Niall POV
Fui obrigado a tirar uns poucos dias de férias pelo meu chefe que achou melhor me deixar descansar por mais tempo e eu achei melhor aceitar porque sabia que meu emprego estava por um fio e lutar contra a decisão dele não iria me favorecer, mesmo que isso não esteja nos meus planos. Harry vem me ignorando desde o dia no hospital, pelos meus cálculos já se passaram oito dias e ele ainda está bravo comigo e principalmente pela decisão que tomei, e eu também não poderia força-lo a aceitar toda essa situação de forma alguma, eu o conheço e sei como ele odeia qualquer tipo de decisão errada ou que vá contra seus princípios mas ele precisa me entender, precisa aceitar que isso não é o meu desejo, nunca foi e ele sempre soube disso.
Meus pais estão mais super protetores do que nunca comigo e tudo só não aconteceu ainda porque eles vem tentando me impedir e porque eu ainda não tive coragem de ligar para o Liam e lhe pedir pela assinatura, essa parte vai ser a mais fácil, eu sei que ele não vai querer esse filho tanto quanto eu.O holograma de Joe soou na cozinha e como o Harry estava lá não me importei em levantar, continuei sentado no sofá olhando para a televisão sem prestar muita atenção, normalmente no sábado nós dois passaríamos o dia assistindo nossas séries juntos depois de passar a manhã toda trabalhando em nossas aulas e agora tudo que fazemos juntos é comer, em um silêncio constrangedor.
— você tem visitas — a voz grossa do Harry preencheu meus ouvidos e antes que pudesse perguntar de quem se tratava ele já estava se dirigindo até a porta para abri-la.
Zayn apareceu primeiro, com um sorriso tímido olhando sem graça para ele e logo atrás estava o Liam, olhando ávido para mim, me levantei rápido quase tropeçando em meus pés sentindo meu coração bater forte com a surpresa.
— entrem, fiquem a vontade — sua voz soou simpática e isso me fez encara-lo curioso, ele estava todo emburrado a segundos atrás, Liam e Zayn entraram meio relutante olhando para todos os cantos e quando Harry começou a fechar a porta Zayn o olhou um tanto tenso.
— Harry, na verdade eu pensei que poderíamos sair para tomar um café ou eu não sei, alguma coisa — Harry ponderou por um tempo olhando para mim e para o Liam e então concordou, pegando seu celular e saindo junto a Zayn.Sinto meu coração na boca, como se ele estivesse prestes a sair assim que eu a abrisse, depois de tanto tempo sem vê-lo não imaginei que fosse me sentir assim, principalmente porque as imagens daquela noite rondam a minha mente, eu tentei não ser curioso e ignorar que aquelas imagens estavam lá mas eu não consegui me segurar, precisava ver o final daquilo e o resultado foi uma vergonhosa ereção, a forma como ele me apertava contra si enquanto entrava e saía sem nenhum pudor me prensando no sofá me fez tremer e me sentir injustiçado por simplesmente não me lembrar de seus toques, vê-las me esclareceu muitas dúvidas principalmente a de como saímos do sofá e paramos na minha cama. Eu preciso focar em meu objetivo, mesmo que seja tentador tê-lo aqui parado me olhando ansioso.
— Niall eu queria me... — uma onda de coragem pareceu percorrer seu corpo fazendo-o se pronunciar primeiro e outra onda ainda maior me fez interrompê-lo.
— a culpa não foi sua, você não se aproveitou de nada e eu lhe devo desculpas — falei rápido fazendo-o me olhar um tanto surpreso e confuso, ele tentou se aproximar mas parou no lugar um tanto relutante.
— então você acredita em mim ? — concordei minimamente vendo um pequeno sorriso se abrir em seu rosto — mas como ? Eu não entendo, se já sabia a verdade porque não me procurou ? — nós estávamos a uma distância considerável um do outro e agradeço por isso caso contrário ele conseguiria ver o quanto estou tremendo.— aconteceu algumas coisas Liam e eu já lhe pedi desculpas pela forma que agi, isso não basta ? — murmurei alto andando relutante em sua direção, passei por ele pegando o documento na mesa atrás de si, respirei fundo antes de virar encontrando-o bem próximo a mim — preciso que assine isso por favor — murmurei baixo quase sem ar pela proximidade entre nós, Liam me olhou, olhou para o papel e então se afastou um tanto rápido.
— você está grávido ? — Liam questionou ávido com a mão sobre os cabelos, seus olhos arregalados pareciam soltar faíscas de tão acesos, concordei devagar vendo-o andar para todos os lados já ficando um tanto alterado — e o que ? Pensa que vou matar meu filho ? Eu sei o que esse documento significa e você não terá minha assinatura, isso é loucura — Liam correu ficando próximo a mim, bufando contra meu rosto seus olhos transbordando raiva e meu único instinto foi levar minha mão com calma até o botão do pânico embaixo da mesinha e esperar o momento certo para aperta-lo.
— nós dois sabemos que isso foi um erro, eu não quero esse filho e eu sei que você também não quer essa responsabilidade, vamos fazer isso da melhor maneira, por favor Liam — sussurrei tentando inutilmente controlar minha respiração que já está totalmente desregulada com o pânico me consumindo.
— você não quer tê-lo ? Por que ? — Liam diminuiu sua voz que saiu quase num sussurro e isso me fez empurra-ló para longe.— nunca quis ter filho nenhum, ainda mais sendo seu, assine isso logo Liam — empurrei o envelope para ele que puxou com força olhando-o atento e depois começou a rasgá-lo em mil pedaços — o que você está fazendo ? Isso levou dias para ficar pronto, você só tinha que assinar Liam, só isso — gritei correndo para a pilha de papel picado no chão, já sentindo minhas lágrimas nos olhos e o desespero me consumir.
— eu posso ser um monstro e posso não ser o pai que você desejou para o seu filho mas eu nunca aceitaria isso, esse filho também é meu e a decisão não cabe somente a você — suspirei baixo ajoelhado no chão totalmente sem forças, simplesmente não acredito que ele fez isso, ele só tinha que assinar o maldito documento e agora está tudo aqui, transformado em nada.
— eu não o quero — falei baixo sem forças para continuar, Liam se abaixou e se sentou ao meu lado.
— por que ? Porque eu sou o pai ? Você pode continuar com isso, pode tê-lo e depois criá-lo com o Harry, eu não me importo de vê-lo crescer de longe, realmente não me importo pois toda vez que vê-lo me lembrarei da pessoa pela qual eu me apaixonei pela primeira vez — olhei confuso para ele, limpando meu rosto para enxergar melhor e fiquei surpreso quando vi lágrimas em seu rosto.— o que está falando ? — ele limpou sem jeito suas lágrimas sorrindo triste para mim.
— que a vida está me fazendo pagar por todos os meus erros, eu me apaixonei por você e tudo que estou fadado a ter é seu desprezo — Liam murmurou baixo olhando para seus dedos — nunca me senti assim mas esse sentimento está me fazendo abrir mão do nosso filho, eu sei que não o quer porque eu sou o pai mas não pode tirá-lo só por isso, eu me afasto de vocês, não se preocupe, só não faça isso — seu olhar se ergueu e sua expressão fez meu peito se apertar, consigo sentir que está falando a verdade, que ele está sofrendo com essa decisão e me sinto um lixo por isso.
— Liam, eu não o quero porque você é o pai, eu simplesmente não tenho esse desejo dentro de mim, não quero um filho, nunca quis — segurei de leve sua mão fazendo-o me olhar melhor e ele suspirou.
— você pode amá-lo — neguei com a cabeça soltando sua mão — pode sim, pode amá-lo e eu posso te ajudar, me deixe te ajudar Niall, me deixe te amar — Liam puxou minhas mãos de volta me olhando esperançoso, se aproximou devagar e selou nossos lábios.Eu sabia que não poderia lutar contra a onda de sentimentos que se apossou de mim quando seus lábios se juntaram aos meus, e eu sei o quanto eu desejei senti-los, já não posso negar o que sinto por ele, me levantei minimamente só para me ajustar melhor me sentando em seu colo aprofundando o beijo sentindo as mãos grandes dele me abraçarem me puxando para colar nossos corpos.
— me ajude Liam, me ajude a amá-los — sussurrei entre o beijo ouvindo-o gemer baixo e vê-lo arfar pela lufada de ar solta pelos meus lábios, Liam me olhou com os olhos intensos por um momento antes de me beijar novamente.
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Obsession (Niam Horayne) [mpreg]
FanfictionO ano é 2050 onde homens grávidos com seus parceiros são vistos aos tropeços pelas ruas de Londres, um ano em que a alta tecnologia predomina e que preconceitos e abusos não são tolerados, um ano onde as pessoas se identificam por suas destintas Fam...