CAPÍTULO II - Última Parte.

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Eles passaram pelos portões da Cidadela de Algathar, o centro nobre da cidade. Era ali que ficava o castelo do Rei, o Templo dos Dragões e a Biblioteca. Entraram nesta já procurando por Kemik, como orientado por Eruvalon antes de saírem de casa. Ele era o responsável pela biblioteca. Alegava já ter lido todos os livros dali, e também ter refeito diversos manuscritos antigos.

Lucius logo lhe perguntou se havia algum registro sobre uma árvore com folhas brancas e mostrou-lhe o pingente.. O senhor dos óculos fundo de garrafa pensou por um momento, até que começou a andar pelos corredores de livros, procurando algo nas prateleiras. Andou por uns cinco, talvez seis corredores até que finalmente se lembrou onde estava o que buscava. Chamou o casal de jovens que estava apenas observando-o para que fossem atrás dele.

A biblioteca possuía dois andares, com prateleiras do chão ao teto repletas de livros. Escadas de ferro ficavam presas à altos trilhos, dando acesso aos livros fora de alcance. Chegaram à uma estreita escada em espiral, fechada por uma porta velha de ferro e cadeado. Era uma área restrita.

- O que vocês sabem sobre Elbereth e Cygni? - o velho colocava alguns pergaminhos debaixo do braço.

- Quem...? - indagou a moça.

- Dragões, minha cara... Dragões... - ele continuou pegando manuscritos das prateleiras.

Sallah e Lucius se entre-olharam e o rapaz respondeu:

- Não muito... Quase nada, na verdade.

Kemik colocou os sete pergaminhos e os dois livros que recolheu numa mesa redonda que estava no meio da sala.

- Então estudem! - e o senhor se dirigiu à saída - Essas crianças... - resmungou para si.

- Ahn... Obrigada!

O velho se manteve a caminho da escada, apenas ergueu e chacoalhou a mão como quem diz "não tem de quê". Antes de sair da vista, falou alto:

- Só não levem nada daí!

Os dois riram baixo.

Lucius começou a desenrolar os pergaminhos enquanto Sallah folheava os manuscritos. Cada rolo tinha um título diferente. O rapaz então percebeu que cada um se tratava de um Dragão em especial. Cygni e Elbereth, como Kemik havia dito, estavam ali.

- "A Dragão Negro, chamada de Rainha da Noite, tinha o poder de Mahina, das Trevas e do Gelo"... - ele começou a ler em voz alta, e Sallah parou o que estava fazendo para prestar atenção - "Era quem controlava a noite e todas as suas criaturas. Extremamente poderosa e, assim como sua companheira do dia, era um Dragão Superior."

Ele leu por cima os outros pergaminhos e os dividiu: dois foram para o meio da mesa, e os outros cinco ficaram a seu alcance.

- Certo... São dois Dragões Superiores, quatro Elementais e os Secundários... - o rapaz explicou sua divisão - Mas onde os pingentes se encaixam?

A moça voltou aos diários que olhava. Um deles tinha uns 250 anos. O outro era mais novo, limpo, mas suas datas eram de mais de 450 anos atrás. Provavelmente um dos documentos que o velho bibliotecário disse ter reescrito. Este falava da Guerra dos Dragões, da qual a maioria das crianças já ouvira, mas não detalhadamente como naquele manuscrito. A batalha extinguiu os Dragões Elementais e boa parte de toda sua espécie. E os anos seguintes foram uma caça secreta aos remanescentes, liderada por Elbereth.

Finalmente encontrou uma pista. Quem escreveu aquelas informações, deixou registrado ali que o Rei dos Cianteranos e o Rei dos Elfos sabiam do paradeiro de Cygni e sobre a criação de um Santuário Prateado, mas que os Humanos não sabiam de nada. O segundo escrito falava sobre um herdeiro da Dragão Negro, sendo possivelmente o único dragão vivo nos dias de hoje.

Silver Leaves - O Dragão Negro (COMPLETO - SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora