Capítulo 25

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Barbara Levy sempre foi uma mulher decidida. Mesmo quando Carlos era vice-presidente, a mulher sempre fora aquele suporte por trás do marido. Sempre muito meticulosa, muito focada.
Sempre que algo envolvia seus filhos, a mulher era uma verdadeira leoa, os defendia com unhas e dentes. Quando viu a vida pública e privada do seu filho Wiliam ser exposta a todo mundo, recebendo críticas, julgamentos precipitados, a mulher ficou lívida. E por mais que o filho nunca saiba o esforço que ela fizera para conseguir retirar as suas acusações, ela foi fundamental nas conversas que o marido, Carlos, teve com diversos membros do partido democrático ou políticos e lobistas influentes.
E, por mais que ela odiasse o acordo que levou o filho longe de DC por longos seis anos, ela sabia que essa era a única solução para conseguir limpar a imagem do ex-senador. Contudo, por mais que esses escândalos – na medida do possível, foram contidos, Barbara ainda estava preocupada com outro fator: as ameaças veladas que Fernando Colunga fizera há um ano atrás – quando o procurou – a Wiliam .
Toda aquela maldita conversa ficou em sua mente durante todo esse tempo, e desde que Wiliam estava afastado da mídia, refugiado nos confins do estado de Illinois, a mulher passou a se dedicar em armar um contra-ataque a Fernando Colunga. Ela havia contratado uma equipe de investigadores privados para saber tudo o que podia contra o mafioso. Puxando alguns contatos da faculdade e dos tempos de High School, contou com a participação de alguns policiais e membros do judiciário de Illinois para descobrir em que pé estava as acusações contra Fernando na justiça e como a polícia tratava ele.

Em seis meses de informações, Barbara descobriu que Fernando tinha um esquema criminoso que avançava para fora dos Estados Unidos, mas que seus associados, principalmente os dos Estados do Sul – Arizona, Novo México e Colorado – estavam irritados com o homem e estavam fazendo de tudo para destruí-lo. Tirando isso, criminosos do Canadá, do México e da Colômbia também não estavam gostando da forma com que Fernando vinha lidando com os negócios – principalmente o seu envolvimento com questões políticas – aka: Wiliam Levy.
O assassinato de seu filho, Daniel Arenas, pelas mãos do político aconteceu por um erro do mafioso em procurar uma vingança à família Levy por questões românticas do passado. Afinal, para muitos procurar qualquer tipo de envolvimento com um político, que não seja apoio, era uma sentença de morte.
Outro fator que Barbara ficou surpresa em descobrir, é que o fato de Maite ser filha de Fernando não era um segredo tão grande assim, pois muito de seus rivais já tinham conhecimento desta informação, e o fato dela estar ao lado de Wiliam, mostrava que Fernando já não conseguia controlar a sua família, quanto mais controlar uma organização criminosa. Somando estas questões familiares, Fernando estava cometendo erros grosseiros em seus negócios, fazendo acordos com pessoas que o traíram ou então comercializando drogas e armas que foram roubadas de outros criminosos.
Fernando Colunga sempre teve um alvo em suas costas, mas agora o alvo era muito maior. Todos queriam a sua morte. Mas causar isso não era tão fácil. O homem andava sempre muito bem protegido – seja com carros blindados, lugares que mais pareciam fortes de guerra, coletes à prova de bala e uma equipe de milicianos vindos dos melhores exércitos do mundo. Era impossível adentrar o seu círculo pessoal, conversar ou fazer qualquer coisa à ele. O criminoso estava completamente blindado.

Ela considerou ser a única pessoa a romper a barreira e se infiltrar no círculo de Fernando, mas todas as pessoas com quem falou disseram-lhe que era uma atitude estúpida, era praticamente assinar o seu atestado de óbito, pois por mais que o mafioso nutria um amor doentio por ela, saberia que a sua ida ali seria o seu fim.
Afinal ela era leal aos Levy. Leal a Carlos. Leal a Wiliam.
Fora numa conversa com Julian – mentor e atual rival de Fernando; e Gonzalez – o chefão da organização de Fernando no México -, que ambos disseram que a mulher deveria usar Maite para infiltrar no covil de Fernando. Afinal a morena era filha dele, e por mais que não falasse, era evidente que sempre tivera um carinho especial por ela.
Inclusive, Gonzalez disse que se Maite não fosse casada com Wiliam, ele já teria usada da jornalista para conseguir monopólio nas operações criminosas de Fernando. Mas, segundo ele, fazer qualquer coisa contra a esposa de um homem público, membro de uma das famílias mais importantes dos Estados Unidos, era um verdadeiro tiro no pé.
Por isso que Barbara passou a considerar utilizar Maite para conseguir se vingar e neutralizar Fernando.
Foram semanas de consideração sobre esse assunto. Barbara, por mais que não soubesse verdadeiramente os problemas conjugais que seu filho e nora enfrentavam, encarava Maite com certo receio. O fato de ser filha de Fernando era algo que pesava contra a morena, e o fato de em seis meses ela não ter ido visitar seu filho nos Grandes Lagos era algo que a perturbava. Mas ali estava a sua única opção: Maite era a única que conseguiria se infiltrar na vida de Fernando e não trazer qualquer suspeita – mesmo ela estando afastada do próprio pai há pouco mais de um ano.
Por isso que depois de muito pensar, Barbara decidiu que deveria fazer isso. Usar Maite para destruir Fernando. A morena não sofreria nenhum dano grave – pelo menos ela esperava, contudo, para garantir a segurança e o futuro político e público de Wiliam ela deveria fazer isso.

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