Capítulo 14

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Era estranho os sentimentos que tanto a jornalista Maite Perroni quanto o Senador Wiliam Levy estavam sentido um pelo outro. O idealismo de novidade estava evidente entre ambos, era como se nenhum deles tivessem sentindo daquela forma antes: fazendo tudo o que se deve no início de um relacionamento. Passeios a lugares remotos, fins de semanas inteiros nus curtindo a companhia do outro da melhor forma que podiam – fazendo sexo, com beijos, carícias e promessas compartilhadas.
Eram como se os dois fossem jovens descobrindo todas as aventuras e desventuras que a paixão pode proporcionar.
Nos últimos meses Wiliam tratara Maite com um esmero invejável, como se ela fosse uma peça rara de um museu, um cristal que qualquer toque mais forte poderia quebra-lo em milhões de pedacinhos, essa atenção que o Senador estava dando a morena era revigorante para ela. Maite nunca se sentira especial – nem mesmo quando Daniel lhe fazia surpresas, talvez a sua única lembrança de se sentir especial fora a longínquos anos, ainda na sua infância, quando o seu pai a levou a um passeio em um parque em Seattle, contudo nem mesmo essa lembrança tão forte com seu falecido pai se comparava com o que Wiliam estava lhe proporcionando.
Os presentes caros continuaram vindo em abundância; inesperadas surpresas surgiam diariamente, apesar de toda a discrição, o político fazia com que todos esses momentos ao lado de sua futura esposa fossem memoráveis, sem contar que um feito inédito para o Senador era seus pedidos de desculpas pelo ocorrido em seu gabinete em meados de abril. E a jornalista adorava saber que Wiliam só estava agindo daquela maneira porque agora a respeitava.
Maite ainda não conseguia classificar quais poderiam ser os sentimentos de Wiliam por ela, na realidade nem mesmo o político conseguia distinguir e nomear o que estava sentindo, afinal era algo tão forte e tão estrangeiro que por muitas vezes quando estava com a morena pensou que estava tendo um ataque do coração, tamanha era a velocidade que este palpitava em seu peito.

Amor não podia ser, Wiliam nunca acreditou nesta emoção. Nem mesmo por seus filhos ou seus pais ele conseguia sentir, o que normalmente chamam de amor; por seus filhos e pais o político sentia um carinho, uma responsabilidade incondicional, mas não amor. Por isso que ele não podia ter esse sentimento por Maite. Não. Definitivamente não era amor que ele sentia por ela.
Wiliam Levy não conhecia aquele sentimento.
Paixão... bem essa ideia é a que melhor se encaixa na sua concepção, mas mesmo assim, estaria Wiliam apaixonado? Não... paixão ainda se estabelece como algo irracional, algo que te move, e definitivamente o político não deixava que as suas emoções por Maite Perroni o deixasse ser irracional, incompreensivelmente atordoado. Mas se ele não estava deixando que o que quer que fosse que ele sentisse por Maite o controlasse, então porque que depois do pedido de desculpas que ele deu a jornalista, Wiliam nunca mais procurou Heidi ou Michelle, ou qualquer outra amante esporádica para satisfazer a sua ânsia por sexo?
Essa questão era fácil de responder: porque ao lado de Maite Perroni, Wiliam poderia ter tudo o que precisava. O sexo com a jornalista era sempre memorável e único. Mas desde a primeira vez fora assim, então porque ele continuou encontrando suas amantes russa e havaiana quando já conhecia Maite? E o que havia mudado agora, que deixava todo o envolvimento sexual com Maite Perroni diferente? Esta era uma pergunta que só de considerar já deixava o político com dor de cabeça. Ele não conseguia compreender essa necessidade, essa fidelidade estrangeira que estava depositando na jornalista.
Maite em contrapartida acreditava que sabia quais eram os seus sentimentos pelo Senador. Não era amor, não era paixão, não era dedicação, era tão somente o sentimento de gratidão. A jornalista acreditava que o político estava lhe dando uma oportunidade de vida que só estava presente em seus sonhos, e por isto que essa dedicação quase que exclusiva era apenas um agradecimento por o que ele estava lhe proporcionando.

Porém, ao mesmo tempo em que ficava agradecida por todas as coisas que ele fazia por ela, Maite ainda continuava com a sua vida dupla de jornalista infiltrada. Depois de sua quase desistência do emprego, Iam Somerhalder, o editor chefe do The Washington Post pediu para que Maite escrevesse matérias sobre os bastidores do Senado usando um pseudônimo. O escolhido fora Royce, um especialista político vindo da Inglaterra.
Koko Stambuk, obviamente, não sabia que Royce era Maite, Iam insistia em dizer que Royce era apenas um freelance e que as suas matérias só estavam fazendo relativo sucesso por ter um ponto de vista novo. Mesmo a contragosto Koko concordou que o tal jornalista era um novo frescor e que ele estava ansioso para conhecê-lo, algo que Iam vinha postergando com desculpas cada vez mais esfarrapadas por semanas, deixando o jornalista extremamente aborrecido e desconfiado.
A outra ponta da vida que Maite escondia de Wiliam que contava com Fernando e Daniel, encontrava- se estranhamente complicada. Fernando, apesar de por muitas vezes ter orientado a sua afilhada pelo caminho de que deveria se impor a família Levy e ter um lugar de destaque, não estava muito animado com a reviravolta dos fatos, principalmente com a iminência de um casamento dela com Wiliam, além de considera-lo precipitado, principalmente para os seus planos, tinha certa insegurança de que a morena estaria baixando à guarda para o político. Possibilitando, assim, que situação que ele não gostaria que a própria sobrinha e qualquer Levy descobrissem poderia vir à tona a qualquer instante. Esse casamento era uma bomba-relógio a seu ver.
Daniel, por sua vez, que voltara semanas antes, depois de uma longa estadia em Chicago, ficou completamente perturbado com o quanto às coisas haviam mudado em alguns meses, e percebendo que estava perdendo a única coisa que realmente valorizava, se refugiou nos confins do estado de Iowa, onde ainda era dono de uma minúscula propriedade.

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