CAPÍTULO XII - Parte 2

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A chuva cessou quando, enfim, Antares nasceu. Lucius e Karin caminharam a madrugada inteira, a essa altura não deveriam estar muito longe de Delendíl.

Sallah acordou com a luz do dia em seu rosto e o cheiro de terra úmida. Espremeu os olhos quando a dor de seu ombro deslocado a lembrou da noite anterior. Ela sentiu estar sendo carregada:

- Lu...? - ela falou baixo. Os raios de Antares em seus olhos a impediram de abri-los completamente.

- Shh... Não fale, descanse... - ele respondeu no mesmo tom.

- Karin...?

- Karin está bem, - sussurrava - Logo vamos parar um pouco. Descanse e aproveite a carona. - Ele sorriu, deixando Sallah encabulada - em parte pelo lindo sorriso, e parte por sentir-se um estorvo -.

Pararam quando encontraram um bom lugar para repousar, com Antares já a pico. Lucius cuidadosamente colocou Sallah encostada em uma árvore. Ela gemeu incômoda quando seu ombro tocou o tronco. Karin vendo a amiga acordada correu até ela:

- Sa!! Você está bem? - abaixou-se ao lado da moça.

- Estou... E você? - preocupou-se - Desculpe gritar com você naquela hora...

- Não tem problema! O importante é que saímos vivos.

Sorriram uma à outra e Karin levantou-se para buscar qualquer coisa comestível nas redondezas. Lucius coletava os galhos mais secos que encontrava para tentar acender uma fogueira, afinal estavam todos ainda molhados da torrencial chuva. O rapaz buscava a madeira, mas estava sempre de olho na jovem ao pé da árvore. Ela estava visivelmente esgotada. Acabara de liberar pela primeira vez seus poderes mágicos e ele sabia bem o quão desgastante isso era.

Sallah tentava repassar o que acontecera na noite anterior. Não tinha certeza de como haviam saído da enrascada que se encontravam. Lembrava-se de sentir seu corpo encher-se de uma energia poderosa quando tentava salvar Lucius da queda. E lembrou-se novamente da dor em seu ombro direito. Nunca deslocara, nem quebrara, nenhuma parte de seu corpo antes - teve certeza ali que essa jornada que a vida lhe deu lhe traria ainda mais surpresas como essa. Não conseguia recobrar-se de mais nada até acordar nos braços de Lucius.

Karin encontrou cogumelos comestíveis e retornava com alguns em mãos para que pudessem alimentar-se minimamente. Todos os equipamentos e suprimentos haviam ficados nos cavalos. Por um momento viu-se irritada com a ideia maluca de soltá-los, mas logo reconheceu que, se não fosse por essa ideia, talvez não tivessem passado dessa última noite. Estava quase no local de descanso quando viu-se cercada por cavaleiros com capas brancas e armaduras douradas. A cavalaria élfica havia chegado.

	Antares se punha e conforme se aproximavam da cidade, ouvia-se o som de uma grande queda d'água

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Antares se punha e conforme se aproximavam da cidade, ouvia-se o som de uma grande queda d'água. A intensidade dessa obra da natureza ficava cada vez mais alta e ia se mostrando não ser uma cachoeira qualquer. Desceram até a margem esquerda de um largo rio - que pela correnteza, era a saída do fluxo de água - e, em meio às árvores, Delëndíl surgia. A cidade era majestosa e suas construções misturavam-se à montanha. A enorme cachoeira contornava a plataforma de pedra onde o castelo parecera ter sido esculpido, formando uma muralha natural na metade traseira do reino.

Silver Leaves - O Dragão Negro (COMPLETO - SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora