- Do seu pai?
Ela ficou tão branca que Shikamaru temeu que ela fosse desmaiar. Ela chegou até a oscilar um pouco, como se as pernas fossem lhe faltar.
- Temari?
A voz de Shikamaru transmitiu preocupação. A verdade é que ele jamais esperou que ela reagisse assim. Se ele suspeitasse que ela fosse ficar tão chocada não teria dado a notícia tão a sangue-frio. Mas como ela não pareceu ligar muito ao saber que Shikaku tinha uma amante, Shikamaru entendeu aquilo como uma confirmação de que ela não dava a mínima para ele, e igualmente não daria a mínima para o bebê que Shizune estava esperando.
- Venha, sente-se aqui.
Ele foi até ela apressadamente e a fez sentar no sofá.
- Desculpe. Eu não devia...
- Tudo bem - Temari murmurou com uma voz que deixava claro que não estava nada bem.
- Não está, não. Eu... ah Temari, que inferno! - Ela olhou para ele enquanto ele falava, e ele percebeu aqueles olhos brilhantes. - Está chorando?
- Não!Ela empinou a cabeça e o queixo, orgulhosa, procurando demonstrar o contrário do que sentia.
Mas sua voz trêmula entregou o jogo. Ela teve que lutar para controlar a boca, também. Conseguiu conter as lágrimas, mas seus cílios estavam molhados.- Não estou chorando coisa nenhuma!
- Não está mesmo? - Ele levantou o mão e esfregou um dedo levemente nos cílios de um dos olhos de Temari. - E isto aqui é o quê? - Temari ficou olhando para a mão de Shikamaru logo abaixo de seu rosto. Até que uma lágrima grossa e quente caiu sobre sua mão. - Ah, Temari!Ela murmurou qualquer coisa baixinho, mas ele não entendeu. Então ela repetiu e desta vez não havia dúvida quanto ao desespero em sua voz.
- Eu não posso... Não agüento lidar com essa situação. Não agüento mesmo!
Shikamaru não sabia dizer o que eram os sentimentos que explodiram dentro de si. Havia um pouco de preocupação, uma enorme compaixão pelo que ela estava tendo de encarar. Havia necessidade de entender, simplesmente saber o que ela estava sentindo realmente. Havia outros pensamentos também, pensamentos menos respeitosos que aqueles, mas ele não seria humano se não admitisse.
Houve também um sentimento repentino de triunfo ao pensar que estava, enfim, se deparando com a verdadeira Temari. E aquelas lágrimas indicavam que a verdadeira Temari não era a mercenária corrompida que se esforçava em parecer.
Mas se havia algo que ele não conseguia controlar era a intensidade de seu desejo, de sua necessidade de ouvir dela que aquele casamento seria cancelado. Pela primeira vez ele admitiu para si mesmo o quanto esperava por aquele momento.- Como é? - ele perguntou, ainda imóvel, ainda sem tocá-la. - O que foi que você disse?
- Eu não consigo...
- Não consegue agüentar o quê? Diga, Temari.
- Não vou conseguir agüentar este casamento! - Suas palavras eram quase um uivo desesperado. - Não posso me casar com seu pai! Não vou me casar com ele!As lágrimas enfim caíram. Mas ela não fez nenhum barulho. As lágrimas caíram, inundando seu rosto, umedecendo seus cabelos, mas ela não fez um som sequer.
E Shikamaru ficou perplexo. Todas as mulheres que conheciam choravam alto, fazendo barulho, soluçando e arfando. Temari parecia mais uma estátua de mármore, pálida e imóvel e em absoluto silêncio.- Por quê? Está falando sério?
Ela fez que sim.
- Não posso casar com seu pai porque... Porque é você quem eu quero.
Ele não precisou ouvir duas vezes. Abaixou a cabeça e beijou-a na boca, desta vez docemente.
- Temari, minha linda Temari. Vamos para a minha cama agora?
- Sim - ela suspirou com os lábios de encontro aos dele. - Sim, por favor. Mas não aqui.
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A Madrasta
ФанфикQuando uma noite leva à rendição total... Temari Sabaku estava sendo chantageada e forçada a casar. Mas antes teve uma noite de paixão com um homem que jamais veria novamente... Shikamaru Nara não está acostumado a ser rejeitado. Sua parceira, uma m...