Depois da morte...

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"Tenham medo do desconhecido"

Isso já cansei de ouvir

Quando neste mundo vivia,

Mas agora falecido

Só posso sentir

O frio da inexistência que me arrepia...

O monstro sempre fui eu...

Isso não posso negar,

O que todos deviam temer

Neste mundo sem Deus,

Pois mesmo antes de nascer

Bebi toda a água do mar...

Eu era o desconhecido

Que devia temer,

O mal envelhecido

Que fez a terra tremer...

Nem mesmo a morte

Pôde me deter

Em vida tive a sorte

De tudo ter,

Hoje sou apenas um nada

Desfalecido

Com a alma acorrentada

E o corpo exaurido...

Mas com o mundo em minhas mãos dilaceradas...

De um povo ensandecido

De mil bocas costuradas...

EpifaniaOnde histórias criam vida. Descubra agora