Nem todo herói usa capa

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— Não posso ceder mais tempo, porque você não tem moradia fixa e eu não vou ficar brincando de gato e rato para te achar

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— Não posso ceder mais tempo, porque você não tem moradia fixa e eu não vou ficar brincando de gato e rato para te achar. Estou fazendo um favor, Inuzuka-kun — a esse ponto Kabuto parou de sorrir — E é assim que me agradece? Me evitando? Me enrolado? Pais que moram na rua são incapazes de cuidar dos próprios filhos. Preciso fazer o que é melhor para essa garotinha, não leve para o lado pessoal.

Kiba sentiu o suor juntar na fronte. Ali estava o momento que mais temeu até então. Teria que enganar o homem um pouco mais. Então entraria no carro e voltaria para a casa da mãe. Fez o que pôde para defender seu orgulho como pai. Mas preferia perder esse orgulho a perder a amada filha.

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— Parece que está havendo um equívoco aqui.

A voz grave e séria surpreendeu tanto Kabuto quanto Kiba. Ambos se viraram na direção do homem que chegava. Kiba reconheceu Aburame Shino, o misterioso bom samaritano que secretamente esperou rever no passar dos dias.

— Desculpe-me? — Kabuto assumiu um ar que era pura simpatia. Como todo bom vigarista sabia quando esbarrava em algo perigoso.

Shino enfiou a mão no bolso interno do casaco e puxou um pequeno cartão.

— As visitas do Serviço Social devem ser agendadas com antecedência. A não ser em caso de desconfiança de maus tratos, fato que não se aplica aqui — entregou o cartão para Kabuto — Os próximos contatos devem ser tratados através da Firma Uchiha, que representa os interesses de Inuzuka.

Kabuto sentiu o sangue gelar e nem tentou disfarçar. Os Uchiha eram uma família de advogados renomada por todas as vitórias que alcançavam nos tribunais. E pelo preço exorbitante que cobravam.

Era óbvio que Kiba não tinha a menor condição de pagar por algo assim. Mas Kabuto não era bobo. Sabia que era hora de tirar o time de campo e tentar entender o que acontecia. Uma coisa era assustar um pé rapado e arrancar alguns trocados. Outra, bem diferente, era levar a chantagem a pessoas entendidas no assunto. Não arriscaria a carreira nem a liberdade por tão pouco.

— Excelente. Fico muito feliz em saber que Inuzuka-kun e Sumire-chan estão bem assessorados. Manterei contato com o advogado, obrigado.

Tudo aconteceu tão rápido, que Kiba teve certa dificuldade para processar a cena. Apenas assistiu Kabuto dar meia volta e ir embora. Foi acometido por uma sensação de alívio e certa urgência.

— Caralho, cara — sussurrou voltando-se para Shino — Você me salvou de uma encrenca... vou ficar te devendo uma das grandes.

Fez menção de se afastar. Ia aproveitar aquela intervenção para pegar o carro e sumir rumo ao interior do país para pedir abrigo na casa da mãe. Todavia não conseguiu completar o seu intento. Shino o segurou pelo cotovelo, impedindo-o de partir.

— Gostaria de falar com você — não foi exatamente um pedido.

Por um breve instante Kiba pensou que tinha saído da frigideira direto para o fogo. E se fosse chantageado de novo?! Sensação que logo passou, nem todo mundo era mau caráter como Kabuto. E aquele quase desconhecido o ajudou pela segunda vez. Merecia ser ouvido. Depois podia ir embora de uma vez. Adeus Tokyo!

Laços (ShinoKiba)Onde histórias criam vida. Descubra agora