P.O.V Tae
Havia passado cerca de uma semana após o resgate de S/n, e também uma semana que ela estava trancada em um quarto preparado para ela. Comia pouco e só tomava os remédios para ajudar nas dores e na infecção.
Ah-ri estava desanimada também. Ela queria ajudar a irmã, mas não conseguia, pois a porta nem era aberta para a pobre garota.
E infelizmente, isso estava me afetando também. No dia que ela limpou a fábrica por nós, e eu a ajudei. Eu soube que ela precisava de alguma mão para ajudá-la. Algo que ajudasse a comprimir aquela falta que ela sentia em seu coração.
Se eu fizer isso mais uma vez? Mas ela nem sequer abre a porta. Se eu fazer algo que ela goste? O que ela gosta afinal? Ela é "ex" militar. Que tipo de coisa ela gosta?
Odiava aquilo. De verdade. Odiava ver as pessoas tristes.
Aquela frase que ela sempre fala...
- Soldado continue a marchar... Cabeça abaixada até o trabalho acabar! - Cantei baixo. - É Soldier da Fleurie! Ela gosta de músicas!
Fiquei extremamente feliz ao pensar nessa idéia.
Andava calmamente até a porta do quarto que estava trancado fazia uma semana. Olhava a porta, tentando visualizar a garota que parecia ter perdido o chão. Mesmo ela tendo melhorado um pouco no dia do bombeamento, ela piorou após ver o quadro de saúde dela.
Várias infecções que foram causadas por uma garrafa de vidro quebrada e um taco de beisebol. O ar contaminado fez o quadro piorar, fazendo com que ela criasse até uma infecção pulmonar. Os ossos estavam extremamente fracos e podíamos ouvir ela chorar durante a noite.
Ao me aproximar da porta, vejo Sunmi se aproximar com uma bandeja de comida e remédios. Ela parecia decepcionada e cansada. S/n durante a noite teve crises de Pânico por lembrar da dor que sentiu ao ter sua perna retirada de seu sistema nervoso, ósseo e muscular. Fazendo a adrenalina ser liberada pelo seu corpo.
- Olá Tae. - Sunmi me chama. - Tudo bem?
- Tudo sim. - Respondi, nervoso. - Como ela passou a noite?
- Crises. Teve três, e quase teve um ataque. - Ela conta. - Talvez eu não deva ter cortado a perna dela afinal..
- Devia sim. - A repreendo. - Ela tem que viver pela Ah-ri, por mim, e pelos meninos.. Ela é extremamente importante.
- Faça isso entrar na cabeça oca dela. - Sunmi diz. - Ela perguntou ontem como funciona a eutanásia.
Fico em choque. Ela estava realmente pensando em suicídio?
- Bem, eu tenho coisas para fazer. - Sunmi fala. - Você tenta fazer com que ela coma isso?
Pego a bandeja, com um sorriso simples. Sunmi corresponde e logo se afasta, indo pelo caminho que eu vim. Olhei a bandeja cuidadosamente, vendo todos os itens ali.
Suspirei calmamente, tentando ouvir algo do outro lado da porta.
Nada.
Nem sequer um barulho.
- S/n? - Pergunto.
Silêncio. Sério?
Respirei bem fundo e comecei.
- Wise Man Said... Only fools rush in... - Começo a cantar Can't Help Falling in Love. - But I Can't help... Falling in Love with you...
Escuto o barulho de algo se movimentando como uma roda.
- Shall i Stay? Would be a sin? - Escuto a roda se aproximar. - But I Can't help...
- Falling in Love with you... - Escuto a voz embargada de choro de S/n. E sinto o meu coração dilacerar. Escuto o trinco da porta, e então ela é aberta parcialmente. - Entre Tae.
Entro devagar, olhando o quarto que parecia um quarto de hospital. Numa parede havia desenhos feitos pela Ah-ri, que mostrava o quão feliz estava por ter sua irmã de volta.
Até que meu olhos caem sob ela.
Uma mulher com os seus cabelos soltos, olhando a paisagem que era lhe dada pela janela. Ela parecia tentar recordar cada detalhe que era dado pela vista. Pus calmamente a sua janta sob uma cômoda, e peguei uma cadeira que havia no canto do quarto.
Me sentei ao seu lado, e comecei a reparar na expressão que mantinha em seu rosto. Uma expressão de dor.
- S/n? - Ouço ela soltar um 'Hum'. - Vamos me olhe. Por favor.
- Tae, estou me sentindo um lixo. - Ela responde, logo voltando seu olhar para mim. Os olhos já lacrimejando. - O que eu faço agora..?
- Como assim? - Perguntei, pondo a minha destra em seu rosto, mostrando que estava ali com ela, pra contar com tudo. - Por que isso do nada?
- Bem... - Ela suspira. - Meu pai... Sempre me criou para ser firme e extremamente ágil. E com isso veio a minha pontaria perfeita. Ele me animava sempre...quando alguém me irritava por não ter pais ou algo do tipo, ele estava lá. E agora...
- Se sente sem chão? - Completo. - Minha avó, sempre cuidou de mim. Quando estourou o Holocausto, minha vó estava em uma visita médica. - Fecho minha mão esquerda, fortemente. - E então, ela foi morta a tiros, pois um policial achou que ela era uma dessas... Dessas coisas.
- Quando tive que tirar a vida dele... - Ela conta. - Me senti perdendo a voz.
- E eu, queria me jogar de um prédio. - Conto. - Quase me jogo, mas antes o Hope me encontrou e me ajudou.
Ela sorria triste para mim. Aquilo doía tudo.
- Venha aqui. - Puxo a cabeça dela para o meu ombro, onde escuto ela começar a chorar. - Está tudo bem... Você pode ser o que quiser agora...
Ela não me respondia, apenas chorava mais e mais. Encaro a prótese ,que será trocada em breve, e imagino a dor que ela deve ter sentido. O medo, pavor, frio..
- Sh... - Falo baixo, vendo a se acalmar quase que instantâneamente. E então o corpo dela relaxar.
Fico por um tempo fazendo cafuné em seus cabelos.
- S/n, como consegue ser tão linda assim? - Pergunto. - Gentil, carinhosa, simpática e autoritária... E de forma extremamente sedutora.
Falo baixo a última parte, e a respiração dela fica mais lenta.
- S/n ?
Pergunta e levanto seu rosto para ver melhor. Estava dormindo.Um sorriso fraco aparece em meus lábios, e a pego no colo, cuidadosamente. A camisola que usava, deixava tudo parecer mais difícil para mim. Um verdadeiro anjo.
Ao deita-la na cama, a mesma se mexe para ficar numa posição confortável. A encaro novamente e vejos os seus lábios que estavam machucados por conta dos socos que uma vadia deu nela.
Passo os dedos sob seus lábios, tentando decifrar o gosto e como deve ser beija-la.
Afasto esses pensamentos ao notar o quão desrespeitoso eu fui. A cubro calmamente vendo a expressão suavizar, e ela descansar.
Uma linda e doce garota.
E mesmo sem querer, o gosto deve ser o mais viciante de todas as drogas.
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Our Guardian - IMAGINE BTS
FanfictionZumbis. Era isso que S/N via pelas ruas todos os dias. Via amigos, familiares, conhecidos perambulando. Rastejando. Ela matava por diversão. Até encontrar 7 garotos.