Adelaide: Fernando.
Fernando: Eu espero não incomoda-los.
Arthur: De forma nenhuma, estamos felizes com a sua visita, sente-se.
Fernando: Foi extraordinária a festa, a cidade toda está comentando.
Adelaide: Foi só uma ocasião de demonstrar o meu amor ao meu pai.
Arthur: Essa senhorita não mede esforços para agradar o meu coração e se você Fernando agrada o dela, tanto melhora, considere sempre bem vindo a nossa casa. Bem, eu vou me recolher.
Adelaide: Nada de ler relatórios na cama.
Arthur: Está bem minha pequena tirana.
Todos: HáHáHá!
Arthur: Boa noite a vocês.
Fernando: Boa noite comendador.
Adelaide: Boa noite pai... que bom que veio, eu sonhei com você a noite toda.
Fernando: Eu espero que tenham sido agradáveis os sonhos.
Adelaide: E como poderia ser diferente? Eu só pensava em reve-lo e continuar a nossa conversa interrompida no meu quarto.
Fernando: Conversa? Interrompida?
Adelaide: Não se lembra meu querido?
Fernando: Ah, claro!
Adelaide: Então, aqueles assuntos que, que impediam, que me impediam de fazer a minha felicidade completa, você já os resolveu? Está livre para mim?
Fernando: Posso dizer que, não há mais nada que me prenda a nada e nem a lugar nenhum.
Adelaide: Folgo em saber, Fernando, meu amor.
• Enquanto Isso...
Aurélia: Como é que a gente ia saber? Quem pode prever uma coisa dessas?
Torquato: Eu me sinto culpado por não ter dito nada a vocês, ao menos vocês estariam mais preparados pra uma morte tão súbita.
Aurélia: Dito o quê?
Torquato: Sua mãe foi me procurar Aurélia, estava se queixando de palpitações, falta de ar, eu prescrevir alguns remédios a ela e sobre tudo... repouso, ela me pediu para que não contasse nada a vocês, estava muito confiante que ia melhorar, eu tive que respeitar o seu desejo.
Aurélia: A culpa não é sua dr. Torquato, minha mãe nunca pensou na saúde, ela vivia para o meu pai, depois para nós, ajudava os amigos, os vizinhos, era um anjo bom. Eu tive muita sorte de ter tido ela como mãe.
Torquato: Ela sabia do seu amor, sua mãe amava você e Pedrinho, acima de tudo ela tinha muito orgulho de vocês, nunca se esqueça disso.
Aurélia: Meu Deus, como é que eu vou acordar amanhã e saber que ela não está mais aqui?
Torquato: Você vai acordar com coragem minha querida, eu quero que contem comigo para o que precisarem, eu posso começar tentando providenciar para o enterro se você desejar.
Aurélia: Meu Deus, meu Deus, o enterro, como farei, não temos dinheiro para essas despesas.
Torquato: Bom, isso é grave, infelizmente eu também estou sem nenhum... mas eu vou arranjar, eu farei de tudo para da um enterro digno a sua mãe.
Aurélia: AI QUE VERGONHA!!!
Torquato: Vergonha nenhuma Aurélia, eu como médico vejo isso acontecer todos os dias, a morte não manda recado quando vai chegar e pega todos desprevenidos.
Aninha: Aurélia, olha como o papai ficou grandioso de uniforme.
Aurélia: Aninha? Uma desgraça.
Aninha: O que aconteceu Aurélia?
Rodrigo: O que houve dr. Torquato?
Torquato: Infelizmente, dona Emília acaba de falecer.
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Essas Mulheres
RomanceA trama se passa em 1880, na cidade do Rio de Janeiro, seguindo a vida de três mulheres fortes e determinadas. Aurélia, Maria da Glória e Mila são grandes amigas que frequentam as aulas de etiquetas juntas, porém a vida não demora muito para colocá...