[6] • Jimin

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Olá leitores!
Hoje decidi fazer um capítulo especial, um capítulo totalmente dedicado à narração do ponto de vista do Jimin. Um leitor comentou  essa ideia e decidi levar para frente e aqui está! Espero que gostem!

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Kim Namjoon é meu melhor amigo há alguns anos. No primeiro contato que tivemos já parecíamos nos conhecer há tempos. Hoje eu considero ele como um irmão.

Nossos outros cinco amigos só vieram para somar e apesar de ser um tempo relativamente curto juntos, já podíamos nos considerar uma grande família.

Há alguns dias brincávamos e Jungkook propôs um desafio bastante incomum para mim. Eu beijei Namjoon, selei meus lábios aos seus e aquilo somou tantos sentimentos dentro de mim que eu ainda tentava entender o que aconteceu.

Depois desse episódio eu senti que Namjoon não ficou igual. Ele estava confuso diante daquele contato que durou segundos, eu tinha certeza.

Eu tocava em suas coxas como sempre fazia, tocava em suas mãos, nos seus braços, ombros e ele sempre se manteve neutro, gostava daquele carinho, mas hoje eu sinto que ele engole seco, parece perdido, suspira, fica inquieto.

Um simples toque mexeu com anos de amizade que jamais imaginávamos. Nós balançamos muito em nossa relação de afeto.

Eu digo "nós" porque eu simplesmente não posso mentir o que aconteceu quando selamos nossos lábios. Eu senti uma excitação, senti algo único. E eu sei que ele sentiu a mesma coisa, dá pra ver em seus olhos.

Eu fiquei meio balançado com o beijo, pois eu já me apaixonei antes, já namorei, mas jamais imaginei sentir algo a mais por um amigo. E ainda mais por esse amigo ser o Namjoon, alguém com quem eu sempre tenho por perto.

Eu decidi conversar com ele, mas só vamos citar sobre esse beijo se for oportuno, não quero que a gente chegue ao ponto de discutir sobre isso. Mas do jeito que sou ansioso, duvido que ficarei assim por mais tempo.

Combinamos de nos encontrar em um café, pensei em tentar agir como se tudo estivesse bem, como se nada tivesse acontecido, mas acho injusto. Ser transparente será a melhor coisa a fazer.

Quando chego no local combinado, Namjoon está sentado em uma das mesas, me aguardando mexendo em seu celular. Ele estava com uma jaqueta chamativa e o seu cabelo estava perfeitamente arrumado com a franja na testa.

Ele era bonito e não é que eu tinha percebido isso apenas depois do selinho, era a mais pura verdade desde sempre, só que agora eu tenho percebido mais do que deveria.

- Oi Namu! - Me aproximo da mesa para ficar na  cadeira à sua frente.

- Oi Mini! Como você está? - Assinto.

- Tudo ótimo. - Me acomodo na mesa junto dele.

- Como foi sua semana? - Assinto.

- Foi ótima, tenho treinado bastante as coreografias com Hoseok e estou me saindo muito bem. Ele é muito bom nisso. - Ele sorri.

- Fico feliz por isso, sério! Você tem evoluído demais. - Fico tocado por suas palavras e seu sorriso genuíno de apoio.

- Obrigado, Namu.

O silêncio pairou na conversa. Houve uma pausa em que apenas trocávamos sorrisos e olhares. Eu estava inquieto e ansioso. Precisava começar a falar.

- Namu? - O chamei, despertando-o de seus pensamentos. - Precisamos conversar. - Ele assente.

- Claro. - Ele beberica um gole de seu café, coloca em cima da mesa e começa a prestar atenção em mim.

- Precisamos conversar sobre o que está acontecendo entre nós, com nossa amizade, sabe? Sinto você distante. É como se aquilo que aconteceu nos balançou emocionalmente, mas de algum jeito eu não quero acreditar nisso. - Ele assente e respira fundo.

- Pois é. É algo que eu não imaginava que fosse acontecer entre nós dois e aconteceu. Sinto como se nada mais fosse igual como antes. - Assinto.

- Eu sinto o mesmo, eu estou confuso, mas eu gosto muito de você pra me afastar dessa maneira. - Comentei.

- E eu me dei conta dos sentimentos que eu tenho por você e não sabia. - Pigarreio. Oi? Eu escutei bem?

- Sentimentos? - Pergunto e ele assente sem hesitar.

- Sim, sentimentos. Fico diferente quando você me toca agora. Meu coração acelera, fico ansioso e anseio por mais, mas depois me dou conta que somos quase irmãos e a ideia de algo mais me assombra. - Ele suspira ao fazer uma pausa. - Eu não quero dizer o que estou sentindo porque não quero quebrar meu coração e nem acabar com nossa amizade. Somos muito mais do que um selinho tão insignificante, mas que nos mudou até o nosso último fio de cabelo. - Eu assinto e sorrio fraco, procurando sua mão para apertar em cima da mesa. Ao encontrar, nossos dedos se entrelaçam um no outro.

- O que você guarda em seu coração, Moni? - Ele logo nega.

- Não vou contar. Não dá. - Aperto sua mão.

- Me conta, por favor, não esconde de mim os seus sentimentos. - Ele respira fundo.

- Você toca minha coxa, eu fico excitado. Você fala meu nome, meus pêlos se arrepiam. Você segura minha mão, meu coração acelera. Lembrar dos seus lábios nos meus é exatamente isso. É tudo isso. - Ele abaixa a cabeça e solta sua mão da minha. Ele pega sua bolsa e se levanta.

- Não! Fica aí agora, por favor! Namu... Joonie... Moni... - O chamo e ele nega com a cabeça, saindo do estabelecimento.

Eu corro até alcança-lo num parque próximo.

- Moni? Olha pra mim. - Chego perto dele, o abraço por trás e viro seu corpo para ficar de frente para o meu. - Não foge, vamos fazer isso juntos, por favor, eu te amo. - Ele  segura a respiração e para de andar.

- Sim, mas você não me ama do jeito que eu te amo, você me quer como amigo e eu não sei se posso continuar fazendo isso. Eu não queria te contar tudo isso dessa forma, mas eu não tive escolha. Você não me deu escolha. Eu não quero mais falar com você sobre isso.

- Namu? Eu não posso mentir e dizer que não senti nada ao sentir seus lábios na minha boca e eu acho que faria de novo e faria sem pensar duas vezes. - Chego perto do seu corpo e enrosco minhas mãos em volta de seu pescoço e meus braços se apoiam nele. - Eu quero falar com você, quero estar com meus olhos em você e se for preciso os meus lábios nos seus também.

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