Traquinagens de criança

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Boa noite!!! Sejam muito bem-vindos todos os novos leitores e os veteranos também. 😘😘😘



De banho tomado, barba feita e dentes escovados, Jared saiu do banheiro cantarolando, uma toalha enrolada na cintura e outra na mão, esfregando o tecido nos cabelos molhados. Estranhamente, naquela manhã de segunda-feira, ele tinha acordado bem disposto e feliz.

Muito estranho, não acham?

Quem acorda cheio de disposição em plena segunda-feira?

Como de rotina, Esther estava sentadinha no tapete  brincando com os seus inseparáveis ursos e uma boneca. Ainda cantarolando, seguiu caminho para o closet e vestiu uma boxer vermelha. Segurava uma calça social preta, quando a cena de segundos atrás pipocou como flashes em sua mente.

Algo de errado não estava certo.

Derrubou a calça no chão e correu para o quarto. A cena que encontrou o fez levar as mãos à cabeça.

Puta que pariu!

Foi o seu primeiro pensamento ao ver o estrago feito.

"O que... o que você fez com o seu cabelo?" Mortificado, Jared ajoelhou em frente a filha e tomou a tesoura, que ela segurava.

A bendita tesoura que ele usara mais cedo para cortar alguns papéis e esquecera sobre a poltrona.

"Cortei o cabelinho igual a Barbie seleia. Num ficô bonitinho, o cabelinho da Esther, a rainha da pécia?"

Bonitinho?

Tinha ficado horrível, isso sim.

Esther havia cortado vários centímetros do cabelo do lado direito e uma tentativa de franja mal sucedida na parte da frente.

Ao ver os longos fios castanhos jogados no tapete e a falta que faziam na cabeça de Esther, o pobre Jared teve vontade de chorar de desgosto.

"Crianças não podem mexer em tesouras e facas." Falou baixinho e a pegou no colo. "É muito perigoso e pode machucar você. Promete que não vai pegar em facas, em tesouras e nem enfiar os dedos nas tomadas?"

"Tá bom, papaizinho." Em toda a sua inocência, Esther beijou o rosto dele, sem desconfiar que o pai estava a beira de um colapso.

Zoé o mataria quando visse Esther daquela forma.

Podia facilmente visualizar a cena: a baixinha em cima de um salto médio, o dedo apontado na direção dele, chamando-o de incompetente e desnaturado.

"Zoé vai me matar." Resmungou bem baixinho, ainda assim, Esther o ouviu e o olhou, assustada, quando foi colocada sobre a cama.

"A Plicensa Zoé Blanca de Neve num mata nem balata, papaizinho. Ela é muito linda como um jadim de rosa, foi o amiguinho Fip Augut, que disse."

Claro que só poderia ter sido o principezinho da baixaleza dando cantadas mais baixas ainda.

Quem o tal Philips Augusto pensava ser para dar em cima da Zoé, na frente de uma criança?

Algo borbulhou no peito de Jared ao lembrar da cara do imbecil e a forma que olhava, naquele dia, para Zoé.

Colocou um vestido azul e uma legging na filha, assim como meias e um par de botas rosas. Dessa vez não esqueceu do casaquinho amarelo e muito menos de um antigo boné, que ele guardava no fundo de uma das gavetas do closet.

"Sabia que serviria pra algo." Falou após ajeitar o boné na cabecinha de Esther, na esperança  de esconder o estrago feito.

Mais rápido que qualquer outro dia, Jared se arrumou e dessa vez nem ao menos penteou os cabelos.

Uma família para a Esther (COMPLETO) ✔✅Onde histórias criam vida. Descubra agora