Me... ajuda...

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Francesca C. Hernandez

Estávamos à alguns minutos do endereço que León havia nos passado, o que supostamente Violetta estava sendo mantida presa há quase sete meses. Ela deveria estar com a barriga enorme, assim como a minha, pois estávamos com o mesmo tempo de gravidez. O quê será que era seu bebê? A curiosidade me abateu, como se eu não tivesse coisas mais preocupantes para pensar.

— Presta atenção, — Disse Diego, tirando-me de meus devaneios — quando chegarmos lá, eu vou descer do carro. Você ficará aqui, entendeu?! Assim que eu descer você trancará as portas e vai ficar aqui dentro com a Bella. Entendeu, Francesca? — Perguntou me olhando pelo canto dos olhos, enquanto dirigia.

— Ah, não, Diego...

— Francesca, se você não aceitar minhas condições eu dou meia volta com o carro agora mesmo! — Disse autoritário.

— Tá! — Respondi irritada, desviando o olhar do dele.

Nunca que eu deixaria Diego entrar sozinho naquela casa! Ele estava louco se pensava que eu aceitaria aquelas ordens ridículas dele. Eu iria descer junto, ele querendo ou não!

Violetta Castillo

A dor ficava cada vez mais insuportável, e eu não tive alternativa a não ser gritar. Eu não queria ter que pedir ajuda para Clement, mas eu não queria perder meu bebê, por que era isso que iria acontecer caso eu não pedisse ajuda. Então gritei. Mas ninguém me ouvia.

— Clement! Cle..ment! Po...por favor! — Gritei com a respiração entrecortada. — Tá... doendo. — Arfei, fazendo uma careta de dor.

Os gritos não eram ouvidos, ou se eram, Clement não fazia questão de saber o porquê de eu estar gritando. Aposto que se meu filho morresse ele agradeceria por isso, o quê imediatamente me fez sentir mais medo e dor ainda. Voltei a gritar o máximo que consegui, com a respiração irregular e as dores aumentando cada vez mais.

— Ei, ei, ei! O quê foi?! — Alguém apareceu no topo da escada, então foi se aproximando. — Por que a gritaria? Pensei que já tivéssemos superado essa fase. — Clement murmurou irritado.

— Me... ajuda...— Murmurei cansada. Era horrível ter que pedir ajuda para Clement, mas a dor que eu estava sentindo não se comparava a nada que eu não pudesse superar.

Ele olhou meu estado: deitada encolhida na cama, me contorcendo. Com os cabelos suados e grudados na testa. As roupas sujas e esfarrapadas. Eu deveria estar péssima, mas isso não era mais importante do que salvar meu bebê.

— Ai, você tinha que ter essa criança justo hoje, Violetta?! Justo hoje... — Ele indagou irritado, passando as mais pelo cabelo. — Mas... nossa! Você está péssima...— Murmurou me olhando, e por um momento pensei ter visto um pouquinho de preocupação, mas aquilo não passara de uma miragem, pois o Clement que eu conhecia agora não era capaz de se preocupar com qualquer pessoa que seja. O de antes, talvez, mas aquele Clement antigo havia morrido, ele não existia mais. Apenas esse de agora estava vivo, e esse era incapaz de sentir compaixão.

— Po-por fa-vor... Cle-ment. — Sussurrei.

— Vou precisar ir até a cidade buscar alguém para cuidar de você. Droga! Maldita hora que aqueles dois incompetentes resolvem sair! — Grunhiu irritado.— Se eu fosse você, ficaria bem caladinha, Violetta. Porque eu não te aconselho a me ver irritado. Isso de agora não é nada.

Em seguida ele deu as costas e saiu, deixando-me me contorcendo na cama, com as pontadas na barriga tão fortes que as vezes faziam eu perder a consciência. Tinha certeza de que até que Clement voltasse, eu já não estaria mais viva, pois eu não estava mais suportando aquela dor.

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