IV

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ARASCAETA

Estacionei o carro em frente a casa do Everton já ouvindo a música alta que tocava. Olhei no celular e vi que ainda eram 11h24. A quinta ainda estava só no começo e já tinha sido uma merda: eu e Camila brigamos ainda cedo, antes de ela viajar.

De novo!

Suspirei, abrindo a porta do carro. Eu preciso me animar com essa festa!

- E aí, Arrasca? - Ribeiro abriu a porta da casa e veio me puxando pra dentro - Achei que não ia vir mais!

- Desculpa a demora! Tive que resolver uns problemas.

- Hum, já até sei o que! Vem, vamos comemorar um pouco - ele me guiou até a área de churrasco da casa dele onde a música estava extremamente alta.

Os caras estavam perto da churrasqueira comendo, bebendo e conversando. As mulheres estavam mais afastadas mas também conversando animadamente entre si e todos observavam as crianças que brincavam despreocupadas próximo dos dois grupos.

Passei pelas mulheres e as cumprimentei. Como eu queria que a Camila estivesse ali, conversando com elas, compartilhando nossas histórias, fazendo amizades.

Fui em direção aos caras mas antes mexi com as crianças, fazendo-me rir deles brincando de tudo ao mesmo tempo.

- FALA, ARRAXXXXCA! - gritou Rafinha quando me aproximei deles, fazendo-me rir.

- Fala, galera! - eu disse cumprimentado um por um e me sentei ao lado do Diego Ribas, o abraçando de lado. Everton me trouxe um copo e Rafinha tratou de logo o encher com cerveja.

- Agora que o Arrasca chegou, bem que ele podia contar a história da garota que tava no jogo ontem, né? - Bruno Henrique disse e eu olhei para Gabriel, que ria, se fazendo de inocente.

- Não acredito que contou pra todo mundo!

- Meio que a gente obrigou ele a dizer o porquê você tava todo esquisito ontem! - Alves disse e eu dei um gole na cerveja. Como eu contar essa história sem parecer um idiota?

- Depois dizem que as mulheres são fofoqueiras... - eu comentei rindo.

- Não desvia do assunto, Arrasca! - Reinier disse rindo.

- Eu não sei como contar, na verdade! Vocês vão me achar um doido.

- Sem essa, parça! - Gabriel disse - Conta logo!!

- Está bem! - eu dei uma pausa, percebendo que todos ali me encaravam, o que me fez rir - Esses dias eu sonhei com ela.

- Com a torcedora? - Gabriel perguntou e eu assenti.

- Como assim? - Ribas me questionou - Vocês já se conheciam?

- Não! Isso é o que eu estou tentando entender: ela estava lá no meu sonho outro dia e ontem eu a vi lá no Maracanã.

- Mas você lembra do sonho? - Felipe Luís disse e eu senti minhas bochechas arderem.

- Credo, Arrascaeta! Você sonhou coisas indecentes com a garota? - Gabriel disse rindo, assim como todo mundo e eu mostrei um dedo do meio pra ele.

- Não sonhei nada indecente com ela, Gabriel! No sonho eu estava meio chateado com a Camila e ela apareceu dizendo que ia me cuidar e que era meu anjo!

- Meu Deus!! - Rafinha comentou sorrindo - Pensou se no fim das contas é coisa do destino pra vocês ficarem juntos?

- Seria muito louco! - Gerson disse, me fazendo rir.

-Eu como seu amigo, adoraria que vocês ficassem juntos porque, convenhámos, ela parece ser muito mais legal que a coisa lá! - Gabriel disse fazendo os caras concordarem e rirem - Ela tava até chorando quando o jogo acabou!

- Eita, que essa é flamenguista na veia! - Everton comentou, nos fazendo gargalhar.

-Acho que é melhor a gente esquecer isso! - eu disse tentando convercer a mim mesmo de que eu pecisava esquecê-la - Eu sou casado e ela parecia ter namorado, fora que nunca mais vamos nos ver!

- Guarda o que eu vou te dizer: se tiver que acontecer, NADA vai atrapalhar, Arrasca! - Bruno disse me encarando e terminando o assunto no grupo, que já falava sobre o próximo jogo, enquanto na minha mente um turbilhão de coisas se passavam.

Angel - G. De Arrascaeta Onde histórias criam vida. Descubra agora