LVI

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SOPHIA
02 de maio de 2020

- Sophi! - Escutei a voz do Guga me chamar e o procurei com os olhos, vendo que estava nas últimas cadeiras do avião. Ele acenou pra mim e eu ri, caminhando na sua direção - Guardei um lugar pra você! - ele disse assim que cheguei na sua cadeira.

- Não precisava, doido! - me sentei ao lado do zagueiro - Ei, Ricardo! - cumprimentei o atacante que estava ao lado do Guga, na janela - Nem te vi lá fora! - ele riu.

- Oi, Sophia! Cheguei atrasado e vocês dois estavam rindo igual umas hienas, é claro que não iam me perceber - Guga soltou um levo riso e eu gargalhei.

- Tá ansiosa pra revê-lo? - o zagueiro me perguntou enquanto eu me ajeitava na poltrona.

Depois de mais de mês pra lá e pra cá com o time mineiro, viajando com o time, preparando entrevista e notícias para o SporTV, além das transmissões dos jogos, hoje estávamos a caminho do Rio de Janeiro para a primeira partida do Brasileirão, contra o Flamengo.

- Você sabe que sim! - Guga sorriu. Havíamos nos tornado bastante amigos desde que comecei a acompanhar o time, principalmente porque somos flamenguistas e conversamos muito sobre o time carioca e o desejo do zagueiro de jogar lá. Guga sabe tudo sobre mim, inclusive meu rolo com o Arrascaeta, demonstrando o quanto eu confia nele.

Olhei para o lado e vi Marcos, o câmera que tem me acompanhado, dormindo plenamente. Cutuquei meu amigo mas tivemos que segurar o riso porque o pessoal do time, da comissão técnica ou meus amigos de imprensa iam vir brigar com a gente, como sempre, falando que éramos escandalosos.

Abri minha mochila, tirando de lá meu notebook e meu fone. Deixei minha mochila no meu pé e liguei o aparelho.

- O quê você vai ver?

- Vídeo aula! Tenho um monte de coisa da facul pra resolver - o zagueiro fez uma careta.

Eu, nesse último mês acabei trocando minha faculdade para EAD porque estava mais faltando do que indo nas aulas por conta do trabalho. Conversei com Antônio e ele conseguiu um bom desconto numa faculdade a distância. Apesar de ter que estudar da mesma forma, era muito mais fácil porque eu conseguia adaptar à minha rotina louca e precisava ir poucas vezes somente para fazer provas ou entregar trabalhos.

- Que tédio! Achei que a gente ia batendo papo.

- Foi mal mas essa horinha de viajem vai ser sagrada pra mim.

- Tudo bem! Acho que vou assitir uma série então - ele puxou seu celular e pegou seu fone no bolsa da bermuda.

Conectei meu fone no meu notebook e  então procurei alguns materiais que estavam salvos para poder começar logo.

(...)

- Caraca, tô com muito sono! - eu disse pra mim mesma assim que entrei no meu quarto de hotel, olhando meu relógio no pulso e vendo que marcava sete da noite ainda. Coloquei minha mala em cima da cama e me joguei ao lado dela.

Puxei meu celular e mandei para o pessoal da redação algumas informações que o departamento médico do Atlético tinham me passado durante o trajeto do aeroporto até o hotel.

Aproveitei para mandar mensagem para meus pais, avisando que já tinha chegado e que estava tudo bem. Recebi uma mensagem de Guga, me perguntando se eu demoraria para descer pro jantar e o respondi dizendo que pediria no quarto mesmo porque eu não estava nem um pouco a fim de me arrumar para jantar.

Me levantei e liguei pro pessoal do hotel, pedindo meu jantar e enquanto aguardava minha comida chegar, ajeitei minhas coisas para amanhã e separei uma roupa para tomar banho logo depois.

Depois de uns 10 minutos uma moça simpática, que trabalhava no hotel trouxe meu jantar e eu comi até devagar, enquanto mexia nas minhas redes sociais.

Quando estava quase acabando de comer, eu engasguei feio ao ver, na barra de notificação, a nova mensagem que eu havia recebido:

Arrasca ❤️: Já chegou? Queria te ver.

Angel - G. De Arrascaeta Onde histórias criam vida. Descubra agora