Precisamos conversar

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Violetta Castillo

Assim que aquelas perguntas foram feitas, fiquei em êxtase. Não conseguia pronunciar nada, absolutamente nada! Antes de responder León e resolver a situação com as gêmeas, ele sai batendo a porta furioso.

Droga! Ele entendeu tudo errado!

Olhei então para as gêmeas, depois eu me resolvia com León! Agora eu precisava entender de onde elas tiraram essa ideia maluca de Clement ser pai delas. Quanto tempo elas ficaram na escola para virem com essa ideia, mesmo?

— Podem repetir a pergunta? — Pergunto séria. Elas se entreolham e dirigem o olhar para mim novamente.

— Poique o papa Clement nunca mais ligou pla nós? — Mel repete, e eu suspiro esperando que eu tivesse ouvido errado.

— Amores, por que vocês acham que o Clement é o papai de vocês? — Pergunto calma.

— Poique ele semple ia visita nós lá em casa, e ele dava plesente pla nós, e nunca saía de pelto de você, maman. — Angel responde.

— Meninas, venham cá — Saí da mesa e fui até a sala, coloquei elas sentadas no sofá ficando ajoelhada de frente para elas — O papai de vocês não é o Clement. Ele é apenas um amigo da mamãe, que me ajudou muito enquanto a gente estava na França. — Digo e elas abaixam a cabeça tristes.

—Então quem é o nosso papa, maman? Ele não gosta da gente? Poi isso não liga pla nós e nem vem vê eu e a Angel? — Mel pergunta tristonha, e Angel levanta seu olhar para mim, ambas esperando uma resposta que as deixassem satisfeitas.

— Não, meus amores, de forma alguma! O papai de vocês ama muito as duas, mas ele ainda não pode vim vê-las e nem ligar para vocês... Ele é bastante ocupado... — Falei a verdade: que ele ama elas. Isso eu não tenho dúvidas! Mas por outro lado, precisei mentir em algumas coisas, não quero vê-las triste, sabendo que quem está causando esta tristeza sou eu.

— Então ele vai vim nos vê, maman? — Angel pergunta e eu suspiro.

— Não, filha. Por enquanto ainda não. Mas não vai demorar para vocês conhecê-lo. — Digo e elas sorriem com a minha resposta.

— Ebaaa... Não vejo a hola! — Elas dizem juntas, como de costume.

— Mas agora eu quero fazer uma pergunta, tá bom? — Arqueo a sobrancelha e elas assentem — Por que todo esse interesse sobre o pai de vocês? Alguém disse algo sobre isso à vocês? — Pergunto querendo saber de onde surgiu toda essa curiosidade.

— Na escolinha. O papa da Isa, o tio Diego, foi busca ela na escolinha; nosso papa nunca buscou a gente. — Elas fazem biquinho para chorar.

— Não fiquem triste. Vocês também têm um papai, e logo vocês irão conhecê-lo! — Digo e elas me olham com aqueles olhinhos verdes brilhando.

— A gente te ama, maman! — Elas dizem e me abraçam.

 Naquele momento me senti a pior pessoa do mundo. Estou ocultando algo que minhas pequenas não merecem! E elas sendo tão inocentes não conseguem entender que boa parte do que eu disse é mentira! E isso me faz sentir-me um lixo por mentir para as duas pessoinhas mais importantes da minha vida!

— Também amo vocês! Vocês são tudo para mim! — Digo emocionada — Agora vamos, vocês têm aula de Ballet, então vamos logo trocar de roupa! —Digo e elas saem correndo para os quartos. Suspiro alto e vou ajudá-las a se arrumarem.

Assim que estavam prontas, já com a roupa de Ballet iguais, saímos de casa era 12h25. A aula de Ballet começava 12h40, mas a professora aconselhou chegar um pouco antes, porém isso não seria possível.

Chegamos à escolinha de Ballet, deixei as gêmeas na sala e me despedi com um beijo nas minha princesinhas.

Logo depois que saí da escola de Ballet, tomei uma decisão...

Precisava esclarecer algumas coisas com o León! E seria agora!

*****

León Vargas

Assim que ouvi que o filho quê a Lara estava esperando não era meu, a primeira coisa que me veio a cabeça foi a Violetta, eu precisava deixar claro que essa criança não era minha, não que eu deva algum tipo de explicação à ela, mas algo me diz que tinha que esclarecer as coisas.

Não liguei nem para o fato da Lara ter mentido na cara dura, no mesmo momento em que descobri a verdade, saí correndo para fora do hospital. Peguei minha moto e segui rumo à casa da Vilu, precisava dizer que o filho da Lara não era meu! Por algum motivo desconhecido por mim, mas eu precisava!

Quando cheguei em frente ao prédio, rapidamente estacionei a moto e saí correndo até a entrada do prédio. Corri até o elevador, que por sinal estava vazio — melhor ainda —, pensei.

Chegando ao andar do apartamento da Vilu, vejo que a porta está aberta, vou caminhando em passos largos até lá, com um enorme sorriso no rosto. Mas esse sorriso se desfaz assim que eu ouço a frase de Melissa:

"Poique o papa Clement nunca mais ligou pla nós?"

Na hora em que ouvi isso, uma fúria enorme me atingiu e eu não consegui me segurar...

— Quer dizer que o nome do pai delas é Clement?! — Pergunto furioso. Óbvio que era, ou porque a Mel perguntaria aquilo?!

Violetta ficou paralisada, ela não falava nada. Quem cala consente!

Saí da casa dela soltando fogo pelo nariz, bati a porta com uma força que chegou a dar um estrondo enorme, tanto que uma senhora que saía do apartamento ao lado arregalou os olhos e meio que deu um passo para trás quando me viu naquele estado.

Peguei o elevador e me olhei no espelho, meus olhos transbordavam raiva, ódio, fúria... Como ela pôde me esquecer tão rapidamente? Como?! Essas perguntas ficaram rodeando minha cabeça até chegar em casa, quando cheguei, quebrei tudo que eu via pela frente. Eu tava possuído! Minha vontade de socar esse tal de Clement era imensa, insana! E como ele não estava ali, e eu nem o conhecia, pois supostamente ele estaria na França, meu único jeito de "desabafar", foi quebrando tudo o que via pela frente!

Já cansado disso, subi para o meu quarto e me dirigi até o banheiro. Lá tomei um longo banho gelado, fazendo-me relaxar um pouco, mas não totalmente!

Saí do banheiro com a toalha enrolada na cintura, fui até o closet e coloquei a primeira roupa que vi pela frente! Não iria sair mais hoje, então tanto faz a roupa! Quando já estava pronto, desci até a cozinha para comer alguma coisa, assim que abro a geladeira, ouço a campainha tocar.

Fecho a geladeira e vou até a porta em passos demasiadamente devagares. Minha vontade de falar com qualquer pessoa que seja não está uma das melhores!

Assim que abro a porta...

— León, precisamos conversar!

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