A campanhia toca de novo e ele sai correndo para atender a porta, não consigo ouvir a conversa. Mas percebo que foi algo sério quando ele volta bem abalado, resolvo não perguntar já que sua expressão facial estava claramente mostrando que ele não queria conversar. Entao me limitei a sair de perto e me concentrar em qualquer outra coisa que pudesse me distrair e até que não foi tão ruim ficar um tempo relaxando e pensando sobre a vida e enquanto pensava eu percebi que o motivo de eu ter gostado da campanhia ter tocado era porque interrompeu a nossa conversa e me poupou de ter que dar explicações.
Geralmente, quando eu entro nesse meu estado reflexivo não percebo nada do que está acontecendo fora da minha cabeça e dessa vez não foi diferente. Só voltei ao mundo real depois que ouvi ele pigareando várias vezes._ Sim!?-perguntei surpresa pela interrupção e ao mesmo tempo passiva.
_ Você está parada aí há muito tempo achei que tinha entrado em choque sei lá.
_ Quanto tempo ?-perguntei perplexa.
_ Mais de uma hora.- respondeu secamente e logo se levantou para ir em direção a cozinha. -bom, podia ser bem pior-pensei.
Levantei e fui atrás dele porque meu estômago estava rocando e eu fico bem mal humorada quando estou com fome.
_ Prof... quer dizer senhor Fábio, eu bem estou com...fome.-falei de forma tímida e abaixei a cabeça tamanha era a vergonha e eu tinha certeza que minha cara estava bem vermelha já que a cada segundo que se passava eu sentia meu rosto mais quente.
Então, senti que ele estava se aproximando de mim e logo pude ver seus chinelos e seus dedos que até não eram feios o que para mim era estranho já que nunca tinha visto um pé bonito e eu fiquei olhando pra eles por tempo demais até ouvir ele pigareando.
_ Sim!?-olhei para ele que me fitava intrigado.
_ Agora eu entendi o porquê de você ir tão bem na minha matéria.-falou sarcástico.
_ Sério? Qual !?-falei tentando imitar seu tom, mas falhando miseravelmente.
_ Você faz isso nas minhas aulas.- não foi uma pergunta, mas eu resolvi responder assim mesmo.
_ Faço.-confirmei perplexa.
_ Bom, acho que eu não estou sendo um bom anfitrião não é mesmo ?
_ Aham!? Quê!?- falei sacudindo a cabeça para voltar ao mundo real, ele estava muito perto e eu consegui sentir de novo o cheiro gostoso do corpo dele.
_ Eu disse que...não estou sendo um bom anfitrião.- falou a última parte pausadamente.
_ Não, que isso eu que tô invadindo sua privacidade.-acho que em toda minha vida nunca tinha ficado tão nervosa e envergonhada como naquele momento.
_ É está mesmo.- olhei bem fundo nos olhos dele e tentei falar por telepatia o que eu tanto pensava.
-grosso!-grosso!-grosso!_ Certo, me desculpe por tudo isso, se eu tivesse previsto a chuva com toda certeza não viria incomoda-lo.- usei meu tom mais irônico e meu sorriso mais falso enquanto olhava para ele.
_ Mas veio não é mesmo.- aí que ódio que vontade de matar esse homem, Deus me dá paciência porque se me der forças não respondo por mim.
_ Bom, vou subir para o meu quarto, sinto muito por tudo isso.
_ Não! Você vai ficar, não disse que estava com fome, pois bem sente-se.
_ Como queira.-quando eu passar nessa prova nunca mais olho na sua cara, querido professor.
_ Hoje teremos lasanha com berinjela, espero que goste é tudo que tem para comer.
_ Eu nunca experimentei esse prato, mas amo provar comidas novas.-eu sei, eu sei pare de me recriminar cérebro ele está me oferecendo comida, como não ficar de bom humor ?
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O mascote
RandomUm dia ela acordou e percebeu que o mundo mudou, que ela tinha mudado. Os sonhos não eram os mesmos, as dores eram mais profundas e as memórias que se formavam estranhas e tudo que ela queria era voltar atrás e esquecer tudo que descobriu, mas isso...