O Começo do Velho Oeste

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Eu vivo em um mundo de mortes, quando você menos espera alguém vem e acaba com tudo, as coisas que um mundo controlado por certos animais pode fazer, levaram a pessoa que eu mais amava e agora mostrarei a esses ratos quem eu sou de verdade, meu nome é Norman Hilston, vou lhes contar minha história.

Oeste da Califórnia (Ano de 1856)

Nasci em meio uma família nobre, minha família havia fugido de sua Terra natal, um país cujo nome é Inglaterra posteriormente participou do período colonial e ajudou na Revolução de nosso país, minha família ajudou a construir muitas cidades pelo estado da Califórnia, os Hilston, conhecidos por serem os mais poderosos e honestos, pelo que eu pensava.
Meu pai um grande proprietário de terras, dono de uma fazenda de algodão, um homem sábio que buscou me ensinar como ser um bom proprietário, todos os dias andávamos pela fazenda e ele me dizia que um dia tudo aquilo seria meu mas que antes eu deveria estudar pra poder cuidar do que ele ia me deixar, desde pequeno fui acostumado a ler muitos livros, comecei a ler livros de ação, depois ficção até chegar em dramas, estudava 12 horas por dia com um bom professor que me ensinou a ler, escrever a contar e calcular, acreditava que era um bom aluno porque meu professor dizia que aprendi rápido mas eu percebi que havia coisas naquela fazenda que não eram certas, meu pai além de proprietário, era senhor de escravos, foi nesse momento que aprendi sobre o podre da minha família e ao invés de lutar contra esses ideais eu me contaminei com eles.
- Norman, venha até aqui.
- Sim, senhor.
- Você já fez suas tarefas?
- Sim senhor.
- Muito bem, hoje vou te levar pro campo te mostrar como os escravos trabalham, então esteja pronto.
- Eu estarei.
Meus irmãos Joseph e Robert eram os capatazes das plantações, eles maltratavam os escravos de todos os jeitos, além do mais haviam os guardas também, que estavam armados com lancasters de repetição, acho que eles merecem o que passam, afinal nós somos superiores ou ao menos é o que meus irmãos falam pra mim, uma vez um criolo fugiu da fazenda, os guardas de meu pai ficaram o procurando nas redondezas quando o acharam, trouxeram-no até meu pai e a decisão dele foi que meus irmãos pudessem fazer o que quisessem com ele.
- Você acha que sou idiota crioulo?
- Não Missiê Hilston...
- Você tinha trabalho honesto e resolveu fugir, sabe qual é o meu lema aqui na residência Hilston...preto audacioso não presta...façam o que quiserem com esse criolo.
- Muito bem meu irmão o que acha que devemos fazer?
Disse Joseph olhando para Robert.
- Tragam os cachorros...hahaha.
- Não, por favor os cachorros não.     Disse o pobre homem chorando
- Crioulo você só vai ter o que merece.
Eu tinha apenas 5 anos quando eles me levaram pra ver um criolo ser devorado pelos cachorros, eles davam risada e diziam que aquilo era pura diversão, não gostei nem um pouco daquilo, fiquei traumatizado ao ver esse tipo de coisa, não sei mais a diferença de certo ou errado, atualmente tenho 12 anos e não suporto quando tenho pesadelos com aquele homem, será que somos mesmo superiores ou só tememos sermos dominados também? Eu não sei. Eles são iguais a nós só muda a cor da pele então por quê somos melhores, não faz sentido.
- Norman! O que está fazendo aí parado olhando pro nada, venha até aqui.
- Sim? Senhor.
- Novos criolos acabaram de chegar, quero que você venha comigo para ver como se deve os recepcionar.
- Sim, senhor.
Posteriormente meu pai e eu nos dirigimos até as cabanas dos escravos, aquilo era triste demais, eu olhava pra aquele lugar sentia vergonha de mim mesmo por viver melhor que aquelas pessoas, crianças descalças brincando na lama, comendo resto de comida, aquilo não é jeito de se viver.
- Quem dos senhores é Dam Bramnistorm?
- Eu senhor.
Disse o homem se aproximando tirando seu chapéu.
- Pois bem você chegou com a sua família não é?
- Sim, minha mulher e filha; Agatha e Anna.
- Sua filha será ajudante de meu filho enquanto sua esposa...
Aquela menina era muito bonita, sua pele negra e brilhante com o raiar do sol, seus olhos negros como uma pedra artesanal, seus cabelos cacheados fazendo como as ondas do mar.
- ...portanto ela cuidará da casa junto das outras, trabalho de ambos os 3 será de 7 horas diárias. Fui claro?
- Sim senhor.
- Pois muito bem comecemos agora mesmo! Sua filha e mulher virão para a casa e mostrarei seus afazeres.
Depois disso meu pai e a mulher de Dam foram para a casa, enquanto eu e filha deles ficamos nos jardins.
- Qual seu nome? - Perguntei
- É-É..Anna, senhor.
- Seu nome é bonito.
- Obrigada, senhor.
- Não precisa me chamar de senhor, meu nome é Norman, Norman Hilston, me chame de Norman.
- Certo Norman, senhor.
- Você é legal haha. - Acho que poderemos ser ótimos amigos.
- Mas eu amiga de um branco, isso não é certo, você é meu patrão.
- Meu pai é seu patrão, já eu sou seu amigo.
- Entendido.
- Como posso te servir Norman? - Perguntou a jovem garota
- Que tal brincarmos com alguma coisa?
- Não posso, vão me chicotear se me virem com você.
- Eu não vou deixar tocaram em você, se tentarem eu irei te proteger, vamos vem comigo vou te mostrar um lugar onde vou para ficar sozinho.
- Certo...
Saímos da área da fazenda e fomos adentrando o bosque, mostrei a ela muitas coisas como por exemplo os animais, as plantas, tentei ensiná-la o nome de cada e explicar o que cada uma pode fazer, como remédios por exemplo, era engraçado vê-la tentando pronunciar o nome mas um tutor deve tentar ter paciência para ensinar, com o tempo sei que ela vai aprender mas por enquanto ela vai treinando. Mostrei a ela um riacho que havia por lá.
- Nossa que água bonita, e esses peixes são tão grandes.
- Sim, devem dar um ótimo almoço hahaha.
- Hahaha...perdão senhor, não devia ter rido tão alto.
- Anna você é minha amiga e você pode falar o que quiser quando estiver comigo, e me chame de Norman.
- Certo haha.
- Que tal a gente comer algo?
- Tipo o quê?
- Que tal pegarmos umas maçãs?
- Você pega maçãs nas árvores?
- Não, eu roubo da cozinha e caia entre nós é muito mais fácil haha, eu vou escondido espero as tias saírem da cozinha e aí eu pulo pela janela pego quantas eu conseguir carregar e saio correndo, as vezes elas veem mas sempre me desculpo com elas, são como uma mãe pra mim.
- Você é legal, Norman.
- Tem razão...sou mesmo hahaha
- Hahaha seu convencido.
- Vamos lá, vou te ensinar a arte do furto. - disse Norman estendendo a mão para Anna enquanto sorria.
Anna ficou espantada em ver aquilo, era a primeira vez que uma pessoa branca lhe estendia a mão, ela surpresa com o ato, levantou a mão tocou a dele, eles se olharam e seus olhos brilhavam como um céu estrelado, ela sorriu e eles foram correndo para a cozinha.

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