Ambar Smith
- Oi pai - Digo tentando ser seca, mas sem sucesso, minha voz sai fina e ofegante.
Fico em silêncio enquanto ele pede o seu café. Para me distrair, tomo meu suco com a cabeça baixa, apesar de ela querer levantar e encarar os olhos dele.
- Filha... Obrigado por aceitar meu convite, fico grato por isso.
- Tudo bem.
- É uma bela barriga, não? Qual vai ser o nome?
- Linda. Vai ser Linda o nome.
- Bonito, é a sua cara colocar esse nome. - Ele sorri, mas eu não consigo nem me forçar a sorrir também.
Respiro fundo.
- Pode contar o que queria falar. Não estou me sentindo muito bem, acho que estou com a pressão baixa.
- Então é melhor marcar outro dia, Ambar. Um dia que você esteja bem.
- Não, Gary, fale agora, vai ser mais rápido.
- Eu estou com câncer, Ambar. Câncer no pulmão.
Câncer. No pulmão.
Minha boca se abre, mas não consigo falar nada, seus olhos estão cheios de lágrimas. Por isso a urgência de marcar esse encontro, ele não sabe quanto tempo tem. Meu coração começa a acelerar.
- Câncer?
- Sim, estou com câncer. Falar em voz alta dói mais. - Ele suspira. - Por isso estou no Chile, vou começar a fazer as químio terapia lá, em um hospital que é de um amigo meu. Por isso eu quis vir com mais urgência, antes dessa merda acontecer.
- Câncer... - Repito quase chorando. - Você está dizendo que eu nunca meu pai presente e agora ele vai morrer?
- Quase isso... Não sabemos se eu realmente vou morrer, talvez as quimios deem certo, eu sobreviva.
Não consigo controlar, começo a chorar igual maluca. Meus olhos parecem duas cachoeiras, preciso pegar guardanapos para secar e praticamente é inútil. Meu coração dói como nunca odiei antes.
- Não precisa chorar, eu já não era presente, lembra?
- Eu tenho um pai que não é presente, Gary, mas isso não significa que eu não sentirei falta dele.
- Desculpe, filha... Eu não queria me expressar dessa forma.
- Você tem razão. Acho melhor nós dois conversarmos outro dia.
Levanto da mesa deixando dinheiro para pagar meu suco e caminho entre as pessoas, mas sinto minhas pernas virarem gelatina, estou me sentindo mole.
Câncer.
No pulmão.
Câncer no pulmão.
Ele tem câncer no pulmão.
Estou prestes a chorar novamente, mas meus olhos fecham e eu caio no meio do restaurante ao ar livre.
•••
Meu corpo está todo dolorido, olho meio grogue para o lado e vejo alguém vestido todo de branco, acho que é uma mulher, mas não consigo decifrar. Essa pessoa passa a mão no meu cabelo. Sinto algo quente como uma agulha furando a minha pele.
- Calma, querida, não se preocupe, é anestesia. Você é seu bebê irão ficar bem. Seu marido está chegando e seu pai está na recepção.
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pregnant | 🅴
FanficQualquer garota teria o sonho de ficar com o cara que sempre gostou. E por puro azar, Ambar conseguiu isso. Depois de anos de insistência, Matteo finalmente notou a moça e a levou para a cama criando uma grande consequência que mudaria a vida dos d...