Capítulo Cinco

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— Vamos Liam! Pode tirar as mãos. — peço mais uma vez.

Liam estava com as mãos tampando meus olhos para que eu não descobrisse onde estávamos.

— Calma apressada. Só para deixar claro, não te trouxe pelo conceito desse lugar, até porque não gosto muito disso e acho que você também não. Mas acho que quando abrir os olhos, você vai entender porque te trouxe aqui. Está pronta?

Já estava ficando ansiosa com essa espera.

— Sim! Anda logo.

Ele tira as mãos dos meus olhos e entendo o que ele queria dizer.

Apenas pela vista soube onde estávamos.

Liam havia me levado ao Haggin Oaks, um dos clubes de Golf mais incríveis de Sacramento. A maioria dos sócios frequenta o lugar por conta da vista.

Esse lugar é conhecido pelo céu ficar rosado no horário da tarde.

Quando namorava Erick, eu ficava completamente louca com a simples ideia de passar a tarde nesse lugar, mas ele nunca demonstrou interesse. E eu, boba, desisti de vir aqui.

E agora, cá estou.

De todos os lugares que Liam poderia pensar, como pensou justamente nesse?

— Fala alguma coisa. — ele pede ansioso.

— Nem sei o que dizer.

— Foi uma péssima escolha, não é mesmo? — ele diz inseguro.

— Foi a escolha perfeita. — respondo em voz baixa.

Ele me olha surpreso, mas depois sorri.

— Está falando sério?

Balanço a cabeça e sorrio.

— A vista é perfeita. — digo contemplando as cores se contrastando umas com as outras.

— É sim. Espere aí. — Liam diz de repente e sai correndo.

— Aonde você vai? — grito.

— Eu já volto. — ele berra.

Me sento na grama e apoio os braços e a cabeça nos joelhos.

Tudo que estava acontecendo hoje, fugia completamente de meus princípios.

Erick e eu, passamos alguns meses nos conhecendo até realmente ficarmos juntos. E no fundo, eu realmente nunca soube quem ele era.

Mas com Liam, as coisas são diferentes. Parece que o conheço há anos. Nunca me senti a vontade de falar coisas tão pessoais com alguém, como sinto quando estou com ele.

Mas não consigo ver como é possível que pessoas consigam se gostar tão rapidamente.

Será que Bernard está certo? Será que as pessoas só conseguem entender quando acontece com elas?

E se ele estiver certo? E se isso estiver acontecendo comigo agora?

Mas eu não posso fazer isso agora. Talvez seja carência, ou medo de ser rejeitada por outras pessoas.

Não sei o que pensar dessa situação.

— Voltei! — Liam grita andando em minha direção e vem trazendo dois cafés e um saco de papel.

— O que isso?

— Pedi dois cafés, e dois croissants de chocolate. E acredite em mim, esse é o melhor croissant que existe. Não tem como explicar. Experimenta. — ele me entrega o café e me dá um croissant de chocolate gigante.

Apenas um dia no litoral - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora