FELIZ NATAL!
Eu tentei enrolar para terminar de comer, mas eu tinha muito amor pelo meu boletim pra não chegar no horário.
Aquele homem apesar de lindo, muito inteligente e bem remunerado era louco e tinha a grande tendência de me deixar louca também. Tanto que comecei a achar fios brancos no meu cabelo depois do início das minhas aulas de francês e como meus cabelos são bem pretos os fios brancos ficavam evidentes, mas o certo a se fazer era entrar na toca do lobo para minha infelicidade.
Já dentro do carro encostei minha cabeça na janela do carona e tentei por meus pensamentos em ordem pra na surtar na casa do meu querido professor e nem dei atenção para o que o Lucas falava tanto que ele percebeu meu estado de espírito e fechou a matraca, nós ficamos uns vinte minutos no carro até ele parar em frente à entrada de um condomínio e depois de eu dar meu nome na portaria liberaram nossa passagem, assim que terminaram de explicar o caminho para a casa do dito cujo._ Você vai querer que eu entre com você?-perguntou após pararmos o carro.
_ Claro, não quero enfrentar o Lobo sozinha.-respondi olhando a casa de dois andares em estilo colonial como se fosse minha salvação e perdição ao mesmo tempo.
_ Ainda bem que eu já passei em francês.
_Obrigada pelo seu grande apoio.-falei finalmente abrindo a porta e caminhando em direção a campanhia, eu conseguia ouvir meus batimentos cardíacos e o som do tênis do Lucas contra a grama, pelo menos eu não estava sozinha.
O som da campanhia era um pouco irritante nada anormal, além do mais não tive que ouvir por muito tempo já que logo a porta foi aberta por alguém com cara de poucos amigos apesar do cheiro de sexo que estava no ar.
_Entrem.-eu ainda tentava identificar se ele falava assim de propósito ou a arrogância estava no sangue, porque a grosseira só podia estar na alma.
_ Sim senhor.
Passamos pela porta quase ao mesmo tempo e logo foi possível ouvir o click da mesma se fechando, eu passei meus olhos rapidamente pela sala e não vi nenhum objeto pessoal, os móveis eram rústicos e as paredes estavam pintadas em tons frios. Já o meu professor estava de calça jeans de lavagem escura e uma regata branca que marcava aquele corpo sarado que eu evitava olhar na sala de aula.
_Vamos nos sentar e começar a falar logo do seu problema que eu tenho que terminar de corrigir algumas provas.- disse indicando o sofá de couro com a cabeça e após sentarmos ele se encostou na poltrona de frente ao mesmo.
_ Bom, eu estou disponível em qualquer horário para receber as aulas menos na sexta.-fui direto ao assunto.
_ A pessoa que eu tinha conseguido só poderia na sexta feira, a outra opção sou eu te dar aula, mas isso não faria sentido já que você não consegue aprender comigo.-disse cruzando os braços e evidenciando os musculos torneados dos braços.
_ Eu realmente não posso na sexta, se o senhor quiser tentar me ensinar de novo eu vou dar tudo de mim.
Antes dele responder um toque de celular começou a ecoar na sala e logo identifiquei que o som vinha do Lucas, que se retirou da sala após pedir desculpa e licença. Eu fiquei apreensiva com a resposta que nunca chegava e meu escudo estava na sala ao lado não perto o suficiente.
Ele se sentou na poltrona onde estava apoiado e posicionou os cotovelos cada um em cima de um joelho, juntou as mãos e apoiou a cabeça sobre elas, me olhando de forma pensativa e profunda como um verdadeiro Deus grego, só que acabou com minha ilusão ao do nada soltar.
_ Você gostaria de um chocolate quente ?
_ Por essa eu não esperava.-soltei também e pela primeira vez ouvi meu professor dar uma gargalhada.
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O mascote
RandomUm dia ela acordou e percebeu que o mundo mudou, que ela tinha mudado. Os sonhos não eram os mesmos, as dores eram mais profundas e as memórias que se formavam estranhas e tudo que ela queria era voltar atrás e esquecer tudo que descobriu, mas isso...