvantajosa para eles. E não combinava em nada com o jeito correto de Sabaku no Gaara.

Faziam negócios com Sunagakure, país que Gaara governava, a um bom tempo. Nunca tiveram problemas antes. Foi graças a excelente relação de negócios que descobriu os talentos de Kankuro (ao qual recorreu mais de uma vez).

— Não fechei acordo — Ino bufou — Vamos nos reunir hoje outra vez para discutir. Não entendo de onde ele tirou essa proposta...

A reclamação continuou, mas Shino perdeu o fio da meada. Recostou-se na cadeira confortável e cruzou os braços, compreendendo tudo. Gaara usou a sugestão prejudicial de propósito, apenas para ter uma desculpa de encontrar com Ino de novo. Eles costumavam almoçar ou jantar juntos para falar de negócios.

Era até engraçado. Sabaku no Gaara, uma autoridade internacional que comandava um pequeno país, usando de tais subterfúgios. E Ino, uma mulher arrojada e independente, tão focada na carreira que não percebia as tentativas camufladas de aproximação.

Suspirou, deixando a mente divagar de volta para o relatório sobre a mesa. Aquele assunto esteve em sua mente no decorrer da semana, a tal ponto que se esqueceu da sombra que ameaçava retornar e atrapalhar sua vida.

Distraiu-se tanto que acabou perguntando avoado:

— Por que as pessoas não colocam os filhos em creches?

Foi algo tão aleatório e fora do contexto que Ino ficou um tanto chocada.

— O quê? — ela estava ali explicando a audácia de Gaara (que nem era tão audacioso assim, haja vista se tratasse de um príncipe), e Shino tinha a coragem de não prestar atenção...?

Laços (ShinoKiba)Onde histórias criam vida. Descubra agora