Capítulo Dezessete - Steven

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Passear pelos jardins do palácio com a princesa Asha não era o que eu havia programado para a minha manhã

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Passear pelos jardins do palácio com a princesa Asha não era o que eu havia programado para a minha manhã. Na verdade, não seria algo que eu programaria com prazer em ocasião alguma.

Mas o rei havia pedido. Havia me chamado em seu escritório uma hora mais cedo e pediu que eu a convidasse para um passeio depois do café da manhã.

E é claro que, levando em conta que estava falando do meu pai, a palavra pedir poderia ser facilmente substituída por ordenar.

Eu poderia ter dito não. Poderia ter me esquivado e simplesmente justificado que tinha mais o que fazer, mas é claro que não fiz isso. As palavras dificilmente saiam da minha boca conforme eu gostaria quando meu pai me encarava daquele jeito, com seus olhos duros e penetrantes, desafiando alguém a não fazer o que ele desejava.

Reprimi um suspiro profundo. Talvez eu só continuasse sendo o adolescente que o obedecia sem pestanejar, com medo de suas palavras severas e olhares raivosos. Mas, de algum modo, sentia que a cada dia que passava aquilo se tornava menos suportável para mim, e eu não fazia ideia se aquilo era algo bom ou ruim.

De algum modo, senti que descobriria mais brevemente do que imaginava.

"Bom, então nós reunimos todos os cobertores do castelo para nos aquecermos, mas não foi o suficiente. Na manhã seguinte, eu não soube dizer qual dos meus irmãos estava mais resfriado." Asha riu sonoramente, fazendo com que eu piscasse e olhasse para ela com um sorriso automático no rosto. Do que mesmo ela estava falando? "E essa foi, com certeza, a noite mais fria de toda a minha vida."

Ah, sim.

Ela estava contando sobre alguma ocasião em que Liechtenstein tinha sido exposto ao frio mais intenso dos últimos cinquenta anos, e como - segundo as palavras dela - Asha e a família tinham sofrido um frio imenso no castelo de Vaduz.

"Bom, receio que essa noite fria não se compare aos dias de Steinorth", comentei, tentando mantê-la entretida. Há quanto tempo estávamos ali, sentados naquele banco dos jardins? Será que já era tempo o suficiente para que eu conseguisse dispensá-la de maneira a não parecer rude? "Esse inverno vem se mostrando bem rigoroso por aqui."

Asha abriu um sorrisinho, virando os olhos azuis radiantes para mim.

"É claro. Mas suponho que a temperatura não é capaz de tirar a graça da minha estadia aqui. Apesar de eu não ter vindo muito nos últimos anos, considero Steinorth minha segunda casa." Asha desviou os olhos por um instante, sorrindo timidamente. Uma rajada de vento fez seus cabelos negros sacudirem. "Talvez isso se deva ao fato de que me sinto profundamente feliz com as pessoas daqui, especialmente, é claro, você Alteza."

Engoli em seco, tentando a todo custo não deixar que o sorriso em meu rosto vacilasse.

O comentário e os olhares da princesa não deveria me surpreender. Não mesmo. Eu já esperava por aquilo desde o momento em que ela entrou no saguão de entrada no dia anterior, me lançando mais sorrisos e olhares gentis do que para qualquer outra pessoa.

Um Amor Para o Príncipe Herdeiro, livro 1 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora