Nós precisamos ter uma conversa

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P.O.V Jay

Olá otários.
Bem, aqui sou eu, o cara mais gostoso dessa porra toda.

Aqui estou eu, protegendo o novo refúgio do anjo. Sim, tivemos que sair da caverna pois aqueles moleques iam todo dia, tentar entrar naquela merda.

Mudamos para a primeira casa da rua principal, aonde o Anjo consegue sair e entrar sem ninguém perceber de imediato. Ela anda extremamente ocupada com os voláteis, que estão se tornando cada vez mais e mais ativos nessa região.

Graças a Deus, ela consegue cuidar deles com as luzes ultra violeta, que queimam eles e mantém eles longe. Apenas os mais selvagens e antigos tem coragem de aguentar as luzes e enfrentar a garota. 

Já estava batendo 18:50, e eu estava olhando o movimento da rua, que estava diminuindo aos poucos, mostrando que estava dando o horário de recolher. Tínhamos que ficar quietos, e deixar que o anjo cuidasse dos demônios noturnos.

E eu precisava agir. A irmã dela, ainda estava na ala médica, e os rapazes, estavam dormindo na outra ala.

Abri a porta de leve, dando para ver ela limpando a perna robótica e fazendo cafuné na Alasca.

- Sun, está na hora.

Ela apenas me olhou de canto, e acenou com a cabeça.

- Cuide da Alasca pra mim, eu volto logo. - Ela disse, se levantando. - Traga a Ah-ri, por favor. Preciso conversar com ela.

- Sim senhora. - Respondi. Abrindo mais a porta, para ela sair sem ser vista, e a mesma sai correndo para fora do portão, que foi trancado imediatamente. - Boa sorte, garota.

Entro dentro da casa, trancando a porta em seguida, vendo a bagunça da garota. Tinha alguns presentes dos moradores e até cartas de amor.

Começo a pegar as roupas no chão, essa menina consegue fazer uma bagunça daquelas hein? Como é possível?

Arrumo tudo rápido, e escuto o silêncio do lado de fora. Saio da casa, em silêncio, indo rapidamente com Alasca a ala médica. Procurando pelo quarto de Ah-ri.

Ao me aproximar do quarto da garota, abro a porta calmamente, vendo um dos moleques dormirem no sofá. Respiro bem fundo, pensando em como vou tirar essa garota de lá e leva-la até a Sun.

Até que olho a bola de pêlos que estava ao meu lado. A Ah-ri conheceu a Alasca, certo? 

Certo, gênio! 

-.-.-.-

P.O.V Ah-ri 

Estava acordando aos poucos, sentindo algo molhar o meu rosto.. 

E com um bafo fedorento! 

Levanto assustada, olhando para a bola de pelo branca que estava em cima de mim. 

- Que merda é essa? - Pergunto baixo. Passando a mão pelo animal. - Eu conheço você... é a cachorra da...S/a!  

Alasca lambe meu rosto, quase de imediato. O que faz alargar um sorriso enorme em meu rosto. Passo a mão em seu pelo, sentindo uma coisa preta em sua coleira. Pego imediatamente, quando vejo que é um Papel. 

"Minha Ah-ri, sou eu, S/a. Preciso que venha me ver imediatamente, precisamos conversar."  

Olho o relógio, vendo que era quase manhã. Levanto-me cuidadosamente, para não acordar o Hoseok, e indo diretamente para a porta do meu quarto. 

Alasca me puxava com a corrente, me levando para fora da ala médica. Ia com calma para ninguém nos escutar, e prestando atenção a minha volta.

É a minha irmã, certo? Não fará nada de mal comigo. 

Alasca me guia até a primeira casa da rua principal, que dava de cara com o portão. Conseguia ouvir os gritos ensurcedores do lado de fora, e barulhos de bala. Estava acontecendo uma terceira guerra mundial lá. 

- É aqui? - Pergunto para mim mesma, enquanto abria a porta calmamente, esperando ver algum sinal de vida, até que vejo um outro bilhete em cima da mesa, junto com algumas ferramentas.

Fecho a porta, e vou em direção a mesa onde pego o bilhete e começo a ler. 

"Ah-ri, se estiver chegado, fique aqui na minha casa. Voltarei ao amanhecer."

- Já está quase amanhecendo. - Comentei, enquanto encarava o relógio. - Espero que ela esteja bem. 

- Confie, ela está. - Escuto uma voz masculina no local, que me assusta de imediato. 

- Quem está ai? - Pergunto, sacando a minha faca. - Aparece logo! 

- Pra uma guria de 7 anos, até que é grosseira. Igualzinha a Sun. - A voz comenta, novamente. - Fique tranquila, sou amigo da sua irmã. 

Procuro algum ser no quarto, e nada. Olho para cima, onde vejo uma sombra sentada nas madeiras que sustentam o telhado. 

- Quem é você? - Pergunto. 

- Não posso falar. - A voz respondeu. - Mas te conheci, e você era bem medrosa. 

Suspiro, sentando na cadeira que estava próxima a mesa. Olhando as ferramentas. 

- Se eu fosse você, não mexia. - O homem misterioso diz. - Sua irmã usa essas ferramentas como hobbie, vive arrumando a perna robótica dela.  

- Desde quando ela faz isso? - Pergunto. - Nunca vi ela ansiosa. 

- Desde que chegou aqui. - Respondeu o homem. - Ela achou as ferramentas com um homem que morava aqui, ele melhorou a perna dela. Se ela quisesse, acho que voaria.

- Mas ela conserta todos os dias? - Pergunto. 

- Sim. Ela tira e põe as mesmas peças, durante todos os dias. E não dorme muito. - Respondeu o homem. - Ela diz que tem medo. 

- Medo? - Pergunto, olhando Alasca aconchegando a cabeça em meu colo, pedindo carinho. - Medo de que? 

- Não sabemos. - O homem diz. - Mas tem alguma coisa haver com solidão. 

Arregalo, pensando na possibilidade eu estar envolvida nesse medo. 

Ficamos em um silêncio desconfortável. 

Até que escutamos os portões abrindo, e fiquei nervosa. Olhei a porta, ansiosa, querendo ouvir a perna de S/n fazendo barulho, enquanto anda. 

Até que finalmente, aquilo que eu tanto esperava, aconteceu. A maçaneta da porta mexeu, e a figura de branco entrou na casa. Estava manchada de sangue, e levemente suja. 

A figura tirava a capa branca, pondo numa caixa que estava ali perto. E então se vira para a minha direção, onde dei o maior sorriso possível, e S/n retribuiu, lacrimejando os olhos um pouco. 

- Minha princesa! - Ela dizia, enquanto me levantava e corria para abraçar ela. - Você está bem? Comeu direitinho? Está conseguindo respirar direitinho? 

- Estou S/a. - Abraço ela mais forte, chorando. - Por favor, não me abandone mais...

- Nunca mais, meu amor. - Ela da um beijo em minha testa. - Precisamos conversar, seriamente meu amor.


Our Guardian - IMAGINE BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora