Capítulo 4 • Prometo que não vou fugir

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Ambar Smith

Resmungo e abro os olhos, me espreguiçando ainda deitada. Me sento na cama e bocejo, me esticando e pegando o celular no criado-mudo.

― Alô?

― Ei, Amb! Vamos ao shopping!

Era Emília. Shopping? Essa hora da manhã?

― Bom dia também.

― Bom dia. Vamos no shopping?

Suspiro, tiro as cobertas de cima de mim e coloco os pés no chão, calçando as minhas pantufas de coelho. Infantil mas necessário, e fofa também.

Caminho até o banheiro e coloco o celular no viva-voz, pegando a escova e a pasta de dente. Coloco embaixo da água e antes de escovar, pergunto:

― Qual o motivo de ir ao shopping?

― Se divertir, Ambar! Vai comigo, por favor, eu fui no bar que você quis.

Depois de um tempo em silêncio, enxaguo a boca e volta a falar. ― Rá, você também quis ir, não me incomode.

― Quais os seus planos pra hoje? Ficar sentada no sofá olhando filmes no Netflix? Fala sério.

― Fazer o que no shopping?

― Adotar uma criança. Duh! Comprar coisas.

― Só vou se você comprar alguma coisa pra eu comer e uma sobremesa.

― Tudo bem, sua gorda.

Comemoro, me despeço da Emília com um "Até logo" e vou para o quarto para ver alguma roupa que preste. Realmente estava precisando ir no shopping mesmo, que roupas eram aquelas?

Por fim, pego apenas um jeans e uma blusa preta. Calço sapatilhas e escovo o cabelo. Então me arrependo, gostaria de ter que ficar em casa fazendo nada.

Tomo uma xícara de chá, esperando Emília. Então a campainha toca, torcendo para que seja Emília e não o chato do Simon, levanto da cadeira e vou até a porta.

Abro a porta de madeira e Emília entra sem ser convidada, ela precisa perder essa mania feia e ridícula de entrar nos lugares sem autorização.

― É ridículo você entrar assim na minha casa.

― É ridículo você não me falar do que é esse chá.

― Chá verde.

― Eca. Tem café?

― Eu não tomo café, Emília. Não gosto.

― Que pena. Sai do elevador e senti um cheirinho de café, fiquei até com vontade.

― Odeio. Vou comer um cupcake que ganhei na festa de aniversário do filho da Jasmin.

― Ambar, isso faz seis dias.

― E? Seis dias, Emília, não seis meses.

― Isso vai te dar dor de barriga.

Dou de ombros e mordo o bolinho com recheio de chocolate, com chantilly e granulados. Delícia, estava ansiando por doce.

Escovo os dentes novamente e pego a minha bolsa, colocando documentos e uma quantia necessária de dinheiro para as compras extravagantes que Emília faz. Acho melhor eu pegar o cartão por precaução.

Abro a porta de casa e saímos do apartamento, trancando a porta. Para a minha surpresa, Simon faz o mesmo na mesma hora, Emília me olha com um sorriso de surpresa.

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