Apenas um dia no litoral - DEGUSTAÇÃO

Capítulo Três

— Trouxe refrigerante e suco. Não tinha ideia do que você ia querer. — Liam vem andando com suas botas de couro jogando areia para todas as direções, principalmente em meu rosto.

— Qualquer um está ótimo. — deixo uma risada escapar quando a areia me acerta.

— Me desculpe. — ele ri.

— Está tudo bem.

— Está se sentindo melhor? — ele pergunta de maneira solidária.

— Sim. Não. Não sei. Eu acabei de desabafar com uma pessoa que mal conheço. E eu tenho medo. Não sei o que fazer. Não tenho ideia de como as coisas vão ser. Mas... — paro de falar ao me lembrar da imitação que Hardin fazia se referindo ao dia em que eu fosse terminar com Erick.

— O que foi? — Liam pergunta.

— Nada demais. Só me lembrei de meu amigo, Hardin. Ele odeia Erick e provavelmente vai adorar saber que eu dei um fora nele.

— Ah Hardin! Ele estuda química avançada comigo. — Liam exclama.

— Você estuda química avançada? — arqueio as sobrancelhas.

Liam tinha razão, eu era muito expressiva.

— Por que a surpresa? — ele ri.

— Não sei. Só acho que você tem o perfil de quem estuda química avançada. — digo olhando para suas tatuagens.

— Caramba Chloe, isso é tão careta. — ele ri.

— Agora me responda, eu fui a única que ficou surpresa ao saber disso? — pergunto.

— Não. Até mesmo os professores se surpreendem ainda. — ele ri.

Dou uma risada e volto a encarar o mar.

— Me desculpe ter dito isso. Sou uma idiota. Enquanto você está aqui me ouvindo, eu estou falando merda!

Sinto o olhar de Liam em mim.

— Esquece isso! Você passou por muita coisa. E quer saber? Sabe do que você precisa? Se divertir. — ele diz e começa a tirar suas botas.

— O que você está fazendo? Vai matar todos com esse chulé. — brinco.

— Haha! Engraçadinha. Vamos para o mar. Onde já se viu ir à praia e não entrar no mar?

Ele tira sua camisa e tento não admirar muito seu corpo.

Liam estava certo. Eu estava em um lugar incrível, não tinha motivo para não me divertir.

Me levanto calmamente e tiro meu short e minha camiseta, pois já estava com biquíni por baixo. Solto meu cabelo do coque que havia feito.

Quando me viro, percebo que Liam está me olhando.

Fico um pouco envergonhada.

— Vamos! Quero ver se consegue me alcançar. — ele diz e começa a correr.

Solto uma risada e começo a correr também, mas não consigo alcançá-lo.

Quando meus pés se encontram com a água do mar, meu coração bate mais forte.

Sempre foi assim. O mar me trazia uma grande tranquilidade.

— Venha logo! — Liam grita e começa jogar água em meu rosto.

— Isso não é justo! Eu estava distraída. — grito e o empurro para dentro do mar.

Quando ele se levanta, seu cabelo escuro estava completamente molhado.

O rosto de Liam é o conjunto perfeito. A maneira como seu cabelo, seus olhos e suas poucas sardas se contrastavam, estava me deixando hipnotizada.

— É hora da revanche! — ele diz e me joga dentro do mar.

Se a intenção dele era me deixar irritada, falhou miseravelmente, pois eu adoro estar na água.

Quando saio de dentro da água, dou uma risada e percebo que ele também está rindo.

Naquele momento, eu mal me lembrava de que estava me sentindo mal há alguns minutos, como se nada mais importasse.

Continuamos com essa brincadeira de jogarmos água um no outro por mais alguns minutos, até a fome chegar.

— Vamos sair um pouco. — digo. — Estou com fome.

Ele balança a cabeça e voltamos para onde havia estendido a toalha. A areia gruda em toda parte de nossos corpos.

Abro minha mochila e deixando-a um pouco molhada.

— Senta aí. — chamo Liam.

Fico observando suas tatuagens enquanto ele se senta.

Ele percebe meu olhar e dá um sorriso.

— São muitas, não é mesmo? Minha mãe quase deu um ataque cardíaco ao vê-las. — ele ri.

— Você fez todas de uma vez? — pergunto chocada. Isso devia doer muito.

— Quase todas. — ele diz e ri ao ver minha expressão de terror.

— Haja coragem. — digo entregando um sanduíche para ele.

— Valeu.

— Depois me conte mais sobre você. — tomo um gole do suco.

— Por quê? — ele pergunta sorrindo.

— Estou curiosa.

— Não tenho muita coisa para contar. — ele dá de ombros.

— Pois se lembre de algumas. Você já sabe muito de mim. Muitas coisas mesmo. — suspiro.

Ele me lança um sorriso sincero, e retribuo.

Talvez não fosse coincidência nos encontrarmos aqui.

Eu disse talvez.