Capítulo Trinta - Steven

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Naquele pequeno cômodo apertado e empoeirado do palácio, rodando o pequeno gravador em minhas mãos trêmulas, eu não conseguia parar de pensar que algo poderia dar errado

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Naquele pequeno cômodo apertado e empoeirado do palácio, rodando o pequeno gravador em minhas mãos trêmulas, eu não conseguia parar de pensar que algo poderia dar errado.

Havia tantas opções, tantas coisas que poderiam sair do planejado, que eu estava a ponto de ter um colapso.

De um dia para o outro, o meu maior objetivo da vida era encurralar Arabella. Fazê-la pagar por todo o mal que um dia tinha causado a minha mãe e a minha família, e se por acaso isso saísse do controle... Eu não conseguia nem pensar.

Do outro lado do espelho falso, vi Ivanna sentada em uma cadeira em frente a uma antiga lareira apagada. A pouca luz do local entrava por uma janela estreita que dava para algum ponto mais esquecido do palácio, assim como aquele lugar.

Assim como Layla e eu, Ivanna estava aguardando. Enquanto a observava, me perguntei como ela conseguia permanecer tão calma.

Eu, ao contrário dela, sentia como se o meu estômago estivesse sendo empurrado para mais fundo no meu corpo, meus músculos estavam tão tensos quanto gesso e eu podia garantir que, se minhas mãos ficassem um pouco mais geladas, congelariam por completo.

Naquele momento, senti uma mão pequena e quente segurar meu braço, o apertando com carinho.

Olhei para Layla.

Ao meu lado naquele lugar escuro ela parecia quase tão pálida quanto eu.

"Sei que isso não vai ajudar a melhorar seu estado de nervos, mas tem certeza de que Arabella não tem conhecimento desse espelho falso?"

Lentamente eu assenti, olhando através do vidro escuro como se ele fosse minha única armadura. E ele realmente era.

"Até onde sei, eu sou o único que sabe", falei lentamente. "Quando era criança e os gêmeos ainda não tinham chegado, eu gostava de sair explorando cada mínima parte do palácio que pudesse alcançar. Até mesmo aquelas que eram um pouco negligenciadas. Devia ter cerca se nove anos quando subi até aqui e esbarrei em uma silencia na parede do corredor. Quando a parede se moveu entrei nesse cômodo e vi o vidro e a salinha do outro lado que já era conhecida por mim. Por um segundo, pensei estar em outro mundo, no outro, fiquei desesperado para sair e me perguntando se morreria sem ar ou comida aqui dentro."

Layla sorriu timidamente.

"Nem me diga." Ela olhou pelo ponto da parede por onde tínhamos entrado, que agora se encontrava totalmente selado. Quando mostrei a passagem para ela, pensei que ela desmaiaria de tanta excitação. "Porque será que isso foi construído? Será que alguém rei ou rainha do passado fez isso por um motivo especial ou sempre esteve aqui, desde a fundação do palácio?"

Surpreendentemente, sorri com a curiosidade de Layla. Mesmo estando tão nervoso, eu não poderia ignorar o quanto ela ficava bonita daquele jeito, fazendo mil perguntas e tentando desvendar o passado.

Um Amor Para o Príncipe Herdeiro, livro 1 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora