LVIII

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SOPHIA

Acordei com um ser - bem irritante aliás - batendo um milhão de vezes por segundo na minha porta. Me levantei, vendo as horas no meu celular e concluindo que não estava nem um pouco atrasada.

- Já vai! - eu disse amarrando de qualquer jeito o meu cabelo e indo até a porta pra abrir.

- Sophia... - Guga me olhou assim que eu abri a porta. Ele parecia um pouco assustado - Você tá bem?

- Claro que sim, meu amor! O que aconteceu? - ele fez uma careta.

- Então você nem chegou a entrar na internet hoje! - ele disse entrando no meu quarto.

- Eu deveria? - ele assentiu e então desbloqueei meu celular, vendo um turbilhão de notificação, de tudo quanto é rede social - Qual eu abro primeiro? - perguntei para o zagueiro que ainda me olhava preocupado.

- Faz o seguinte, pra você entender o que aconteceu, pesquisa o nome do Arrascaeta no Google antes de entrar em qualquer rede social! - assenti e assim fiz. Quando a página carregou, meu coração quase parou ao ler a primeira notícia:

Arrascaeta troca beijos com jornalista durante concentração

Olhei para Guga e senti minhas pernas tremerem e meu olho marejar. Abri a notícia e li ela o mais rápido possível, vendo as nossas fotos da noite passada. O zagueiro me puxou para sentar ao seu lado e me abraçou. Senti meu celular vibrando e nem me dei o trabalho de ver quem era.

- Tenho até medo de entrar nas redes sociais e ver o mundo todo me crucificando! - eu disse em meio ao choro.

- Não vou mentir pra você mas é meio isso que está acontecendo mesmo.

Meu celular vibrou e eu percebi que era Antônio, meu chefe. Sequei minhas lágrimas e me afastei do jogador para poder atender ao telefone.

- Oi!

- Oi! Falo com a Sophia? - não era Antônio, o que me fez gelar porque eu conhecia aquela voz.

- Sim! - minha voz quase saiu falha.

- Pois bem, aqui é o Mauro, chefe geral e eu preciso ter uma conversa séria com você!

- Tudo bem!

- Não por telefone! Reservei suas passagens para você voltar à Minas hoje mesmo e te mandei por email tudo já! Espero você amanhã às oito da manhã aqui na redação.

- E o jogo de hoje?

- Depois do que você e aquele jogador aprontou você ainda tá achando que vai cobrir o jogo? Já mandei alguém pra te substituir. Espero você amanhã! - ele desligou e eu comecei a chorar mais ainda.

- O que foi?

- Acho que perdi meu emprego!

- Fala sério! Só por que você e o Arrasca se encontraram ontem e não fizeram nada de mais, a sua capacidade de fazer jornalismo diminuiu?

- Infelizmente a corda sempre arrependa para o lado mais fraco! - olhei minha caixa de email e vi que o vôo era às quatro da tarde.

Conferi meu WhatsApp e li rapidamente meu pai brigando comigo pela minha atitude, minha mãe me perguntando como eu estava assim como os meninos do Fla, além de Marília e Julie. Arrascaeta me ligou um monte de vez tanto pelo aplicativo quando por chamada normal, além de um milhão de mensagens escritas e de áudio. Não ouvi e nem li nenhuma delas apenas mandei um "Estou bem!"  para o uruguaio e desliguei meu celular.

- Guga, agradeço por você ter vindo aqui mas eu preciso mesmo ficar sozinha! - eu disse me levantando da cama e meu amigo assentiu saindo sem antes me dar um abraço e sussurrar um "fica bem".

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Olá de novo! 😄
Prometo que esse é o último de hoje 😂😂😅
Comentem bastante, viu?


Angel - G. De Arrascaeta Onde histórias criam vida. Descubra agora