Capítulo 18 • Não irei falhar

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Ambar Smith

Até o porteiro do condomínio se assustou ao ver meu estado, perguntou se eu queria chamar Simon, mas eu neguei de todas as formas. Tentei caminhar de cabeça erguida enquanto limpava as lágrimas, mas elas sempre voltavam.

Quando chego no hall me dá uma dor no coração ver a ruiva que estava com Simon aquele dia. Engulo o choro vendo ela dentro do elevador que fecha as portas rapidamente. Precisarem subir de escada, nem ferrando vou chamar o elevador pra descer e ela ver o meu estado deplorável.

Cada degrau consigo escutar um pedaço do meu coração de quebrando. Quando chego no quarto andar, não aguento e preciso sentar na escada, tanto pela dor física quanto emocional.

Me assusto Quando escuto um barulho, era Gastón, um vizinho que eu não sou próxima. Seu rosto fica pálido quando me vê chorando, não me importo que ele esteja ali, apenas continuo chorando igual bebê.

- Ambar? Você está bem? - Ele se aproxima ficando na minha frente. Faço que não com a cabeça. - Posso te ajudar? Você parece mal.

- Estou mais que mal, estou muito ruim, péssima. Doi tanto, Gastón, doi muito.

- Vem levanta, eu vou te levar para o seu andar. -Gastón estende a mão e eu seguro tentando me apoiar nele.

Apenas choro enquanto ele faz força e me pega no colo, subindo as escadas. Fico até com pena pois devo estar muito pesada. Logo estamos no meu andar e a porta do apartamento de Simon está aberta.

Durante mais de uma semana eu não vejo os olhos castanhos que agora estão arregalados e assustados ao me ver chorar. Nunca pensei que a distância que mais pudesse doer seria aquela que você vê e não tem o direito de tocar.

- Cara, você tem a chave da casa dela?

- O que houve com ela? - Simon pergunta se aproximando, faço um gesto pra não me tocar, como se ele fosse um monstro.

- Eu não sei. Achei ela nas escadarias chorando. Não falou nada com nada. Acho que ela precisa de ajuda.

- Eu não preciso da ajuda dele. - Gaton me coloca no chão e eu aponto para Simon. - Ele me abandonou quando eu mais precisei. Eu não vou ser humilhada pela milésima vez hoje! Quer foder essa vadia ruiva? Fode! Descobri hoje que é melhor meu bebê não tem pai do que tem pai imundo.

Não sei de onde tiro forças para dar um soco em seu ombro com força. Simon apenas da um passo pra trás e fecha os olhos, talvez se sentindo ruim. Sim, querido, eu estou pior ainda.

- Eu cansei. - Pego a chave no bolso de trás da minha calça e abro a porta. - Obrigada, Gastón.

O homem que me ajudou apenas da um sorriso fraco enquanto eu entro no meu apartamento e fecho a porta com força. Escorrego na porta ainda chorando, sentindo todas as minhas forças irem embora, sentindo toda a minha felicidade ir embora.

Tento levantar e vou até o banheiro, enchi o banheira com água e um pouco de sabão pra fazer espuma e tiro toda a roupa e entrei com cuidado pra não resvalar. Sento sentindo a água quente fazer uma massagem gostosa na minha pele que agora sinto imunda por tudo que aconteceu. Não são nem seis da tarde e eu só quero deitar na cama depois do banho e chorar até dormir.

Escuto um barulho na porta da frente e me assusto. Fico em alerta enquanto me seguro nos dois lados da banheiro e tento me levantar. Eu havia esquecido de trancar a porta? Uma parte de mim ficou eufórica, será que era meu pai? Ele tinha voltado?

Quando ouvi passo vindo perto do banheiro, não penso duas vezes antes de estender a mão até onde posso e trancar a porta. Sinto minhas mãos tremerem e tento pegar a minha calça jeans no chão, mas percebo que meu celular não está ali. Um pânico me consome quando penso ter deixado na casa de Matteo. Esse dia não tinha como ficar pior.

Dou um grito quando a maçaneta da porta é puxada para baixo. Algumas batidas no que agora parece ser meu escudo e eu me desespero, penso em gritar, mas não seria muito inteligente já que pode ter um serial killer do outro lado da porta.

- Porra, abre a porta, Ambar!

Era Simon. Foi então que me desesperei mais, ele não pode estar aqui. Não poderia nem mais pisar na minha casa, eu não aguento isso. Como disse "pra mim é demais".

- Não. - Consigo resmungar alto o suficiente e me encolho na banheira.

- Abre a porta, precisa ver se está tudo bem com você.

- Eu posso, estou nua.

- Droga, eu já te vi nua antes, não irá fazer diferença.

Dá mesma forma que fechei a porta, me estiquei ao máximo e consegui destrancar a fechadura. Logo Simon abriu a porta e seu rosto carregava preocupação. Me escolhi na banheira, feliz por ter colocado um pouco de espuma na água.

Simon parece estar cheio de arrependimentos e de alguma fôrma eu não sei se quero ou se quero escutar suas explicações. Apenas fico ali quieta e escolhida.

- Eu estou bem. Pode ir. - Resmungo depois de um tempo em silêncio.

- Você foi na casa dele, não é?

- Sim.  -Minha garganta fecha quando as lembranças voltam a minha cabeça.

- O que ele disse?

- Nada que eu queira recordar.

Simon resmunga um "filho da puta" e me olha com dó. Eu sei o que ele está sentindo, eu também sentiria se visse alguém na minha situação. O ruim é eu me sentir tão vulnerável.

- Tudo bem. Eu vou te ajudar.

- Você disso isso da última vez e depois sumiu.

- Desculpa, eu estava... confuso, me senti horrível e eu sei que você também, mas eu realmente não vou quebrar minha promessa. Eu não irei falar com você dessa vez, eu prometo.

Meu lado apaixonada por ele se amolece e eu tenho vontade de me matar por ser tão burra e idiota. Ele poderia estar mentindo.

- Eu vou cuidar de você e da nossa garotinha.

Franzo o cenho.

- Garotinha?

- É. Eu sinto que vai ser uma menina. Uma linda menina pra nós cuidarmos dela.

~•~

Fiquem tranquilos que agora vai ser só paz e amor entre os dois. Mas não podemos esquecer que pode ter gente que queira estragar essa #pas dos dois.

Bjs da Camiz❤

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