Capítulo 1

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Era um típico dia de março em Washington. O fim do inverno estava próximo. A neve que caíra incessantemente durante os dois primeiros meses do ano, há muito havia se dissipado, contudo, o vento gelado e as baixas temperaturas ainda tomavam todo o Distrito de Columbia. Alguns transeuntes que acordaram cedo caminhavam encolhidos contra o vento frio pelas ruas próximas ao The Washington Post indo para os seus escritórios para mais um dia de trabalho.
Dentre as pessoas que caminhavam pela Northwest Street uma jovem de cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo, botas negras de cano e saltos altos, calça jeans de um azul profundo, suéter de gola alta preto, theat coat vermelho de botões preto, bolsa de couro negro e imensos óculos escuros, também caminhava a passos largos.
Aquela era Maite Perroni, ex-estagiária do Washington Post, que havia conseguido há algumas semanas finalmente ser contratada como jornalista do mesmo. Apesar de ter nascido na California e ter concluído sua qualificação profissional no estado em que o clima é semi-árido, não sendo muito comum as baixas temperaturas, não se sentia incomodada com o frio cortante da Capital Federal, uma vez que passou boa parte de sua adolescência e um pouco de sua vida adulta em Chicago e em Seattle, onde as temperaturas mais frias são habituais.
Maite empurrou a grande porta de vidro temperado fumê da entrada do mais importante jornal de Washington, adentrando, assim, no hall do mesmo. Por ser ainda as primeiras horas da manhã este se encontrava relativamente vazio, a não ser por alguns membros da manutenção, seguranças e dois jornalistas responsáveis pelos obituários. Com seus óculos escuros encobrindo seus magníficos olhos castanhos como chocolate, a morena se encaminhou para o elevador, que a levaria para o nono andar sem se preocupar em olhar para alguém ou desejar um bom dia, como sempre fazia.

O nono andar do edifício do The Washington Post era reservado inteiramente para os jornalistas e correspondentes que se dedicavam integralmente a vida política do país. Ali se reuniam os principais nomes do jornalismo político de todo o país, assim como alguns freelancers e estagiários – cargo que anteriormente Maite também ocupava.
Apesar de contar com um time de excelentes profissionais especializados em analisar as ações políticas que aconteciam principalmente naquela cidade, só existia lugar para um jornalista brilhar, o inteligentíssimo e temível: Koko Stambuk.
Koko era principalmente conhecido por sua capacidade de tornar políticos até então desconhecidos em grandes 'celebridades' da noite para o dia, todavia, esse poder também se determinava em sua capacidade de destruir na mesmíssima velocidade qualquer um que se interpusesse em seu caminho. Sua opinião é respeitada por todos seus companheiros profissionais, por políticos e principalmente pelos leitores de suas colunas, famosas no país e no mundo, caracterizadas constantemente pelo seu humor ácido.
Contudo essa determinação em buscar informações que podem destruir a vida de alguns homens, faz com que ele seja odiado por muitos, assim como é temido, e por mais que recebesse ameaças em um nível maior do que todo os Estados Unidos com o terrorismo, este não se abalava, sempre fazendo com que aqueles que o ameaçassem pagassem caro por tal atitude.
Ética e respeito eram palavras inexistentes no vocabulário de Koko Stambuk.
Com esta sua percepção de conseguir julgar quem quer que fosse com um olhar, Koko viu em Maite Perroni a aprendiz perfeita. Quando esta era somente uma estagiária, o jornalista notou a capacidade de manipulação e a falta de escrúpulos da morena em conseguir algum material que ele precisava para exemplificar seu artigo jornalístico, e devido a isto se viu a cada dia mais e mais encantado pela sedutora, linda e astuta bacharel.

Por conta destes motivos que indicou ao editor-chefe, Iam Somerhalder, um homem humilde que venceu na vida com a força de seu trabalho e sua inteligência, que a contratasse não mais como uma simples estagiária mal remunerada, mas sim como uma das jornalistas em tempo integral do jornal. Desde então a senhorita Perroni era 'ajudante' de Koko, algo que a morena definitivamente não gostava.
Maite não tinha a intenção de ser a ajudante, ou a assessora de Koko, ou ainda uma jornalista qualquer; ela tinha a intenção de ser a jornalista, e todo o seu caminho meticulosamente trilhado até chegar a Washington, abusando dos dotes físicos e intelectuais que possuía fora visando somente isso: o cargo principal de jornalista política. Poder absoluto dentro do jornalismo.
Contudo, seu caminho de sucesso no Distrito de Columbia, seria um pouco mais tortuoso do que ela esperava, todavia ela estava disposta a fazer qualquer coisa para conseguir chegar onde mais desejava. Custasse o que for.
Koko, da mesma forma que muitos outros homens anteriormente, não se encantara somente com a inteligência e a frialdade de Maite, o negro de cabelos curtos, olhos azuis opacos e o físico de causar inveja em qualquer homem que estava beirando os quarenta anos, como ele, queria possuir Maite. Para ele, o seu maior desejo era tê-la em sua cama nua, a possuindo sem nenhuma hesitação ou cuidado, fazendo-a gemer e gritar pelo seu nome. Ele a queria como sua amante. Ele gostaria que ela lhe desse prazer sem limites.
Astuta, perspicaz e principalmente sabedora do poder de sedução que possuía, a morena não titubeou em permitir os avanços de seu mentor, e em menos de uma semana trabalhando lado a lado a ele, já havia se tornado sua amante.
Sexo com Koko era prazeroso, como rapidamente Maite concluiu, mas para ela transar com o moreno e fingir uma série de orgasmos só tinha uma razão: tomar o seu lugar como correspondente principal no Capitólio, nada mais do que isso.

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