Quando a vida oferta uma nova chance

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Shino observou enquanto Kiba ninava a filha de leve

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Shino observou enquanto Kiba ninava a filha de leve. A cena trouxe um calor agradável ao peito e a certeza de que fazia a coisa certa.

— Eu sei que estão morando no seu carro — falou sem grande afetação.

O outro ergueu a cabeça e o analisou por breves segundos. A expressão até então de deslumbramento tornou-se um tanto desconfiada.

— Quem é você? Como sabe tanto sobre mim? E por que está fazendo isso?

A pergunta era muito justa. Shino admitia ter invadido a privacidade alheia, por uma boa causa, mas ainda assim uma invasão que Kiba desconhecia.

— Você já sabe quem eu sou: Aburame Shino, coproprietário dessa empresa. Eu sei tanto sobre sua situação porque mandei investigar. E faço isso porque tenho uma condição. Sofro de obsessão...

— Você é um stalker?! — Kiba interrompeu a explicação avançando alguns passos para trás. Por sorte não se afastou muito do elevador, se fosse preciso entrava nele e desaparecia dali com a filha!

Shino ficou meio chocado pela rapidez da conclusão equivocada.

— Não — tratou de garantir — Não sou um stalker. Não é esse tipo de obsessão... — o desconcerto o fez perder a linha de raciocínio.

Kiba sondou a expressão do homem por alguns segundos, decidindo entre lutar e fugir. Por fim descartou as duas opções e preferiu ouvir.

— Pensamentos obsessivos...? — jogou a possibilidade no ar.

— Sim, é isso. Sofro de Transtorno Obsessivo Compulsivo. Estava prestes a passar por uma crise aguda, mas sua história me deu foco e me ajudou.

A nova explicação fez Kiba relaxar visivelmente. Ele cursava o quinto semestre da faculdade quando teve que trancar o curso por falta de dinheiro para pagar as mensalidades. Isso também era do conhecimento de Shino: a conta corrente e a poupança do rapaz foram zeradas, bem por época do nascimento de Sumire. Kankuro descobriu sem dificuldade alguma que o procedimento de aborto chegou a ser marcado. Porém desmarcado pouco antes da data prevista. Somando dois mais dois, o resultado era óbvio: Kiba usou o dinheiro para fazer a namorada mudar de ideia e garantir que Sumire tivesse a chance de nascer. Além do mais, assumiu todas as dívidas hospitalares, por isso vivia numa situação tão complicada, mesmo a bebê tendo mais de um aninho.

Essas descobertas nem eram o mais surpreendente.

Havia uma anotação nas descobertas que fez Shino perder a reação por breves instantes, enquanto lia o relatório. Kiba namorava a mãe de Sumire, mas a probabilidade dele ser o pai da criança era quase nula. Quando a criança nasceu, com nove meses de gestação, mal fazia sete meses que o casal se conheceu.

Como era possível ele fazer tanto por uma criança que sequer...

Então observou a forma cuidadosa com que o rapaz segurava a filha. Nada havia a entender, apenas admirar e respeitar as escolhas de alguém que garantiram que a menininha estivesse viva ali e agora. Nada mais que isso.

Laços (ShinoKiba)Onde histórias criam vida. Descubra agora