IX (Kacchan)

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Observar ele adormecido em meu braços era tranquilizante, me sentia mais leve, mais feliz, mais completo... As horas passaram e não quis acordá-lo, mas minha mãe chegaria em casa dentro de 30 minutos. Passei a mão em seus cabelos, me inclinei e beijei sua bochecha de leve.

- Só mais dois minutos, mãe. - Ele disse ainda de olhos fechados. Segurei o riso e dei uma mordidela no seu pescoço, o susto foi tão grande que ele caiu da cama.

- Que horas são? E cadê minhas roupas? - Ele estava tão lindo com o cabelo bagunçado e a cara amassada de sono, sorri de lado olhando aquela bela bagunça.

- Tá na hora de você ir, mesmo eu não querendo. Minha mãe chega já e quero manter isso em segredo por enquanto, só até entender meus sentimentos. Tudo bem pra você?

- Sim. - Senti uma pontada de tristeza em sua voz. - Agora, cadê minha roupa? - Saí debaixo dos lençóis e, pela visão periférica, o vi corar. Coloquei minha cueca e peguei as roupas dele no chão ao pé da cama. - Hm... Você pode se virar?

- Sabe o que acabamos de fazer, certo? - Ele balançou a cabeça em afirmação. - Então não tem nada aí que eu não tenha visto.

- Por favor, Kacchan.

Me virei achando aquilo uma besteira, mas não quis pressionar, ele terminou de se vestir e o acompanhei até a porta, antes de sair, o puxei pelo braço e o beijei. Fiquei olhando Deku enquanto caminhava pela rua, assim que ele desapareceu na esquina entrei e sentei no sofá, liguei a TV e estava passando um filme de ação. Eu estava com os olhos no filme, mas minha mente viajava até meu quarto e o que aconteceu mais cedo, repassei tudo na cabeça, todos os toques, todos os beijos, tudo. O barulho da porta fechando e minha mãe entrando me tirou dos devaneios, assumi minha postura de raiva, baixar a guarda com Deku era uma coisa, fazer o mesmo com outra pessoa era sinal de rebaixamento.

- Já comeu, Katsuki? - Ela perguntou da cozinha. Ainda não. Pensei lembrando de Deku. Mas vou.

- Não. - Respondi secamente.

Ela preparou o jantar e comemos em silêncio, terminei, lavei meu prato e copo. Subi pro meu quarto e fiquei encarando os lençóis, senti o rosto esquentar e um meio sorriso se formar no canto da minha boca, deitei e peguei o travesseiro que Deku acabara usando, encostei o nariz e pude sentir o cheiro do shampoo dele. Dormi agarrado ao travesseiro dele. Acordei com o despertador tocando, levantei, fui até o banheiro e tomei um banho demorado. Saí de casa comendo uma maçã, encontrei Deku quando passei pela casa dele, estava trancando o portão, parei a uns 10 passos de distância e o observei. Ele me viu, corou um pouco, abaixou a cabeça e começou a andar. Esperei ele tomar distância e segui atrás, não conseguia tirar os olhos dele, devorei seu corpo com o olhar até chegar na escola.

Como sempre, ele foi encontar os amigos e eu fui pra sala, entrei em silêncio e sentei no meu lugar. Vi um vulto vermelho se aproximando de mim e batendo no meu ombro.

- Ei, Bakugo! Por que me deixou sozinho no shopping? - Ele estava encostando em mim, o lugar do contato queimava de raiva.

- Não toca em mim. Fui embora porque quis, não sou sua namorada pra ficar te esperando. - Peguei sua mão e antes de explodir, ele endureceu a região fazendo com que não sofrece nenhum dano.

Aos poucos o pessoal foi chegando, Deku evitou olhar pra mim, estava acompanhado do Lida e da menina, ele já tinha falado o nome dela, mas eu vivia esquecendo. Ele veio em minha direção, pensei que iria falar comigo, mas passou reto e sentou-se na cadeira atrás de mim. A aula começou e o impulso de virar pra trás e só olhar os olhos dele por um segundo era grande, senti um cutucão no meu braço esquerdo, olhei pra baixo e vi um papelzinho branco estendido, o peguei discretamente e abri.

"Banheiro. Hora do almoço."

Amassei o papel e guardei no bolso, limpei a garganta e olhei pro professor. A aula pareceu durar séculos, o sinal tocou e Deku se apressou pra sair, guardei minhas coisas calmamente e fui ao banheiro. Cheguei na porta do banheiro, entrei e o vi no mictório, ele apontou uma das cabines com o olhar e eu entrei. Escutei barulho de descarga e da torneira sendo aberta e fechada, duas batidas leves na porta indicaram que ele estava querendo entrar, abri o suficiente pra esconder meu corpo e ele conseguir passar. Ficamos um de frente pro outro em silêncio, ele parecia inquieto, abrindo e fechando a boca como se quisesse falar algo.

Escutei alguém abrindo a porta do banheiro, instintivamente levantei Deku e ele envolveu minha cintura com as pernas, assim ninguém veria 4 pés pela abertura inferior da cabine. Ficamos nessa posição por algum minutos, nossos rostos estavam tão próximos, ele estava com as bochechas vermelhas desviando o olhar pra minha boca. Ele me beijou, começou tímido, mas sua língua pediu passagem e eu cedi, a cabine do banheiro começou a ficar quente, sentei no vaso com Deku ainda em meu colo, passei a mão por todo seu corpo, apertando sua bunda e agarrando de leve os cabelos próximos da nuca.

Coloquei as mãos em sua cintura fazendo movimentos de vai e vem, ele entendeu e começou a cavalgar, cada vez mais intensamente, mordi seu lábio inferior para recuperar um pouco do fôlego, beijei seu pescoço, mordi o lóbulo da sua orelha, ele gemeu baixinho, desci a boca até sua clavícula e subi de novo até sua orelha, roçando meu lábio inferior pelo caminho, ele jogou a cabeça pra trás e com uma das mãos abafou os gemidos. Eu já estava com a mão dentro da sua calça, continuei masturbando ele, quando estava quase lá, ele parou minha mão, estava com a testa apoiada em meu ombro e ofegante.

- Não... Assim não. - Ele ficou de pé, sua pelve na altura do meu rosto, Deku me olhou com malícia e tomei seu membro em minha boca. Não demorou muito pra ele gozar, estava com as duas mãos na boca, abafando os gemidos, olhei pra cima e ele acariciou minha cabeça. - Você me deixa louco. - Sussurrou.

- A gente vai perder o horário do almoço. - Fiquei de pé, Deku era um pouco menor que eu, encostei ele na porta da cabine olhando em seus olhos, fiquei tão próximo que nossos narizes quase se tocaram, dei um meio sorriso e saí do banheiro.

Era dia de ronda, fui comer alguma coisa pra recuperar as energias. Vi Deku sentando na mesa junto com os amigos, devo ter olhado por muito tempo, a menina falou alguma coisa pra ele e o mesmo virou instantaneamente pra mim, fiz uma careta de raiva pra disfarçar. O sinal tocou e fui pra sala de novo, mas manter minha concentração seria um trabalho árduo, já que Deku estaria bem atrás de mim, emanando aquele calor habitual dele.

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