XXXVII

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SOPHIA

Pedi um Uber e agradeci muito por não demorar muito para que o motorista chegasse na frente do aeroporto.

- Bom dia, moça! - o motorista disse assim que eu entrei no carro.

- Bom dia! - Sorri de leve e respirei bem fundo porque se não, chorava ali mesmo, ainda mais quando vi Arrascaeta saindo ao lado dos pais dele, Everton, Marília, Guto e os médicos do Flamengo. Passei meu endereço para o motorista e seguimos viajem o mais rápido dali. Eu precisava sair logo dali.

Durante o trajeto, o motorista ia puxando papo comigo, talvez percebendo que eu não estava bem mas eu não conseguia responder com frases muito longas porque o choro estava entalado na garganta.

- Prontinho, moça! - o motorista do Uber disse assim que parou na frente do meu prédio.

- Obrigada! - eu disse abrindo a minha bolsa e dando o dinheiro da corrida para ele.

- Eu que agradeço! - ele disse pegando o dinheiro e me olhou - Você tá bem?

- Estou! Obrigada - abri a porta do carro, não querendo prolongar a conversa. Eu apenas queria meu quarto agora.

Adentrei no meu prédio, acenei de leve para Pedro e fiquei esperando o elevador.

- Ei! - minha mãe falou comigo assim que eu entrei batendo a porta, e passando rápido pela sala - Que pressa é essa?

- Não é nada, mãe! Eu só quero ficar sozinha no meu quarto.

- O que aconteceu, Sophia? - meu pai me perguntou, segurando meu braço no meio do corredor.

- Depois, pai! - eu disse por fim, soltando a mão do meu pai e indo direto para meu quarto, trancando-me lá.

Troquei a minha roupa e vi meu celular tocando dentro da minha bolsa. Peguei o aparelho e vi que Marília me ligava e que ela já havia me ligado duas vezes antes.

Desliguei o telefone e me deitei na minha cama, soltando as lágrimas que eu segurava desde a hora que eu saí do aeroporto.

Não acreditava que eu apenas era aquela pessoa que Giorgian usava para esquecer a ex. Pelo visto eu sou tão inútil, que ele nem conseguiu esquecer a tal de Camila e na primeira oportunidade eles voltaram. Eu devia ter suspeitado quando estava sendo ignorada por ele. A boba ainda foi no aeroporto pra reencontrar ele!

Como ia ser daqui pra frente? Eu não vou conseguir olhar pra cara do Giorgian e nem de ninguém do Flamengo. Eu devo estar sendo bem zoada por ter feito todo esse papel. 

Suspirei fundo, enxugando minhas lágrimas e me levantei, abrindo a porta do meu quarto, procurando meus pais, que estavam cochichando na cozinha.

- Mãe, pai, eu vou voltar pra Minas!

Angel - G. De Arrascaeta Onde histórias criam vida. Descubra agora