Capítulo 4

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Wiliam Levy sempre fora um homem sexual, movido ao sexo e por mais que colecionasse uma vasta gama de companheiras sexuais, algumas com determinada frequência, outras nem tanto, o Senador sempre se mostrou dominante. Contudo a dominância que ele exercia durante o ato sexual nunca fora humilhante ou degradante para suas parceiras. Até agora.
Quando jovem adepto a experiências novas e prazeres diferentes, o político flertou por um breve período uhcom o estilo de vida BDSM, entretanto, naquela época ele estava sendo treinado pela Força Aérea Americana para assumir o controle de tropas durante a Guerra do Golfo, ocasionando assim que a experiência por esse estilo de vida ficasse em suspenso.
Evidentemente depois da vitória das Forças da Coalizão que ele fazia parte, deixaram a região do Golfo Pérsico, e William retornou aos Estados Unidos, ele tentou se inserir novamente com as práticas de bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo, todavia naquela situação não foi uma inclusão muito satisfatória, já que como um pai coruja o político ficava babando seus filhos recém-nascidos que naquele ponto já estavam afastados da mãe.
Porém, como um homem que gosta e assume que gosta demais de sexo a ponto de não conseguir ficar um dia sem a satisfação sexual, e de experiências novas, principalmente o poder que a dominância emprega, William participou em segredo de cenas e até mesmo do restrito círculo BDSM por um tempo, mas quando foi colocar tais aprendizados em prática com as suas parceiras sexuais, mesmo que de forma contida, fora extremamente frustrado.

Apesar de se aventurar diariamente pelas realidades paralelas que o sexo o levava, William Levy não tentou nenhuma outra vez explorar tais aprendizados, já que ele se dedicava exaustivamente a sua vida pública, a sua futura vida política. Quando assumiu o cargo de Senador do Estado de Illinois há mais de oito anos, não entrando nesta conta os dois anos e meio que atuou como Senador suplente de seu avô adoentado, o político de cabelos dourados envelhecidos percebeu que
aos trinta e três anos, enfim, ele poderia flertar novamente com aquele estilo de vida que se privou quando tinha vinte e poucos anos.
Wiliam, como um homem de princípios e enlaçado em um casamento sem amor, viu que a sua esposa Elizabeth não se submeteria a humilhação, dor e a práticas degradantes sexuais, na realidade, nem mesmo ele queria ter esse tipo de relação com a mãe de seus filhos. Como não tinha amantes fixas naquela época o político buscou se inserir naquele universo através de prostitutas especializadas, contudo não foi tão satisfatório como esperaria daquela aventura.
Frustrado e descrente que conseguiria alcançar prazer com aquelas práticas, deixou de lado este desejo obscuro de seu animal sexual, procurando prazer somente esboçando a sua dominância natural e não aquela aflorada pelas práticas sadistas e masoquistas. Contudo, interessado e ligado a estas artes sua mente volta e meia retornava para aquele assunto, e fora assim que ele, meses depois, resolveu dar mais uma chance a esse universo.
Por intermédio da internet descobriu que na região de Washington, DC existia um grupo que se reunia semanalmente para clarificar e desmitificar algumas coisas sobre o BDSM, auxiliando cada pessoa a descobrir a sua natureza – submissa ou dominante – e verificarem se era aquilo mesmo que buscavam. Wiliam se vira tão interessado por aquele mundo que depois da primeira reunião já conseguira alguém que pudesse lhe mostrar um pouco daquele universo, desconhecido para ele.

Maria Rodriguez, uma bela mexicana naturalizada americana, de longos e escorridos cabelos negros, pele alva e olhos cor de mel, foi a instrutora de William pelo mundo do sadismo e masoquismo. Adepta do estilo de vida BDSM, Maria descobriu ser um tipo diferente de participante deste meio, tudo porque gostava de atuar nos dois lados – ser dominante e ser submissa – ou como é denominado switcher. Infelizmente os switcheres são um modelo não muito bem visto neste universo, o que causou a Maria alguns problemas e desavenças, já que muitos parceiros dominantes disseram-lhe que ela não era tão boa submissa.
Wiliam que tinha um conhecimento muito superficial desse mundo, não se importou que a sua instrutora gostasse de brincar com as duas facetas daquele estilo de vida, na realidade, para ele, uma alma dominante em todos os aspectos, ter uma instrutora switcher tornou-se algo muito mais fácil para compreender como funcionava a dinâmica da coisa. Porém não tardou muito para que Wiliam constatasse que aquele mundo era muito mais complexo e difícil do que ele supunha inicialmente.
A mexicana em seu quinto encontro íntimo com William certificou que ele não nasceu para aquele universo ou pelo menos não totalmente. Ele tinha sim a aura necessária em um dominante. Sabia impor suas vontades, ordenar e até mesmo cuidar de sua submissa antes, durante e depois de uma cena, contudo faltava nele algo essencial para aquele estilo de vida: disciplina. Ele poderia ser membro das Forças Armadas Americanas e ter aprendido sobre aquela disciplina, mas a disciplina essencial para aquele jogo ele não possuía e nem sequer conseguia adquirir.

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