III

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"Tudo bem... Eva respira... Respira... Inspira"

Digo para mim mesma.

Já acabou. Agora eu já posso ir para o apartamento.

Tudo bem, é só pegar suas coisas e sair, só isso, é só respirar.

Quando estou passando pela recepção do hospital para ir embora, uma vontade que eu entendo como anseio proficional me atinge, e antes é claro, eu vou buscar informações sobre o paciente do quarto 56, é natural que eu busque, ele é meu paciente, eu preciso de mais informações para ajudá-lo.
- Ana, seria de muita ajuda se você me desse qualquer informação, qualquer que seja, sobre o atual paciente do quarto 56.
Digo para a recepcionista que ignora minha falta de cordialidade e assente com eficácia. Eu tive um dia péssimo e cansativo, tenho uma desculpa para agir assim, é mais prático.
- Vou ver o que posso fazer.- Ela abre o computador e começa a digitar enquanto pergunta:
- Qual o nome?
- Aí é que está.- Ela me olha com o olhar confuso.- Não sei o nome, acho que não conseguiram o identificar ainda, quero saber quem o trouxe porque no estado que está não pode ter chegado aqui sozinho.- falei, despejando na recepcionista toda a minha curiosidade.

- Consta aqui que um policial militar trouxe ele para cá e não fez uma ficha, pelo menos não uma minuciosa; sexo masculino, entre vinte e cinco e trinta anos, é só o que consta.

- Não tem nada aí sobre esse policial?

- Não entendo como isso pode ajudá-la a fazer seu trabalho.- Eu a encarei de uma forma que acho que a fez perceber o que tinha dito e com quem estava falando, porque logo em seguida ela acrescentou: - Digo, ele se identificou como Oficial Jobs e não tenho mais nenhuma informação. - Disse de maneira rápida sem me encarar. Eu saí sem agradecer e fui direto para o meu carro para encarar um engarrafamento até chegar no apartamento.

O RapazOnde histórias criam vida. Descubra agora