Capítulo 10 • Entrevista frustada

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Ambar Smith

De manhã, acordei não me sentindo bem, Simon me deu um comprimido e colocou uma cartela na minha bolsa caso necessário. Fazia quase um mês que ele estava praticamente morando comigo — e cuidando de mim também.

Peguei um táxi para ir até a empresa. O hall era impecável, me senti desajeitada quando entrei no elevador com alguns executivos. A recepcionista me entregou um papel com o andar e o número da sala que eu deveria entrar quando me chamassem.

Alisei a saia lápis e arrumo o cabelo. Não posso mais contar com a opinião de Simon porque ele sempre fala que eu estou linda e maravilhoso, mesmo quando estou realmente horrível. Queria levar ele em um oftalmologista, não é possível.

— Ambar Smith? — A secretária pergunta indo até a porta.

— Sou eu — abro um sorriso falso, não estava me sentindo bem.

Hoje de manhã havia vomitado novamente, tinha tomada dois remédios de uma vez só o que deixou Simon puto da vida e bem preocupado. Não poderia furar com os caras da empresa, foi a única resposta que eu tive dos currículos que entreguei.

— A senhorita Alzamendi está a sua espera.

Senhorita? Jurava que era um homem que era dono da empresa. Não disse nada, mas aquilo ficou na minha cabeça durante um tempo.

— Obrigada.

Ela abre a porta para mim e eu entro um pouco tímida. Dou passos pequenos até a mesa. Uma mulher bonita com cabelos castanhos e lábios pintados de vermelhos estava mexendo em um computador e com uma pilha de papéis do lado. Quando me olhou, sorriu.

— Ambar Smith? Certo?

— Sim, sou eu.

— Prazer conhecê-la — ela estende a mão. — Sou Delfina Alzamendi, vou conduzir a sua entrevista, porque meu pai está de cama e não poderá atender a senhorita. Espero que não se importe.

— De maneira alguma.

Óbvio que eu me importava. Essa mulher tinha adagas no lugar dos seus olhos que pareciam que iam me matar a qualquer momento. Fiquei mais enjoada com que estava.

— Okay, estou vendo o seu currículo pelo seu computador — Delfina abre um pequeno sorriso e encaro isso como um bom avanço. — Fez faculdade na Irlanda? Bom. Trinity College? Ótimo.

— Vim recentemente de lá. Mais ou menos dois meses.

— Fala cinco idiomas — seus olhos se arregalam o que me deixa um pouco mais enjoada.

Estava a ponto de correr da sala para o banheiro mais próximo ou pedir um balde para a secretária lá fora, mas não queria parecer doente demais para trabalhar.

Delfina parece perceber já que me encarou e levantou uma sobrancelha.

— A senhorita está bem?

— Uhum — murmuro visivelmente nada bem.

Engulo a ânsia torcendo para aquilo não demorar muito para eu correr logo. Delfina voltou a ler meu currículo pelo computador.

— Você está bem mesmo? Quer que eu mande a secretária trazer um pouco de água pra você?

Tarde demais.

Só dá tempo de eu virar o rosto para não me sujar toda. Quase chorei quando tudo saiu de fora de mim. Nem consegui olhar para o rosto de Delfina, desviei e olhei para baixo tentando de alguma forma limpar a boca.

— Desculpa — foi a última coisa que eu disse antes de levantar e sair correndo da sala.

A secretária me olhou surpresa quando me viu fechar a porta da sala.

— Como foi?

— Mal. Acho que ela vai precisar de você agora. Onde tem um banheiro aqui perto?

•••

Abro a porta do meu apartamento sentindo o cheiro de comida, pela primeira vez no dia, não senti enjôo com cheiro de algum alimento. Tinha dado a chave extra do meu apartamento para Simon e ele ficou mais feliz do que imaginava.

Me encostei na porta depois que a fecho com o intuito de recuperar as energias e sentir o perfume de Simon no ar. Infelizmente isso me deixou mais enjoada, deveria tomar uns três comprimidos para garantia de que o enjôo não volte.

Caminho devagar até a cozinha enquanto vou tateando as paredes, estava cansada demais. Cansada de ter chorado no colo de Emília que precisou deixar seu plantão um pouco de lado para me ajudar emocional e como boa médica, me pressionou até o último para eu fazer um exame de sangue. Consegui contornar a situação dizendo que era só nervosismo.

Uma música baixinho tocava de algum aparelho, talvez um rádio ou celular. Não consegui prestar atenção na música ou de onde ela vinha quando cravei os olhos em um Simon musculoso que estava mexendo alguma coisa na panela. Ele estava extremamente sexy usando uma cueca branca — o que descobri que é sua cor favorita em roupas íntimas — e com um pano de prato no ombro. Mordi o lábio para não soltar nenhum som.

Me deliciei vendo seu traseiro balançar, não sabia que ele dançava ou gostava de dançar. A música parecia ser um reggaeton o que ele pode ter absorvido paixão por esse ritmo na Espanha já que não me lembro dele gostar desse tipo de música quando vivíamos perto um do outro.

Acho que ele tem algum tipo de sexto sentido pois rapidamente virou o rosto em minha direção e sorriu, fiz o mesmo timidamente por estar o observando. Abraço a mim mesma. Nossos olharem não se desviam por nem um segundo sequer. Simon desliga o fogão e seca as mãos no pano de prato enquanto olha para mim. Logo, em passos um tanto rápidos, ele está na minha frente.

— Ei, como está a nova empregada? Como foi a entrevista? Conseguiu?

Abaixei o olhar e comecei a corar. Fiz que não com a cabeça enquanto mordo o lábio inferior e o olho. Simon está com a boca aberta e parece bem surpreso.

— O que aconteceu? Ficou nervosa demais?

— Demais é apelido. Aconteceu uma coisa muito constrangedora.

Dou as costas e vou até a sala. Simon vem atrás de mim e me incentiva a tirar a blusa de botão, desabotoando um por um. Quando já no chão, as mãos de Simon começam a trabalhar nos meus ombros.

— Me conte o que aconteceu — ele sussurra.

— Eu meio que, vomitei-no-chão-da-sala-da-chefe — falo rapidamente.

— O que?

Fico tensa quando ele começa a gargalhar alto. Por um momento me sinto mais confortável de estar em casa escutando esses som maravilhoso. Isso me acalma mesmo que ele esteja rindo da minha desgraça.

— Sério? Você literalmente vomitou?

— Sim. Seríssimo.

— Oh meu Deus, eu sinto muito. Deve ter sido uma cena e tanto. O que fez depois?

— Sai correndo da sala.

Agora que falei deu para perceber o quão matura eu fui.

— Uau. Vai ficar tudo bem, gata. O que acha de comermos o jantar e eu fazer massagens em outras partes do seu corpo?

Foi naquele momento que eu percebi, eu realmente o amava.

~•~

Eu falei que ia ser um pouco engraçado kkkkk

Ambar sortuda, queria um boy assim (mentira pq eu namoro kkkkk).

Bjs da Camiz ❤️

pregnant | 🅴Onde histórias criam vida. Descubra agora