Capítulo 15 • Um tempo para pensar

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Ambar Smith

Minha garganta se fechou e eu não pude olhar para ele, não sabia exatamente o que sentia. Se era vergonha, nervosismo ou timidez, só senti que nunca mais poderia ser a mesma se Simon saísse de novo da minha vida.

- Você está grávida. - Novamente não era uma pergunta, e sim, uma afirmação.

Afundei o rosto na almofada que estava no meu colo, apenas sentindo as lágrimas chegarem e ganharem o meu rosto e provavelmente a almofada inteira. Sentia meu mundo desmoronar.

Sua mão toca meu joelho e a outra puxa a almofada delicadamente, não tenho coragem de olha-lo. Levantando meu queixo, infelizmente consigo ver a dor no seu olhar. Isso quebra meu coração.

Balanço a cabeça e seus olhos se enchem de lágrimas igualmente os meus. Coloco a mão na sua bochecha e para a minha surpresa, ele não se afasta, fechando os olhos e acariciando a minha perna com carinho.

– Eu fodi com tudo. Com tudo. Agora tem ainda mais esse empecilho.

Simon balançou a cabeça negativamente como eu estivesse falando uma grande merda. Mas não importava, eu tinha estragado tudo, eu nem sequer sei quem é o pai dessa criança.

– Nunca mais fale desse jeito! Ouviu? Nunca mais! Esse bebê pode ser meu e eu não quero você falando mal dele ou fazer algo para maltrata-lo.

Com certeza eu ferrei tudo. Agora ele está bravo comigo. Eu deveria ganhar o recorde de quem faz mais merda. Eu queria falar que o filho podia ser de Matteo, mas não queria que isso ferrasse mais e isso virasse uma briga.

Como se ele lesse a minha mente, perguntou:

– Pode ser do Matteo, não é? Aquela noite no bar... – Ele faz uma careta. – Vocês... transaram, eu sei. – não conseguia decifrar o que ele sentia, se era raiva ou nojo.

– Desculpa. Mil perdões. – Engulo o choro, tentando me acalmar.

– Não precisa se desculpar, bonita. É tarde demais, e eu fico feliz que seja tarde demais.

Sua mão grande foi imediatamente para a minha barriga, a esfregando. O olho confusa, mas ele está encarando a minha barriga coberta. Quando sua não tenta entrar na minha blusa e a agarro.

– O que esta fazendo? – pergunto surpresa. – Não Simon, não podemos, não faça.

Na minha cabeça idiota era tudo dolorosamente simples. Simon pegaria suas coisas, sairia na minha casa. Faríamos um teste de DNA para ver se o bebê é dele. Se fosse, talvez pudéssemos nos aproximar, e se não fosse, eu talvez precisasse procurar Matteo para ele assumir a paternidade. Coisa que eu tenho quase certeza que ele não fará.

Isso que me deixava com raiva. Eu precisava – talvez – engravidar de um cara casado que tem filhos? Mas Simon tinha razão, é tarde demais pra se desculpar.

– Deixa eu curtir o momento. – Ele implora e levanta a minha blusa até embaixo dos seios.

Como se fosse um violino delicado, Simon encostou os dedos na minha barriga nua e acariciou devagar. Seus olhos se encheram de lágrimas e ele olhou pra mim. Foi a coisa mais bonita que aconteceu em toda a minha vida.

– Meu filho. Não importa, Ambar. Ele vai ser meu filho, biológico ou não. Meu. Meu filho.

Solto o ar pela boca para não chorar mais. É tarde mais quando nossos lábios se encostam em um beijo salgado por conta das lágrimas que tomavam por nossos rostos. Foi quando eu percebi que podia amar duas pessoas ao mesmo tempo. Um bebê que não era nem o tamanho da palma da minha mão é o amor da minha vida.

•••

O resto da nossa noite foi normal. Simon tinha muito cuidado comigo como se eu fosse uma boneca de porcelana cara. Me sentia como um balão perto de várias coisas pontudas. Ou era assim que Simon achava que eu era agora, um balão que não podia estourar.

Comemos na cama depois do banho e depois que fizemos amor na banheira. Pela primeira vez em anos me senti mais nada do que nunca e nas outras vezes eu tenho certeza que foi Simon que fez eu me sentir amada. Sua mãos passava toda hora pela minha barriga ainda não saliente. Me arrepiava a todo o momento com seus toques e seus lábios na minha pele.

O que realmente me assustou foi na manhã seguinte quando eu levantei e ele não estava na cama. Meu celular vibrou no criado-mudo. Esfreguei a mão no olho percebendo que era cedo demais para ele ter ido para o trabalho.

Chuto e empurrou todos os cobertores e lençóis para o chão e vou até o banheiro. Nada. Vou até a cozinha. Nada. Meu coração acelera e minha respiração fica ofegante. Não é possível ele ter me deixado. Não depois de tudo ontem.

Corro até o guarda-roupa, empurrando a porta rapidamente. Há poucas roupas ali. Antes, haviam várias, diversas roupas que ele trouxe porque estava praticamente morando aqui. Agora não há praticamente nada.

Meu coração se quebra, mas nenhuma lágrima sai enquanto começo a ficar vermelha de raiva. Comecei a tremer e quase cai no chão. Segurei firme na porta do guarda-roupa e deslize para o chão assim como toda a dignidade que eu tinha.

Fiquei mais nervosa quando vi um pedaço de papel no chão. Deveria ser algum bilhete que ele deixou. Sempre deixa – Ou deixava – bilhetes todos os dias para mim em vez de mensagens de texto. Fiquei com medo de ler aquilo que podia ser o último bilhete.

Provavelmente derrubei quando joguei todas as cobertas pro chão. Mesmo triste, engatinho até o papel e o abro com as mãos tremendo. Mordo o lábio com força enquando leio.

"Desculpa, eu sei que foi babaca da minha parte sair assim sem te dar uma explicação. Me perdoa. Eu quero o nosso bebê, não pense nada sobre eu não o querer porque eu o quero é quero você. Eu só preciso de um tempo. Um tempo para pensar, em mim, em você, no nosso bebê. Em tudo, entende? Eu te amo, prometo voltar logo.

Do seu Simon."

Sim, sua idiota. Isso é conversa fiada, ele foi embora. Agora é só você é uma bebê que parece que é maior que seu cérebro.

~•~

Bem, esperem um pouco que eu vou pegar a minha poção de ressucitamento e volto.

Caramba, Simon. Precisava ter sumido e deixado ela sozinha?

A Ambar também pegou meio pesado com ela mesma, não acham? Se chamando de idiota é colocando toda a culpa nela. Não pensei que isso vai acontecer a fic inteira, Ambar vai se mostrar uma mulher muito forte.

Bjs da Camiz❤

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